Syntons da violência

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GÊNERO LITERÁRIO: crônica

TEMPO DE LEITURA: 00:02:47

Ao contrário do que pode parecer num primeiro momento, a palavra syntons não remete à conotação de sintoma e sim ao significado de causalidade, origem ou raiz. Em química orgânica, por sinal a minha especialidade acadêmica, syntons são “esqueletos carbônicos” básicos, utilizados como precursores de moléculas mais complexas.

Pois bem, mas o que isso tem a ver com a violência? Aparentemente nada, mas filosoficamente tudo! Ora, o retrato da violência perfila pelos nossos olhos diariamente nas ruas, nos noticiários, no trabalho e até mesmo em casa. O que nos falta mesmo é o mínimo “senso de revolta” contra todas as iniquidades, das mais simples até as mais cabeludas!

Por que os bons se vão?

Diante da onda intermitente de atos inconcebíveis que ferem os mais fundamentais direitos humanos, não muito tempo atrás, mais propriamente naquele fatídico ano de 2001, causou-me especial assombro o assassinato do prefeito de Campinas, nosso querido Toninho do PT (naquela época ainda eram poucos os que desconfiavam da quadrilha por trás de um partido).

Em nosso país, especialmente, é sempre muito bom ter uma boa dose de prudência ao se falar bem de qualquer político. Entretanto, neste caso, não hesito em abrir uma honrosa exceção:


_ Toninho, em teus olhos eu via muito mais do que um político honesto e trabalhador, outrossim, o reflexo da esperança de um povo por demais esquecido. Esteja em paz, com a certeza de que nos legou a urgência de uma profunda reforma social.


Discurso moralista

Voltando à análise dos syntons causadores da violência, antes de citá-los, ou propor qualquer tipo de solução, gostaria de fazer um breve exercício de transposição mental.

Imaginemo-nos na situação de um pedinte qualquer, destes de semáforo que em cidade grande tem de sobra. Aos 24 anos de idade, desempregado, vítima dos mais sofríveis traumas de infância, com fome e o semáforo fecha. Pára então um automóvel Audi-A3, vidros entreabertos, som “putz-putz” no último volume e um “playbas” sorrindo, como se a vida fosse um eterno mar de rosas. Quando o pedinte se aproxima com o seu rodinho, o “almofadinha” fecha os vidros rispidamente, dá uma risada, aumenta o som, olha para a “paty” ao seu lado e o ignora friamente…

Como você se sentiria sendo apunhalado pela “exclusão social” todo santo dia? É muito fácil fazer discurso moralista quando se tem tudo de mãos beijadas”

Termodinâmica social

Lembro-me, enfim, de uma frase pichada num muro que lia todo dia, obviamente absorto, no caminho para faculdade em Campinas:

Enquanto não houver justiça para os pobres, não haverá paz para os ricos.

Presumo seja este um axioma perante o qual todos os outros inumeráveis motivos de violência ficam subjugados. A justiça é uma condição essencial, de modo que sem ela estamos fora do equilíbrio e a “termodinâmica social” é inexorável no sentido da correção de quaisquer distorções…

A “fórmula”, portanto, é muito simples. O difícil é exercermos nossa obrigação diária de auxílio ao próximo, numa incessante luta pela distribuição de recursos, sejam eles materiais ou espirituais.

§

Por ora, preocupemo-nos somente em nos informar para que possamos escolher melhores governantes. E que estes ao menos cumpram com o dever de oferecer melhores condições de saúde, educação e segurança à população, além de propiciar um sistema judiciário eficaz que possibilite de fato a reabilitação dos criminosos.

Isto não é impossível. Alguns países já o fizeram. Espero que nas próximas décadas o Brasil tenha cumprido pelo menos os primeiros passos para se tornar um país mais justo. Uma verdadeira pátria para todos os seus cidadãos!

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Autoria por Ricardo Barreto

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  1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.

Uma atitude religiosa

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GÊNERO LITERÁRIO: ensaio

TEMPO DE LEITURA: 00:03:45

Finalizada nossa análise preliminar sobre ética e a moral (partes I e II), adentrando um pouco mais a fundo na natureza do ser humano, além da sua realidade material, o que o distingue dos outros seres da natureza é o fato dele ser consciente e racional que o caracteriza como uma “inteligência autônoma”.*

Isto significa, em última análise, que o ser humano tem consciência da sua existência (física e extrafísica) e ciência do mundo ao seu redor. Tal propriedade lhe confere uma “dualidade” característica, capacitando-o plenamente para tomada de decisão em sua vida, fundamental ao seu equilíbrio físico e mental tão necessários à sobrevivência.

