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§ 64
A fórmula do belo. Já tratamos o tema de forma sutil e até mesmo um pouco despretensiosa, mas tenho certeza de que valeu ao menos pela quebra do paradigma encerrado na questão.1 Agora vamos nos ater aos “traços” que definem a beleza, restringindo-nos ao plano físico palpável aos olhos de quem vê com olhos de ver… Não tenho dúvidas de que existe sim uma fórmula estética para “o belo”. Basta perscrutá-lo! Os verdadeiros artistas a sentem quase que intuitivamente, mas nossa proposição aqui se pauta pela lógica, até mesmo onde parece não haver espaço para ela… Resume-se à seguinte equação:
B = R2 . 5(S + H) + 2(13T – 7I)
Onde,
B = Beleza (somente a física);
R = Recursos (qualidade dos mesmos);
S = Simetria (grau de reflexão especular);
H = Harmonia (não cansar a visão);
T = Talento (capacidade inata de combinar elementos);
I = Imperfeições (grau de singularidade dos elementos).
§ 65
Estética do absurdo. Brincadeiras à parte, tal fórmula não existe e seria uma elucubração do empirismo estético! Apesar de existir coisa ainda pior na literatura especializada, nos recônditos acadêmicos dos pseudo-sábios que justificam sua posição por teorias sem relevância prática, seria capaz, outrossim, somente de incitar a curiosidade dos matemáticos e pouco agregaria ao entendimento das raízes que levam aos padrões mais elevados de beleza. O fato é que o belo deve partir de uma seleção apurada dos recursos, buscando a combinação perfeita de elementos para conferir, em igual proporção, tanto simetria como harmonia. Claro que o design perfeito ainda requer uma boa “pitada” de talento, mas a “pegadinha” aqui é a seguinte: sempre deve haver uma sutil imperfeição que sirva apenas para revelar nossa “baixeza” perante o Criador. Aquela tão sutil que passa praticamente imperceptível aos olhares menos atentos. Quase como se fosse um teste para averiguar a habilidade de quem a aprecia. Da Vinci era o mestre destes truques do ilusionismo em suas pinturas e, diga-se de passagem, de muitas outras coisas.2 Pena que ao longo da história muito poucos terão olhares tão apurados como um Steve Jobs ou um Michelangelo.
§ 66
Googletopia. Vamos a um exemplo prático e atual de aplicação desta tal “fórmula utópica” do belo. Nada mais simples e efetivo do que a primeira página do mecanismo de busca que revolucionou a internet: o Google. Todos conhecem a “brincadeirinha” com a logomarca da empresa na barra de buscas, em especial nas datas comemorativas. Vejam com atenção o exemplo a seguir. Notem os padrões de simetria da letra, a harmonia dos tamanhos, as imperfeições ao fundo, a sutileza de posicionamento dos objetos do cenário e, claro, o talento para combinar tudo isto de forma única numa logomarca que simplesmente não sai da nossa cabeça! Alguém por acaso conseguiria ficar enjoado ao abrir seu navegador de internet todo santo dia e se deparar com uma figurinha tão bela e instigante como esta?!
Figura. Exemplo de beleza das coisas: a homepage do Google.
Confesso que, por algum motivo de caráter mais subliminar, sinto até um certo toque de felicidade ao contemplar tal figurinha, mais precisamente aquela usual e toda coloridinha… Tamanha simplicidade, mesclada com um tremendo nível de perspicácia na combinação de elementos e cores, realmente é para poucos. Reflete muito bem a ideologia de vida de Larry Page, um de seus fundadores e criador do algoritmo que pode ser considerado um dos mais importantes dos nossos tempos!
Créditos:
Autoria por Ricardo Barreto
Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena
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Saiba mais:
1. Ibid.
2. Walter Isaacson, Leonardo da Vinci, 1a ed. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017.