As quatro estações da vida

A natureza se revela muitas das vezes através de ciclos temporais. É o que se observa, por exemplo, com o clima que sofre variações de temperatura bem determinadas ao longo do ano. Tais alterações, em realidade, decorrem da variação de proximidade entre as diferentes regiões do nosso planeta com relação ao Sol.

Didaticamente é sempre muito útil dividir estes ciclos em fases caracterizadas de acordo com suas propriedades específicas no tempo. Daí surge o conceito das quatro estações do ano. Entretanto, a atribuição de tais propriedades para certos ciclos humanos torna-se imprecisa, devido às falhas de compreensão fenomenológica na escolha dos parâmetros causais.

Segundo a OMS, divide-se a vida humana de acordo com a condição funcional do binário corpo/mente em cinco fases:

  1. Infância (1 – 12 anos);
  2. Adolescência (13 – 20);
  3. Juventude (entre os 20 e 30);
  4. Fase adulta (entre os 30 e 60);
  5. Terceira idade (depois dos 60).

Fazendo-se uma considerável mudança de parâmetros causais, ao se considerar como propriedade primordial a maturidade filosófica, Pitágoras fez jus ao ditado de que “a vida começa aos 40”! Para ele a vida também se distribui em fases só que anacronicamente diversas às usuais. Mais interessante ainda é a analogia que faz com as quatro estações do ano…

Esplêndido! Somente um “amante da sabedoria” faria tão sublime analogia!!!

Presumo que seja louvável acrescentar apenas um discernimento em virtude das elucidações originárias da literatura védica e difundidas no ocidente por uma série de doutrinas espiritualistas. Trata-se da concepção da existência de encarnações sucessivas, rompendo o paradigma da evolução restrita à tênue linha temporal de uma vida…

Nosso cotidiano está repleto de dicotomias neste sentido, haja vista a existência de crianças e adolescentes mostrando-se por vezes mais “sábios” do que muito adulto ou ainda prodígios das artes e das ciências revelados em tenra idade.  Veja o caso mais recente do pianista chinês Lang Lang que aos 5 anos de idade ganhou o Concurso de Piano Shenyang e tocou em seu primeiro recital público (não é preciso voltar na época de um Mozart…). Dá para acreditar uma performance de Rachmaninoff nesta idade?! [confiram ao final o video no YouTube] É indiscutível a existência de muitos outros pontos fora da reta!

Apesar de estarmos falando aqui de “objetos da crença humana”, segundo a lógica filosófica de uma existência consciencial que sobrevive à morte do corpo físico e que, pelo menos em teoria, poderia assumir outros corpos em continuidade à sua jornada evolutiva, deve-se louvar os mais recentes avanços da ciência no sentido de comprovar a sua existência, tanto em humanos como em outros animais (vale a leitura completa da Declaração da Consciência de Cambridge). Um texto primoroso àqueles que precisam ver para crer!

Por certo ainda um pequeno passo para os crentes convictos e praticantes que estão a anos luz em termos de auto-realização, mas sem dúvida “um grande passo” para implacável comunidade científica! E olhem que até o grande físico Stephen Hawking esteve por lá…

Muito bem. Resta-me, pelo menos por ora, o consolo de saber que em breve entrarei nos “enta” e somente começando minha fase da juventude pitagórica!!!

Autoria por Ricardo Barreto

Agradecimento aos compartilhamentos nas redes sociais

Permitida a reprodução mediante backlink para ricardobarreto.com

Para saber mais:

  1. Barreto, R.L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.
  2. Acesso ao texto da Declaração de Cambridge sobre a Consciência em: http://fcmconference.org/img/CambridgeDeclarationOnConsciousness.pdf
  3. Assista ao video de Lang Lang: https://www.youtube.com/watch?v=e-x01ddG0x4

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