Dualismo existencial

Pode-se dizer, assim, que somos compostos de uma natureza racional, que nos permite harmonizar nossa Consciência perante os diversos dilemas éticos advindos da convivência social, e de uma natureza científica, responsável pela percepção e compreensão dos fenômenos físicos e extrafísicos experimentados no cotidiano. Nesse sentido, nossa evolução está intimamente associada ao desenvolvimento contínuo e harmônico destas duas facetas humanas. Qualquer desequilíbrio pode gerar sérios problemas conscienciais…

Tanto o cientista mais consagrado, preocupado tão-somente com os seus cálculos e experimentos, assim como também o exímio filantropo, que não procura melhorar os seus conhecimentos, correm sérios riscos de perderem o controle psíquico e caírem em estados psicopatológicos, tais como a esquizofrenia, depressão ou até mesmo o pânico.

Logo, é de se esperar que, para atingir um ponto de equilíbrio nesta dualidade do “ser racional” e do “ser científico”, busquemos, de um lado, o aprimoramento filosófico, através da reflexão profunda num constante esforço pela atitude ética, e, concomitantemente, deve-se buscar a assimilação de novos conhecimentos, que nos permitam compreender melhor nossa realidade física e extrafísica, aguçando a “cosmovisão”!

Só daí, a harmonia reinará em todas as nossas interações com o meio no qual vivemos, possibilitando o gozo natural dos Estados Alterados de Consciência – EACs, um importante canal de transcendência para superConsciência e a chave para sanar todos os problemas conscienciais que arruinam as vidas de muitas pessoas.

Da psicologia analítica

De todas as ciências oriundas da filosofia, talvez a psicologia seja a que mais fortemente se liga aos seus princípios fundamentais. A compreensão da psique humana não é outra coisa senão uma profunda reflexão sobre os mecanismos que regem a mente humana e suas implicações comportamentais, coisa que os grandes filósofos gregos já o faziam desde Demócrito.

De qualquer forma, o que realmente nos interessa é analisar um pouco mais a fundo a tal “lei de função transcendente”, propalada por Carl Jung. Ela estabelece que, para os fatos inexplicáveis ao consciente pela razão, gera-se um “conflito consciencial” que só pode ser neutralizado pela concepção de um mundo à parte dos sentidos, mítico ou imaginário…

Muito embora seja este o pilar de toda a psicologia analítica, não fica clara a analogia e transposição do “mundo das ideias” de Platão? Friedrich Doucet, em suas perambulanças pelo universo das “ciências ocultas”, usa esta ideia para explicar a necessidade do ser humano criar um “mundo religioso”, de modo a restabelecer o seu equilíbrio psíquico e evitar o surgimento das graves neuroses do cotidiano.

A concepção religiosa

Segundo este ponto de vista, somente pela religião (ou, melhor dizendo, pela atitude religiosa), pode-se entender a grande saga do homem pela concepção de um Deus, Senhor do seu “mundo imaginário”, tão necessário à existência quanto o próprio ar!

Todavia, o que não se pode compreender são os inumeráveis desvios de conduta ética, em nome desse mesmo Deus, cometidos pelos “pseudo-religiosos” ao longo de toda história da humanidade.

Até quando ouviremos estes falsos profetas? São eles, como já dizia nosso grande Mestre Jesus, “cegos guiando cegos”. Se olharmos para trás, ver-se-á quantas atrocidades já cometeram nossos antepassados: os horrores da inquisição, as cruzadas sanguinolentas e tantos outros fanatismos que continuamos a assistir ainda hoje, como o inconcebível atentado suicida do 11 de setembro de 2001.

§

Finalmente, não é a extinção das religiões que devemos defender e sim o fim do seu enfoque como instituição humana. O vislumbre do “poder monástico” é inequívoco. Viu-se até recentemente a ascensão de um papa (Bento XVI) dizendo que rezava para não ser papa…

Certo estava Pestalozzi ao afirmar que “a verdadeira religião é a moralidade”. Por isso, tenho hoje a convicção plena de que o melhor é sermos os “pastores de nós mesmos”. O livre-pensamento pressupõe a ausência de qualquer arbitrariedade, o que possibilita a escolha das doutrinas e filosofias que melhor se enquadrem ao estágio evolutivo de cada um. Daí, para a auto-realização, tem-se outra jornada!

 

* Cabe salientar a outra categoria de “inteligência programada” que é totalmente controlada por algoritmos, sem verdadeira autonomia de ação. Via de regra, a autonomia é aparente e só a lógica da sua programação pode revelar as nuances.

 

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Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Para um maior entendimento sobre o termo EAC, vide A Loucura Benigna, publicado pelo autor em Livrovivo 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.
  3. Friedrich W. Doucet, O Livro de Ouro das Ciências Ocultas, 2002, Ediouro, 37.

