ÉTICA SEXUAL – parte II

#ricardobarreto #éticaevolucionista #filosofia #ética #éticasexual #atraçãosexual #infidelidadeconjugal #celibato

Voltando nossa atenção agora para certas questões de estética, é indiscutível que gosto é gosto, mas mesmo assim podem-se prever certos padrões de beleza baseados em estudos de simetria e harmonia.

No Brasil a coisa fica ainda mais difícil, num país onde a herança colonizatória gerou uma riquíssima diversidade étnica que possibilitou o surgimento de padrões de beleza um tanto quanto exóticos…

Vamos entender, afinal, o que gera em nós essa apreciação e desejo quase que compulsivos pelo sexo e não pelo “belo” necessariamente?

Além da testosterona

Segundo pesquisadores ingleses, a atração sexual ocorre numa fração de segundo, somente o tempo necessário para desencadear uma complexa seqüência de impulsos bioquímicos a nível molecular, conforme descrito:

A atração começa no hipotálamo, área do sistema nervoso responsável pela produção de hormônios que controlam características do organismo como a fome, o sono e o humor. Dali envia-se uma mensagem à hipófise, que produz hormônios para as glândulas sexuais. Essas reagem produzindo estrogênio, progesterona e testosterona. Em seguida, o coração dispara, os músculos tencionam e o impulso está dado.

Imaginem só o caos que seria se o impulso fosse efetivo a cada pessoa atraente que nos deparássemos pelas ruas?! Ainda bem que a razão, na maioria dos casos, fala mais alto… Mesmo assim, algumas pessoas, especialmente os homens, não conseguem controlar como deveriam seus impulsos sexuais mais íntimos. E o pior é que isto acaba por gerar sérios conflitos éticos, quando não chega a casos mais extremos, tais como estupros, pedofilia e até mesmo a necrofilia. 

Estes são desvios psicossociais inconcebíveis que merecem medidas enérgicas por parte da justiça criminal. Não se pode sequer imaginar o que é “sentir na pele” o estupro de uma esposa ou o abuso sexual de uma filha. Quando se leva para o lado pessoal, todos os padrões ético-sociais são deixados de lado.

Considero que a reabilitação, nestes casos, é irreversível num curto espaço de tempo, o que justificaria a pena perpétua, mas em condições humanas e não segundo o vergonhoso sistema prisional brasileiro que mais corrompe do que corrige.

Voltando ao caso dos impulsos sexuais mais controláveis, temos ainda uma constatação científica muito curiosa para averiguar: mulheres que dormem ao lado de um homem tendem a menstruar e ovular mais regularmente ao mesmo tempo em que, nesse homem, a barba cresce mais rápido.

São muitos os benefícios de uma vida sexual mais estável.  Acredita-se que o controle hormonal, na prática, faz bem para a pele, o humor e até melhora a memória. Portanto, é perfeitamente natural essa nossa constante busca pelo parceiro ideal. Respeito o celibato, desde que seja uma opção do livre-arbítrio em caráter de devoção missionária e não imposta por dogmas religiosos.

Semelhante atrai semelhante     

Depois de analisadas as bases fisiológicas e sociais que regem a atração sexual, verificaremos então alguns comportamentos resultantes desse intrincado balanço físico e mental. Muitos estudos comportamentais foram realizados por psicólogos ao redor do mundo a esse respeito, não obstante, cabe salientar algumas constatações curiosas feitas por alguns deles…

Quase como uma premissa, todos apontam que, no campo dos relacionamentos, assim como na natureza, semelhante atrai semelhante (lei de afinidades). Seja pela aparência física, ou pelo estilo de vida, o fato é que pelo menos 80% dos casais são semelhantes em quatro fatores:

  1. Faixa etária;
  2. Grau de escolaridade;
  3. Religião;
  4. Raça.

Isto sem mencionar a questão de nível social que ainda impera fortemente em nossa sociedade, mesmo que de forma mais velada em muitos casos… Quem não conhece alguém que tenha se casado por interesse, deixando de lado o seu verdadeiro amor?

As pessoas nem imaginam o verdadeiro “crime” que cometem contra si mesmas ao reprimirem seus sentimentos em nome de interesses puramente mundanos. Faltam com a ética pessoal contra si mesmas, contradizendo seus princípios morais, o que certamente comprometerá todos os seus planos futuros de felicidade.

O único consolo é que, nos relacionamentos mais superficiais, com o tempo e a convivência, os parceiros acabam estabelecendo vínculos fugazes, mas ainda assim sinceros, porque todos, sem exceção, carregam pelo menos alguma qualidade latente que acaba por ser valorizada pelo companheiro…

Lei da oferta e da procura

Outro fato curioso foi confirmado pelos pesquisadores da Universidade de Louiswille nos Estados Unidos: quando uma mulher mostra interesse por um homem, ele se torna mais facilmente objeto de desejo das demais.

Parece uma praga! Quando se está sozinho, as coisas ficam ainda piores e prevalece a percepção de que ninguém se interessa por nós. Basta começar um novo relacionamento que logo começa a “chover” pretendentes. É a força do desdém em ação, muito parecida com a tal “lei da oferta e da procura”…

Ou seja, quando ninguém tem interesse por determinado indivíduo, seu “valor” cai e poucos se interessam por suas “ações”. Ao aparecer um pequeno “investidor”, desperta-se imediatamente a atenção dos outros, “inflacionando” o valor do indivíduo outrora menosprezado. Por isso que a aparência e autovalorização não deixam de ser formas de “especulação” que ditam, em grande parte, o sucesso na nossa sociedade.

Sim, “beleza traz dinheiro”! E quem não se lembra daquele ditado que “depois de uns bons copos de cerveja não existe mulher feia”. Pois é: pesquisadores descobriram que, realmente, após cinco copos de cerveja, cerca de 25% das pessoas perdem completamente seus padrões de beleza. E não adianta reclamar de dor de cabeça no dia seguinte…

Encontraram explicações até para o ciúme excessivo. Dizem que as pessoas mais feias são também as mais ciumentas. Isto porque, como são menos atraentes e inseguras, temem mais pela perda do parceiro. Dá para acreditar mesmo sendo pesquisa científica?

§

Afinal, espero somente que fique registrada a mensagem mais importante de que o sexo não tem nada de errado, muito pelo contrário! Só não deve ser encarado como diferencial para escolha do parceiro de toda uma vida.

A construção de um relacionamento duradouro vai muito além da testosterona! Lembrem-se: esta só serve, quando muito, nos primeiros meses de relacionamento… A paixão é efêmera, mas o amor verdadeiro dura pela eternidade.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Gostou? Mãos ao BUZZ nas redes!

Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Daniela Pinheiro, Veja, 2004, 1837, 74-81.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *