Os 7 fatos que definem uma STARTUP

A “nova economia” tem assistido um fenômeno relativamente recente que ganhou força após a eclosão da bolha das empresas ponto COM no final da década de 90.

Estamos falando mais propriamente do movimento das empresas do tipo startups. E com ele têm surgido naturalmente inúmeras definições, proposições e metodologias. Talvez uma nova por dia, o que traz certa confusão ao público de interesse…

Para desmistificar este termo, buscaremos inspiração nos Mestres e nos fatos para estabelecer a nossa própria definição.

Segundo Steve Blank, professor de empreendedorismo em Stanford, uma startup é uma organização temporária na busca por um modelo de negócios escalável, reprodutível e lucrativo.

Já o seu discípulo Eric Ries (também do Vale do Silício e propalador do movimento lean startup), traz um toque especial ao firmar que uma startup é uma instituição humana desenhada para criar um novo produto ou serviço em condições de extrema incerteza.

Ambos estão corretos, mas vamos nos ater antes de mais nada aos fatos, mais precisamente 7 fatos:

  1. Startups nascem pequenas: a quase totalidade das startups se enquadra originalmente como uma micro ou pequena empresa. Só para se ter uma ideia, os Estados Unido contabilizam cerca de 5,9 milhões de pequenos negócios, sendo que aproximadamente 126 mil são startups;
  1. Startups são escaláveis: apesar de nascerem pequenas, as startups têm a vocação para serem grandes. Sua existência depende da repetibilidade e da escalabilidade do seu modelo de negócios. Por este motivo, seus cofundadores almejam nada menos que faturamentos de centenas de milhões de dólares, quiça bilhões… E, de fato, talvez esta seja a mais importante de todas as características de uma startup. São empresas que crescem persistentemente no nível dos 2 dígitos e, por vezes, até de 3 dígitos;
  1. Startups inovam radicalmente: claro que para crescerem desenfreadamente precisam ter uma fonte perene e sustentável de vantagem competitiva, a qual só se consegue pela inovação. Não importa se a empresa é um site de e-commerce, uma mercearia ou uma consultoria de gestão, uma startup tem que ser inovadora, seja nos seus produtos/serviços, em processos e/ou no modelo de negócios. E este é o “calcanhar de Aquiles” das grandes corporações que são extremamente burocráticas para provocar inovações disruptivas;
  1. Startups são “amigas” do caos: pouquíssimas organizações “humanas” têm a aptidão de sobreviver em condições de extrema incerteza como as startups. Como uma espécie de autodefesa, elas costumam se aglomerar em clusters que são verdadeiros pólos tecnológicos batizados de “ecossistemas de startups“. Alguns exemplos clássicos são o Vale do Silício, Shangai, New York, Bangalore, Israel e São Paulo. Somente no Vale do Silício (mais especificamente na bay area) estão cerca de 27.600 startups;

  1. Startups são instituições humanas: Nietzsche estaria certo se afirmasse hoje em dia que uma startup é humana, demasiada humana, para espíritos livres… Brincadeiras a parte, é comum ouvir que uma startup é maior do que a soma das suas partes. Isto porque ela vai além do produto ou de uma tecnologia inovadora, ela mexe com a complexidade dos desejos humanos… E é exatamente por isso que a metodologia de escolha para gerir o processo de uma startup (chamada customer development) é centrada justamente nele: o cliente, humano;
  1. Startups são compráveis: muitas delas são financiadas quase que totalmente pelos seus próprios cofundadores ou, quando muito, estes levantam pequenas quantias de capital de risco através de “investidores-anjo”. Esta flexibilidade financeira facilita muito os processos de aquisição (na ordem de alguns milhões ou até bilhões nos casos de empresas unicorn do Vale do Silício) por grandes companhias que buscam expertise e o próprio negócio para acelerar a inovação em áreas estratégicas;
  1. Startups são temporárias: se foram compradas e incorporadas por uma grande empresa perdendo a identidade original, ou porque realmente não atingiram o “alvo” propulsor da tração de crescimento, fato que é comum dado o risco inerente ao caráter extremamente inovador de suas tecnologias e modelos de negócios. Por este motivo, estas empresas dificilmente duram mais do que 3 a 5 anos após o lançamento.

Ok, finalmente estamos munidos de fatos para propor a nossa própria definição e o mais abrangente possível:

Uma startup é uma organização humana afeita ao risco, com tração anormal para o crescimento e pautada pela inovação de experiência.

 

Autoria por Ricardo Barreto

Agradecimento aos compartilhamentos nas redes sociais

Permitida a reprodução mediante backlink para ricardobarreto.com

Para saber mais:

Angel List (plataforma de startups e investidores): https://angel.co/locations

Steve Blank, THE STARTUP OWNER´S MANUAL, California, 2012.