Além do terror

#ricardobarreto #livrovivo #crônicas #terrorismo #11desetembro

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GÊNERO LITERÁRIO: crônica

TEMPO DE LEITURA: 00:01:54

Eis o prelúdio do presente milênio: duas torres, símbolos colossais do capitalismo e liberalismo americano, dois aviões sob o comando de terroristas suicidas, uma nação abalada e todo o mundo em alerta!

Qualquer busca de uma explicação minimamente plausível para esta tragédia requer muito mais do que uma análise rigorosa dos precedentes históricos subjacentes, outrossim, uma capacidade de discernimento e autoanálise sobre a mensagem filosófica encerrada naqueles escombros…

De quem, afinal, é a culpa?

Em realidade, todos nós temos nossa “pequena parcela” de culpa. Isto mesmo!

Ao sustentarmos as desigualdades do dia-a-dia, na miríade de campos da vida humana, que só fazem alimentar o preconceito nas suas mais variadas formas.

Nada me parece mais cabível, neste trágico contexto, quanto uma sábia frase de meu literato vozinho Silva Barreto:

“Não há grandeza naquilo que se constrói sobre a miséria de um povo”.

É doloroso admitir, mas não precisamos voltar muito atrás para constatarmos as inúmeras atrocidades que os Estados Unidos da América já cometeram contra vários povos ao longo da história, em nome da sua “autointitulada democracia” !

Mais descabido ainda seria frisar como causa o fundamentalismo religioso, afrontando a comunidade islâmica, quando a única “fonte do terror” não é outra senão as próprias imperfeições humanas, as quais são inerentes a qualquer tipo de credo ou política.

Liberdade duradoura*

Vamos lá! Nosso ilustríssimo ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (não mais tão ilustre para muitos), mais uma vez nos brinda com uma das suas frases retóricas nos seus momentos de sensatez:

“A paz é muito mais que o contrário da guerra. Ela é o corolário da justiça”.

Ora, o mais bonito nisso tudo (digo das palavras soltas ao vento) é ver quando a sociologia efetivamente sai do papel…

A verdadeira “Liberdade Duradoura” não se conquista bombardeando um país em frangalhos, fazendo-se reféns ou muito menos trocando-se de governos…

O alicerce deve estar, sobretudo, numa luta inaudita pela redução das desigualdades sociais a nível mundial, sendo que as nações mais desenvolvidas têm aí um papel preponderante.

Respeito à liberdade dos povos, perdão às dívidas dos países pobres e mobilização de fundos para o combate à miséria em nível global, eis as medidas que urgem após os atentados de “11 de Setembro” e outros que o sucederam e ainda estão por vir…

§

Além do terror, vê-se aqui sob a ótica da razão pura e cristalina que, das grandes tragédias da humanidade, surtem as maiores lições para a vida humana neste planeta!

Cabe ainda salientar que, em relembrando o passado, desenvolvemos nossa capacidade de vivenciar o presente e, acima de tudo, planejar o futuro…

Não há mudança mais efetiva do que aquela que reside dentro de cada um de nós, em nossa alma, ou melhor, em consonância com a nossa inteligência.

* A Operação Liberdade Duradoura (em inglês: Operation Enduring Freedom, OEF) é o nome oficial dado pelo Governo dos Estados Unidos da América para a resposta militar aos Ataques de 11 de Setembro de 2001 (extraído da Wikipedia em 04/11/18 às 13:40).
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Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.
  2. Barreto, S. A Voz da Poesia, 2001, Jubileu de Prata, p. 25.
  3. Cardoso, F.H. Veja, 2001, 1732, p. 184.

Estado de fugacidades

#ricardobarreto #livrovivo #crônicaspolíticas #regimesdegoverno

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GÊNERO LITERÁRIO: crônica

TEMPO DE LEITURA: 00:02:44

 

Pois bem! Por que será que todos os regimes de governo que conhecemos até hoje falharam? Entenda.

 

Todo “estado soberano”, sem distinções geográficas, temporais ou circunstanciais, e por força da sua significância, deve ser exercido sob a égide de três pilares fundamentais:

  1. Uma economia robusta e igualitária;
  2. Governantes éticos e capacitados;
  3. Cidadãos atuantes e bem instruídos.

Muito utópico, no entanto, seria admitir que algum dos vários regimes de governo que a humanidade experimentou ao longo da história tenha tido, ao mesmo tempo, estes três pilares firmemente estabelecidos.

Desde os regimes mais democráticos, tais como a república, anarquia e o parlamentarismo, aos estados totalitários como os impérios, a monarquia e ditaduras, todos, sem exceção, falham total ou parcialmente em um ou mais destes aspectos! Vamos conhecer alguns casos emblemáticos?

