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Já aprendemos a filtrar dados com inteligência científica. Também já vimos como obter informações científicas relevantes. O que falta agora? Pense comigo: não são só empresas que competem por clientes para obter lucros crescentes… Vivemos num mundo onde a “vantagem competitiva” se dá em qualquer esfera, mesmo no “mundo acadêmico”.
Um pesquisador não está propriamente preocupado com a remuneração que galgará após trilhar uma carreira universitária brilhante. Se fosse este o propósito, certamente teria partido para iniciativa privada, onde os salários são bem mais polpudos. Veja, Einstein abriu mão até mesmo do seu tão sonhado prêmio Nobel para acertos financeiros de um divórcio turbulento…
Todo cientista que se preze busca sobretudo o reconhecimento intelectual e isto pode se dar de diversas formas e em diferentes momentos da sua trajetória na academia. Vamos destacar aqui 3 dos eventos acadêmicos mais importantes e como eles podem decidir, com ainda mais inteligência, sobre qual caminho a trilhar, aumentando as chances de sucesso!
Fililiação acadêmica
Para todo aquele que passa pela “sabatina” de uma boa formação acadêmica, anos afinco nas pesquisas de mestrado e doutorado, chega o momento decisivo de escolher, afinal, a qual instituição de pesquisas deseja afiliar-se. Tal escolha é, de certa forma, vital ao sucesso na sua carreira uma vez que o “ambiente acadêmico” é determinante para propiciar os recursos físicos e humanos necessários na condução das suas pesquisas.
De que adianta um químico orgânico sintético escolher atuar numa universidade que não tenha laboratórios bem equipados e com um belo equipamento de Ressonância Magnética Nuclear? Certamente seus esforços ficarão restritos a pesquisas mais elementares e atividades didáticas, deixando de explorar todo o conhecimento que acumulou.
Vamos supor que você terminou o doutorado com excelência e a sua linha de pesquisas em química orgânica envolva compostos do tipo diazo compounds. Em qual universidade prestaria concurso no Brasil e exterior? Esta é a típica decisão que não deve ser pautada pelo que já se ouviu falar e sim numa pormenorizada análise de dados. Nem sempre o óbvio é a melhor decisão! Analise a tabela abaixo e diga qual escolheria.
Que no Brasil a Universidade de São Paulo seria a TOP 1, isto não tem surpresa alguma. Da mesma forma, para quem é da área, a University of Texas também não é propriamente inesperada porque sabe-se que lá está um dos grupos de pesquisas mais produtivos na área. Agora, venhamos e convenhamos, quem iria imaginar que a Huazhong University of Science and Technology seria uma opção bem interessante na China e possivelmente nem tão concorrida…
Publicando papers
Ok, digamos que você já conseguiu ser aprovado e afiliar-se na instituição de pesquisas mais “competitiva” da sua área. Também já passou por aquela difícil fase inicial de estruturação do laboratório, do corpo de pesquisadores, elaboração de projetos, etc. Tudo pronto! Projetos de pesquisas aprovados em órgão de fomento e rodando a todo vapor…
Claro que os bons frutos, em termos de descobertas científicas, já estão chegando como consequência de uma estratégia científica bem concebida e alunos engajados. Agora, inevitavelmente você se pergunta: onde devo publicar os resultados das minhas pesquisas, meus primeiros e suados papers? Dá sempre um friozinho na barriga de não ser aprovado ou, contrariamente, aquela autoconfiança excessiva típica dos novatos…
Fato é que todo químico que se preze sonha em ter pelo menos uma publicação no tradicional e mundialmente reconhecido Journal of the American Chemical Society (JACS). No entanto, mediante o nível dos trabalhos submetidos, este feito é para poucos. Em minha passagem pela academia daria para contar nos dedos aqueles brasileiros que conseguiram…
Pois bem. Ao observar os indicadores dos periódicos científicos TOP 5, extraídos do observatório mensal de publicações com a TAG específica diazo compound, observou-se efetivamente que o JACS tem disparado o melhor fator de impacto! No entanto, também se observa um dado curioso: o periódico CHEMCATCHEM, apesar de ainda novo, já apresenta um alto grau de colaboração internacional entre os grupos de pesquisas, o que é um sinal de que num curto espaço de tempo terá indicadores bem mais polpudos…
Perseguindo insights
A busca pela grande descoberta cientíca, aquela que pode representar um verdadeiro “salto quântico” em sua carreira acadêmica, somente se dá mediante os insights ou mais propriamente aqueles momentos de extrema concentração e criatividade que os psicólogos chamam de “estado de fluxo” e que propiciam a tal da Eureka de Arquimedes!
Acontece que estes momentos estão longe de ocorrer numa banheira ou debaixo de uma árvore ao cair uma maçã como muitos imaginam. Descoberta científica não se dá por acaso, exceto as raras exceções da serendipitidade… Longe disso. Elas só acontecem perante aqueles que são incansáveis no domínio de determinada área do conhecimento. Aqueles que já erraram muitas vezes, mas que continuam tentando, em seus laboratórios bagunçados, alterando as variáveis, buscando alternativas para novas experimentações, enfim, pesquisando, pesquisando e pesquisando ainda mais!
É muito mais provável que o insight ocorra na frente da tela do computador ao analisar os trabalhos de algum outro pesquisador da área que tenha publicado recentemente algo que, simplesmente, lhe propiciou a “peça” que faltava no SEU quebra-cabeças de pesquisas… Sendo assim, como atividade vital de todo e qualquer método de inteligência científica, deve-se prever o monitoramento dos seus “competidores”, em especial daqueles que estão na “crista da onda”. O que será que o “Michael P. Doyle” ou o Jiang Cheng estão fazendo? Será que minhas pesquisas têm alguma correlação com a deles??
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Vimos, afinal, que a tomada de decisão inteligente em pesquisas científicas está bem mais palpável do que, a priori, poder-se-ia imaginar um cientista. Não é necessária muita sofisticação, nem tampouco a contratação de plataformas caríssimas de analytics em que você se perde no meio de tantos gráficos e números…
Basta um pouco de perspicácia e, acima de tudo, de disciplina e método para organizar e realizar os registros dos dados e indicadores importantes para aferir a relevância das pesquisas. Não caia nunca na falácia de se pautar somente pelos indicadores usuais como o H-index dos pesquisadores ou o fator de impacto dos periódicos. Lembre-se da nossa regra de ouro: as grandes oportunidades estão nas “entrelinhas”!
Créditos:
Autoria por Ricardo Barreto
Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: boas decisões sempre
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