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Para entendermos o conceito mais abrangente de INTELIGÊNCIA, antes de mais nada, é preciso conhecer quais são os insumos que alimentam os processos que levam a ela, mais precisamente os dados, a informação e o conhecimento! Leia atentamente a seguinte frase (mantida propositalmente em sua língua original):
Today it is almost heresy to suggest that scientific knowledge is not the sum of all knowledge […] It is with respect to this that practically every individual has some advantage over all others because he possesses unique information of which beneficial use might be made, but of which use can be made only if the decisions depending on it are left to him or are made with his active cooperation.
Alguma ideia de quem escreveu e quando esta frase foi publicada? Muito provavelmente deve ter chutado algum geek famoso do Vale do Silício em algum momento após a invenção da internet. Então, pasmem! Foi publicada em 1945 pelo ganhador do prêmio Nobel de economia Friedrich A. Hayek. 1
Sem mais delongas, vamos assim iniciar nossa jornada rumo à proposta de uma metodologia aplicada aos processos de tomada de decisão, chamada inteligência de valor e especificamente voltada para assistir na prosperidade das pessoas, organizações e nações!
Antes disso, no entanto, precisamos lançar mão de um conceito ainda mais amplo… Eis que surge o pano de fundo para definir VALOR!
O que é valor?
O primeiro passo para se tipificar “algo” como valoroso, seja lá o que for, é que se tenha um propósito para sua existência. Via de regra, em se tratando de “entidades”, são normalmente questões relacionadas à satisfação de suas necessidades ou desejos. Sendo assim, a priori, definiremos “valor” mais ou menos assim (definições nunca são tão precisas, mas precisamos delas mesmo que Nietzsche se zangue com isso…):
Tudo aquilo que se deseja acumular e/ou manter ao longo da existência de uma “entidade”.
Ao contrário do que podem estar pensando, uma ENTIDADE sempre representa, pelo menos aqui, um conjunto complexo de processos e estruturas regidos por algoritmos variados que disparam ações, afetando o meio em que se encontram inseridas.
Uma entidade pode, portanto, ser autônoma (ex. seres humanos) ou controlada (ex. robôs). Pergunta: você estranharia se um robô tivesse somente desejos ou se um ser humano vivesse somente da satisfação das suas necessidades, certo? Bem, deixemos estas questões para as ciências cognitivas, desde que muito bem amparadas pela antropometria e pssicometria, por favor!
Vamos entender, outrossim, como satisfazer uma necessidade ou desejo de uma entidade, seja ela autônoma ou controlada. Uma necessidade é algo que a entidade precisa para realizar uma atividade momentânea capaz de afetá-la “positivamente” ou o meio ao seu redor. Já o desejo envolve o atingimento de objetivos previamente estabelecidos, ou seja, planejado com antecedência.
Por ser premeditado, mexe profundamente com as nossas “expectativas de valor”. Temos aí a origem de muitas das frutações do mundo atual que decorrem justamente do gap existente entre o “valor esperado” versus “valor percebido”. E ele é diretamente proporcional à carga emocional naturalmente envolvida na satisfação dos desejos…
Dimensões de valor
Não há, portanto, nada de errado em robôs terem desejos e humanos necessidades. Somos todos (humanos e robôs) como um VETOR apontando sempre em uma das seguintes “dimensões de valor”: a pessoal, profissional e social.
Independente do desejo ou da necessidade, para se “criar” ou “destruir” valor, é preciso de um “agente de mudanças”, cuja influência é capaz de alterar a grandeza deste vetor. Tal agente pode ser um individuo, uma organização ou o próprio Estado.
Figura i.1. Dimensões de valor e os tipos de agentes de mudança.
Para exemplificar, não poderíamos deixar de exaltar o caso emblemático de Steve Jobs, tratado aqui como mais uma entidade autônoma que simplesmente fundou aquela que seria por muito tempo a empresa mais valorizada do mundo. Veja suas últimas palavras sobre o legado da Apple, já no estágio terminal do seu câncer: 2
Minha paixão foi contruir uma empresa duradoura, onde as pessoas se sentissem incentivadas a fabricar grandes produtos. Tudo o mais era secundário. Claro, foi ótimo ganhar dinheiro, porque era isso que nos permitia fazer grandes produtos. Mas os produtos, e não o lucro, eram a motivação.
Observe que ele encarava a Apple como um poderoso “agente de mudanças”, muito embora a raiz da sua motivação fosse, na verdade, o valor do empreendedorismo que o movia rumo à satisfação de um único desejo: a criação de grandes produtos como assim o foi e continuam sendo o iPhone, iTunes, Toy Story e tantos outros!
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Estes produtos e serviços, considerados miraculosos no mundo moderno, somente puderam nascer graças aos avanços tecnológicos que observamos nas últimas décadas. No entanto, não devemos nunca nos enganar! Por trás de tanta tecnologia, sempre há uma complexa estratégia de negócios…
Sendo assim, antes de falarmos de big data, algoritmos de relevância, inteligência artificial, machine learning e sistemas de recomendação, comecemos pelos primórdios: os processos de inteligência! Vamos lá?
Créditos:
Autoria por Ricardo Barreto
Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: metodologia aplicada aos processos de tomada de decisão
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Saiba mais:
1. Hayek, Friedrich A. The Use of Knowledge in Society, 1945.
2. Walter Isaacson, Steve Jobs: a biografia, São Paulo: Companhia da Letras, 2011.