Brasil: uma ditadura minimamente castrante

Em uma ditadura militar, como a que o Brasil experimentou nas décadas de 60, 70 e início dos anos 80, mesmo com a força aparente do chamado “Milagre Econômico” da industrialização, dois outros pilares foram seriamente abalados.

Um deles pela falta de ética dos governantes que simplesmente privaram a sociedade de um dos seus maiores bens: a liberdade individual! O outro ruiu como consequência do primeiro, pela impossibilidade de atuação política dos cidadãos.

Não é preciso dizer o que acontece quando dois pilares de uma estrutura em tríade estão nitidamente comprometidos… O conhecido movimento das “Diretas Já” falou por si!

Argentina: a economia em frangalhos

Tivemos também a derrocada vexatória do governo De La Rua Cavallo, na Argentina, que trouxe à tona a cabal importância de se manter o equilíbrio da “construção estatal”.

Desde o início da década de 90, ainda no mandato de Menen, a economia do país já transparecia problemas estruturais sintomáticos. Mesmo com a hiperinflação controlada, a paridade peso-dólar somente mascarava o verdadeiro mal do país: o déficit comercial !

Somado a isto, uma onda avassaladora de governantes corruptos e incapazes tecnicamente terminou por ruir o que restava da autointitulada “Europa das Américas”…

EUA: o sonho democrático verossímil

Por outro lado, nos últimos séculos e mais intensamente nas últimas décadas, temos observado exemplos promissores de regimes democráticos bem sucedidos, principalmente na América do Norte e em alguns países da Europa.

Claro que estão muito distantes ainda do pleno equilíbrio da tríade estatal. Apesar das instituições funcionais, pautadas por constituintes amadurecidas e respeitadas ipsis litteris em todas as instâncias, de tempos em tempos sempre há uma ameaça “populesca”…

Entretanto, se o mundo não for abalado por mais uma guerra absurda e ainda, se a verdadeira transformação acontecer no que tange a ética individual, acredita-se que estão no caminho certo!

§

Certa vez, nos bons tempos do colegial, quando o “idealismo puro” ainda se faz presente, lembro-me de um professor de história (o saudoso Prof. Naur) ter dito em aula que o melhor regime de governo seria o anarquismo.

Depois de muito refletir sobre sua afirmação, juro que não consegui chegar nesta visão por mais que me esforce… Me pergunto: por que será que todos os regimes de governo que conhecemos até hoje falharam?

Algum tipo de “autogestão representativa” só terá seu lugar quando cada um de nós tiver muito bem desenvolvida a “consciência ética” antes da “consciência política”… Acontece que este nível de compreensão está bem distante da realidade física do nosso mundo que ainda é “demarcado” por países e regido por leis humanas, susceptíveis aos seus próprios erros!

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  1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.

Princípios morais e éticos – parte II

#filosofia #ética #epicuro #éticaevolucionista #ricardobarreto

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TEMPO DE LEITURA: 00:02:16

A ética faz parte da filosofia, matéria esta que vale a pena conhecer mais a fundo, haja vista que é não só o germe de todas as ciências, mas também a condição essencial para que o ser humano atinja sua tão almejada plenitude consciencial!

Este estado, tão obscuro e distante para muitos, principia pelo esforço propalado na Grécia antiga por Sócrates na forma popular do “conhece-te a ti mesmo”…

Esta máxima, por si só, corporifica boa parte do que se precisa saber para discorrer sobre qualquer tipo de análise ética. De qualquer forma, não pudemos deixar de lançar aqui as nossa próprias bases… Confiram!

Para que serve a filosofia?

Etimologicamente, a palavra filosofia significa o “amor à sabedoria”, muito embora seu real conceito seja a busca do discernimento, a compreensão do propósito das nossas existências e das leis que regem o universo. Acontece que esse entendimento da nossa natureza mais íntima e do nosso papel no universo está bem longe do trivial…

Quantos não foram os grandes pensadores que já não o tentaram além de Sócrates? Platão, Santo Agostinho, Spinoza, Nietzsche, Sartre, etc. E chegaram, quando muito, num sistema “falho ou incompleto” que logo seria contraposto por outro grande pensador.

Isto se dá, em verdade, porque não existe uma teoria única capaz de sistematizar leis e princípios genéricos, que nos levem mais rapidamente à sabedoria e felicidade. Esta é uma condição peculiar a cada indivíduo, dependendo exclusivamente da sua trilha evolutiva, galgada pelas experiências pessoais e na capacidade de aprendizado.

O que é, afinal, a felicidade?

O filósofo Epicuro buscou a tão sonhada felicidade aqui mesmo no plano físico, idealizando o “jardim dos prazeres”, onde a liberdade das paixões propiciasse um meio de ascensão espiritual…

Por sua vez, Platão pensava de forma diametralmente oposta, plasmando formas abstratas, onde a beleza suprema seria  possível, conquanto soubéssemos concebê-la no “mundo das ideias” !


A sabedoria está intimamente relacionada com a felicidade de cada um, a qual pode ser definida como sendo um estado de contentamento, caracterizado pela satisfação de todas as vontades ou desejos.


Muitas pessoas, todavia, se distanciam do processo de autoconhecimento em busca da felicidade ao estabelecerem vontades, ou paixões, que transgridem os limites da ética, contrapondo os interesses dos seus semelhantes.

Neste ponto, gera-se um “conflito consciencial”, pois a satisfação da sua vontade significa o prejuízo da vontade de outrem e a ética prima justamente pelo bem estar do maior número possível de pessoas…

§

O grande “elixir” da filosofia, portanto, é o discernimento intrapessoal e transpessoal, capaz de equilibrar as nossas vontades com o meio social, sem contrapô-las ao bem estar da maioria.

Desta forma, mais uma vez enfatizando o cerne do Novo Testamento, além de servir à sua própria satisfação, pode-se almejar, num estágio mais avançado, à satisfação do próximo!

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  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.

Sonho versus ambição

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TEMPO DE LEITURA: 00:01:39

Talvez a capacidade de viver em devaneios não seja um mero capricho infantil, outrossim uma forma de se perpetrar a esperança na vida! Muitos chegam até mesmo a dizer que, na verdade, a vida só acaba quando deixamos de sonhar…

Realmente, esta parece ser uma necessidade intrínseca do ser humano. Precisamos constantemente gerar expectativas nas quais possamos nos apoiar. Uma “espécie de combustível” que nos impulsiona rumo às conquistas, sendo a maior delas a tão almejada felicidade!

Entretanto, há certa “confusão conceitual” na mente de muitas pessoas, simplesmente por não conseguirem discernir o sonho da ambição. Vamos agora esclarecer este ponto de uma vez por todas!

Trocando em miúdos…

Sonhar é algo natural, inocente e prazeroso. Surge na forma de uma simples ideia que brota inesperadamente do nosso inconsciente (e não do subconsciente como alguns pensam), em geral nos momentos em que a mente se encontra num estado de paz e harmonia que também podemos chamar de “estado da superconsciência”.

É, portanto, muito diferente da ambição que é uma ideia bem mais elaborada e recorrente, chegando a ser em alguns casos até mesmo compulsiva. Ela advém, via de regra, de necessidades mundanas, as quais são movidas, por sua vez, pelo orgulho, a inveja e a tola vaidade!

Não quero dizer que a ambição seja totalmente ruim, mas deve vir sempre muito bem balanceada por uma boa dose de ética e moral para que não caia no perigoso “vislumbre maquiavélico”…

Adulto também pode e deve sonhar!

Quem foi que disse que somente as crianças podem sonhar? Muito pelo contrário! Adulto também pode e deve sonhar… Seria como uma doce “lição de casa” a que todos nós deveríamos nos incutir sempre, procurando inclusive maneiras de estimular através do ócio criativo.

Quão fascinante não seria notar que, com o passar do tempo, nossos sonhos mudam da água para o vinho… Quer prova mais cabal do quanto nos modificamos interiormente no curto espaço de tempo de uma vida?!


Pois bem! Os sonhos mudam e muito, mas o mesmo não acontece tão incisivamente com a “personalidade” por trás deles…


Veja o meu caso. Aos quatro anos de idade, imaginem só, eu sonhava em ser Presidente da República. Com nove seria o máximo se fosse campeão de Karatê. Já, na adolescência, quando a realidade começa a falar mais alto, tudo o que eu mais queria era entrar numa boa faculdade. Hoje, sem precisar revelar a idade, posso dizer sem dúvidas que o meu maior sonho é atingir a auto-realização através da meditação.

Não obstante, o que mais me entristece é perceber que, com o passar dos anos, as pessoas começam a confundir os seus sonhos com ambição. RESULTADO: nunca estão satisfeitas com suas vidas e sempre querem algo mais!

Neste ponto, não vejo outra saída senão uma severa “sabatina” que só pode ser conferida em doses “quimioterápicas” e por nós mesmos. Ou, da pior forma, quando a própria vida se encarrega de nos mostrar o caminho…

Ah! Como seria tão incrivelmente mais simples se nós apenas sonhássemos em ser felizes, conectados ao nosso Pai e ajudando aos que também anseiam em  chegar lá!

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Autoria por Ricardo Barreto

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  1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.

Princípios morais e éticos – parte I

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TEMPO DE LEITURA: 00:03:24

Já fizemos noutra oportunidade uma importante distinção entre ética e moral. Agora, dar-se-ão subsídios aqui que reforçam esta tese e serão também analisadas as suas implicações socioculturais.

A grande confusão se dá porque existe um costume de se associar a moral diretamente com religião, o que não está incorreto, apesar da necessidade de se estabelecer um conceito mais abrangente: o da moralidade!


A moralidade é um estado imanente do ser, absoluta, intrínseca à sua existência. Uma condição de plenitude consciencial que todos devem atingir independente de credo, espaço e tempo.


Daí decorre sua maior diferenciação da ética que constitui uma condição mutável, temporal, geográfica e evolutiva, na medida que o indivíduo convive em sociedade.

Vê-se, portanto, que a ética é evolucionista e o seu propósito se resume em atingir a moralidade, através da moral ou mesmo sem ela… Um indivíduo pode perfeitamente ser ético sendo amoral. Outro, porém, pode primar pela moral e ainda assim faltar com a ética. Com qual você ficaria?!

A busca da “moralidade”

A condição ideal para se atingir o estado de “moralidade” seria um perfeito equilíbrio desses dois atributos, mas seus extremos também podem e devem chegar lá…

Não tenho a menor pretensão de relembrar aqui todos os princípios morais necessários à busca pela moralidade, nem tampouco de traçar uma “fórmula” de conduta ética infalível, todavia, é possível destacar pelo menos alguns dos pontos mais importantes que podem sim nos ajudar em diversas circunstâncias da vida cotidiana.

Com este intento, me valerei apenas da exemplificação cristã, sem desmerecer, de forma alguma, qualquer outra fonte religiosa de boa-conduta moral, cuja história da humanidade está certamente repleta.

Penso que a doutrina do Cristo (considerado um dos maiores “iogues” da história pelos hindus)  veio complementar de forma esplendorosa a máxima socrática, acentuando a importância única do “amar ao próximo como a si mesmo”.

Eis o axioma moral que resume todas as virtudes e que nos pode conduzir ao estado de felicidade que tanto almejamos. Entretanto, deve-se lembrar que, para amar ao próximo, deve-se amar, antes de mais nada, a si mesmo!

Virtude ou “escândalo”

Acontece que o amor-próprio requer algo nada fácil: o autoconhecimento, um estágio que só pode ser despertado quando deixamos de ignorar o significado de virtude…

Nesse sentido, por mais estranho que pareça, uma das formas mais simples de se buscar a virtude é descartando-se todos os seus males. Daí, já dizia o evangelho:

Ai do mundo por causa dos escândalos; pois é necessário que venham escândalos; mas ai do homem por quem o escândalo venha.

O que pode, de fato, ser considerado um escândalo? No  senso vulgar, costuma-se dizer que escândalo é toda ação cuja repercussão confronte a moral e os bons costumes. Contudo, nos ensinamentos de Jesus, a palavra escândalo é empregada de forma mais ampla, significando tudo aquilo que deriva das imperfeições humanas.

Todo mundo já deve ter ouvido falar daquele famoso ditado popular que “há males que vem para o bem”. Pois bem! É justamente através dos “males”, ou escândalos melhor dizendo, que os desígnios divinos se fazem mais presentes, corrigindo as imperfeições humanas.

Ao errar, o indivíduo expõe suas deficiências e rende-se ao aprendizado, sem precisar mais passar pela temerosa pena de talião… Sua única pena é a própria Consciência!

Saiba o que é karma

Na sua essência, nada mais é do que a infalível lei de causa e efeito. Aqueles cujas ações se fundamentam em princípios amorais, ferem as regras de conduta e prejudicam o seu próximo. Logo, para tomarem consciência do mal que o fazem, esta lei natural permite que este indivíduo experimente o mesmo mal que provocou, de modo a orientá-lo a não mais cometê-lo…

Não existe, portanto, o tal “castigo de Deus” da forma que muitos o pregam, outrossim, o resultado das nossas próprias más ações, fruto do livre-arbítrio de cada um, aliás, este sim pode ser considerado o nosso bem supremo!

Para tristeza de muitos, o mundo encontra-se ainda repleto de escândalos, pois as pessoas que nele habitam persistem no erro, alimentados pelos sentimentos de inveja, orgulho, cobiça, intolerância, etc. À medida que individualmente se acumula virtudes e se aprimora moralmente, a humanidade também evolui, podendo chegar um dia a um estágio superior.

Cabe salientar, no entanto, que as “expiações”, impostas pelo karma, são os artifícios pelos quais cada Consciência, em pleno uso de seu livre-arbítrio, decidem passar para acelerar a sua marcha evolutiva. Lindo isto, não é mesmo!?

Por fim, sabendo agora o que realmente é um “escândalo” e qual o seu real propósito, vamos então tentar compreender melhor uma das assertivas mais polêmicas de Jesus:  “se a vossa mão ou o vosso pé vos é objeto de escândalo, cortai-os e lançai-os longe de vós”.

Mais uma alegoria primorosa do Mestre Iogue, alertando-nos para o fato de que o ser humano deve tentar banir de si toda fonte de maus sentimentos e vícios, de modo a se tornar um ser melhor para si e para os outros, mais moral e ético (nunca e/ou)!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:

  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Kardec, Allan, O Evangelho Segundo o Espiritismo, 2002, 119o ed. cap. 8, pg. 152-153.

As memórias de mim mesmo e ponto

#ricardobarreto #contos #memórias

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TEMPO DE LEITURA: 00:01:44

Vamos lá?! Sou daqueles eternos otimistas, que insistem em achar que o ruim pode ser bom…

Acredito sim que o verdadeiro discernimento do que é bom ou ruim, além da relatividade implícita a cada “observador”, fruto de suas crenças, só vem depois de muito tempo e, claro, com a experiência…

Certa vez, lembro-me de ter dito a um colega:

 

_ É melhor passarmos por poucas e boas do que muitas e ruins!

 

Ora, esta é uma condição ideal, que só podemos nos dar ao luxo de desfrutar depois de exercitarmos exaustivamente a arte probabilística da díade tentativa-erro.

Nossa escolhas

Quero dizer que, na vida, são cruciais as escolhas que fazemos pelo simples fato de que poucas coisas são realmente importantes e, muitas das vezes, só nos damos conta disso, quando já as perdemos. O fato é que fica muito mais fácil de analisar se elas são efetivamente boas ou ruins para nós quando são poucas!


A vida é curta demais, no entanto, da matéria ao espírito vislumbra-se a eternidade!


Meus pais costumavam dizer-me sabiamente ainda quando “pipoco”:

 

_ O que somos hoje é o resultado do que fomos ontem…

 

De fato, são elas (as nossa escolhas) que determinam o rumo dos acontecimentos em nossas vidas, independente de qualquer julgamento pessoal, objetivo ou subjetivo, de quem quer que seja!

Não acredito mais (e já faz um bom tempinho) nesse negócio de destino… Somos sim 100% responsáveis pelos nossos atos e rumos!!!

O viajante

Meus amigos, ou aqueles que me conhecem um pouco mais a fundo, não cansam em me dizer, durante nossos inumeráveis momentos de descontração (que por sinal têm sido cada vez mais escassos no quesito de companhias):

 

_ Cara, como você viaja na batatinha…

 

Isto mesmo. Prefiro ser um “viajante” imbuído de conteúdo do que um “normal” destituído de propósito que se valha!

Quando estou relaxado, entre pessoas afins e sob uma atmosfera propícia, sinto-me numa espécie de transe. Minha Consciência enleva-se e toda vibração que se me assemelhe é facultativa de ressonância, de modo que os efeitos podem ser minimamente inusitados…

Pode parecer meio estranho para muitos, ou até mesmo engraçado para outros (e tragicômico para alguns) porque no cotidiano sou extremamente “normalizado”… [hehe, adoro dicotomias]

 

Bom, chega de balela meus caros! Por enquanto isto é só o que vocês precisam saber sobre mim. O resto ficará implícito nas histórias que se seguem…

Não gosto de estória. Vários personagens aqui estão muito aquém da ficção… São, outrossim, pessoas do meu convívio: familiares, amigos, colegas, transeuntes, pedintes, etc.

Por isso tomarei o devido cuidado, em alguns casos, de mudar os nomes. No entanto, para aqueles que me conhecem, talvez seja bem fácil de reconhecê-los.

Notar-se-á ainda que, na grande maioria das passagens, não existe uma sequencia cronológica muito clara dos eventos, nem tampouco um encadeamento perfeito de ideias, mas com a devida atenção tudo se encaixa no final.

Paciência àqueles que se dispõem a adentrar nos mais periclitantes contos de um louco pela vida, levando uma vida nem tão louca assim! Numa jornada que só pode começar e terminar nas memórias de mim mesmo…

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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  1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.

Ética evolucionista – parte II

#filosofia #ética #éticaevolucionista #ricardobarreto

FORMATO DO CONTEÚDO: blog post

TEMPO DE LEITURA: 00:02:01

Sobre a ética, afinal, qual é o real significado desta palavra de que tanto ouvimos falar? Os dicionários e as enciclopédias, em geral, costumam defini-la como “uma parte da filosofia que aborda os fundamentos da moral”.

Ao analisarmos sua raiz etimológica, constata-se que a palavra ética deriva do grego ethike que significa moral. Sendo assim, poder-se-ia concluir, a priori, que ética e moral são basicamente “os dois lados da mesma moeda”…

Nunca é tão simples assim! Existe uma sutil diferença que poucos enxergam, mas nem por isso devemos negligenciá-la. Pelo contrário, tentar-se-á, outrossim, diferenciá-las aqui de forma inequívoca.

Moral versus ética

A moral seria tudo aquilo que deriva dos princípios religiosos, enquanto que a ética emana das regras de conduta que regem a sociedade, sem necessariamente possuir uma ligação com esta ou aquela religião…

É importante frisar ainda que, assim como existe uma ética pessoal que rege a relação entre os indivíduos, também há uma ética institucional que contempla a relação entre as instituições.

Deve-se observar que as relações entre governos, empresas, ONGs e universidades, invariavelmente, afetam as pessoas e não podem assim ser tratadas de forma independente. Estão relacionadas e são de extrema importância para harmonia da sociedade como um todo!

Ciência, filosofia ou religião?

Desde os primórdios da civilização, o campo da moral sempre esteve diretamente relacionado com a religião, entretanto, coube à filosofia, no devido momento, dar-lhe um tratamento mais racional e menos impositivo…

O legado moral de Jesus Cristo, que deu origem ao Novo Testamento, passou posteriormente por inúmeras “análises críticas”, dentre as quais pode-se destacar o crivo da razão de São Paulo, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, antes de consolidar o catolicismo tal como o conhecemos na atualidade…


Independente de credo, seria impossível negar outras doutrinas religiosas como o judaísmo, islamismo, hinduísmo e o budismo, todas com um papel extremamente profícuo à humanidade, proporcionando considerável evolução moral dos indivíduos, donde podiam sorver os princípios necessários ao seu crescimento pessoal e interpessoal.


Nos últimos séculos, entretanto, tem-se observado uma transição gradativa desse modelo para o humanismo, começando pelos movimentos de reforma religiosa, seguidos pela eclosão da ciência moderna, o comunismo e, mais recentemente, com o avanço da globalização política, econômica e social na onda do neoliberalismo… Surgem, afinal, as primeiras “tecnorreligões”!

O que é uma “tecnorreligião”?

As pessoas estão, de certa maneira, caminhando para um “ecumenismo”, regidas pelas suas próprias necessidades materiais e espirituais e não mais impingidas por dogmas religiosos. Está se formando, aos poucos, uma sociedade de livre-pensadores!

Não mais no sentido original do termo, propalado pelos liberalistas do século XVIII, mas resgatando-o com o intuito de cunhar os indivíduos libertos dos preconceitos impostos invariavelmente pelas instituições religiosas que acabam cerceando o intercâmbio de ideias e comprometendo o crescimento interpessoal.

Indo além do neoliberalismo, a “tecnorreligião” propalada recentemente por Yuval Harari exprime o humanismo ligado à evolução tecnológica, numa fusão perfeita do conceito de HOMO DEUS !

Seja “livre-pensador” ou  HOMO DEUS, o fato é que este não é necessariamente cético, nem materialista, muito menos ateu! Somente assume uma postura dita “areligiosa” para poder estar sempre aberto ao aprendizado e aproveitar as oportunidades oriundas das novas tecnologias, sem amarras ao verdadeiro livre-arbítrio…

 

Em vista dos desafios impostos pelo novo milênio, cabe-nos a tarefa de fazer um estudo elucidativo sobre a ética e suas implicações evolutivas, fundamentando seus princípios filosóficos e morais, os quais serão aplicados em 7 áreas emblemáticas, nas sendas da política, sexo, religião, ciência, estética, bem como nos mundos “virtual” e corporativo.

Estes não são “os 7 pecados capitais”, mas foram escolhidos propositalmente para representar os aspectos que considero de suma importância aos que se interessarem pela busca da compreensão de cada uma das indagações supracitadas, de modo que o Leitor possa, ao final, estabelecer suas próprias respostas através da experiência pessoal e intransferível…

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:

  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Harari, Yuval Noah, Homo Deus: uma breve história do amanhã, 1a ed. Companhia das Letras, 2016.

Síntese filosofal

#ricardobarreto #poesia #síntesefilosofal

FORMATO DO CONTEÚDO: poesia

TEMPO DE LEITURA: 00:00:34

O ensejo de escrever vem-me do fundo d´alma!

Quero me fazer compreender, sem ofender,

por aqueles que tenham, ao menos, um “dedinho” de calma…

 

Falta-me métrica, falta-me rima,

talvez seja esta a minha sina…

Como poeta, não sei se valho!

É no conteúdo que concentrarei o meu trabalho.

 


A poesia é a síntese filosofal.


Uma “draga” das nossas impurezas!

Só reluz nas mentes desprovidas de mais-valia,

colorindo a vida tão surrada de tristezas…

 

Emoção, reflexão e razão, emparelhadas,

constituem o liame que nos aprisiona e liberta…

Do que? D’abissal ignorância!

 

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:

  1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.