Eric Ries, THE LEAN STARTUP, New York, 2011.

As 10 características únicas do perfil empreendedor

Você gostaria de ter o talento empreendedor de um Steve Jobs?

Bem, acredito que ninguém em sã consciência negaria o anseio de poder fundar a empresa mais valiosa do mundo!!!

Brincadeiras à parte, vamos procurar entender melhor aqui o que está por trás do perfil (pessoal, profissional e psicológico) destes seres que poderiam ser considerados os verdadeiros “super-homens” da atualidade no sentido nietzschiano da palavra…

Já vimos noutra ocasião o conceito de empreendedor e o que diferencia o empreendedorismo de oportunidade do empreendedorismo por necessidade. Também vimos a importância de que o empreendedor tenha conhecimentos e capacidade no sentido de desenvolver novos produtos e processos, passando por todas as etapas que vão desde o surgimento da ideia até o lançamento do produto ou a implementação do novo processo.

Apesar de todos estes conhecimentos e capacidades poderem ser desenvolvidos ao longo da vivência profissional de cada um, existem alguns traços de personalidade que, quando associados, resultam num perfil característico do empreendedor de sucesso. Vejamos quais são estas 10 características únicas do perfil empreendedor:

  1. São visionários: têm a visão completa do empreendimento mesmo antes do próprio sonho realizar-se;
  2. São decididos: é quase impossível de ouvir um empreendedor dizendo _Hum, não sei como agir neste caso… Não têm dificuldade alguma para tomar decisões, mesmo nas circunstâncias mais incertas;
  3. São exploradores: o drive de suas vidas é a busca do desconhecido. Explorar novos espaços de mercado, novos atributos de valor e novas possibilidades de experiência ao cliente. Para eles, quando uma atividade se torna altamente previsível, este é exatamente o momento em que ela perde a graça… São avessos à rotina nos negócios;
  4. São determinados, dedicados e dinâmicos: de nada adianta uma pessoa ter visão, se não conjugar estas 3 qualidades para realizá-la. Portanto, acima de tudo, os empreendedores são persistentes, ao ponto de serem taxados como “turrões” pelos mais íntimos… O dinamismo também é importante porque conseguem iterar rapidamente superando os obstáculos;
  5. São otimistas e apaixonados: diga se tem brilhos nos olhos que te direi quem és!!! Sim, a quase totalidade daqueles que têm este traço amam o que fazem;
  6. São independentes: gostam de aplicar ao máximo seu expertise para depender o menos possível dos outros para realizar suas visões;
  7. São líderes bem relacionados e formadores de equipe: apesar de gostarem de ser independentes, reconhecem quando dependem das competências dos demais, têm prazer de relacionar-se e habilidade para formar equipes motivadas para consecução das atividades necessárias ao sucesso do empreendimento;
  8. São organizados e sabem planejar: ao contrário do que muitos poderiam pensar, os empreendedores são extremamente organizados porque percebem logo cedo que este é o segredo da eficiência… Também aprendem na raça que o planejamento é fundamental para priorizar suas atividades;
  9. São experts no que fazem: o empreendedorismo não nasce do nada. Via-de-regra têm grande conhecimento na área que decidem empreender, o que aumenta sobremaneira suas habilidades para inovar;
  10. São ousados: definitivamente a aversão ao risco não povoa a mente de um empreendedor nato. Ele sabe como maximizar suas chances de sucesso e é nisso que se apega… Conforme já vimos, como autodefesa, criam uma espécie de “campo de distorção da realidade” que bloqueia o medo das perdas inerentes ao empreendedorismo;

Se você conjugar todas estas 10 características, e com intensidade acentuada, te digo sem medo de errar: pare tudo o que está fazendo e reflita seriamente sobre a possibilidade de empreender!!!

Você tem boas chances de fundar a próxima startup unicorn do Vale do Silício brasileiro. E aqui digo que as chances são infinitamente maiores do que ganhar na Mega-Sena… rsss.

 

Autoria por Ricardo Barreto

Agradecimento aos compartilhamentos nas redes sociais

Permitida a reprodução mediante backlink para ricardobarreto.com

Para saber mais:

Dornelas, J. C. A. Empreendedorismo, Rio de Janeiro, 2005

A memória e o tempo

Há tempos tenho refletido sobre esta problemática e sempre chego a novas concepções, visto que o assunto é inesgotável.

O ensejo desta análise vem da necessidade de se desenvolver nossas capacidades cognitivas quanto à utilização deste poderoso, mas muito mal utilizado recurso: a memória. No entanto, qualquer tentativa neste sentido seria absolutamente implausível sem a devida compreensão dos conceitos de tempo e memória.

Partindo-se do preceito da existência consciencial verdadeira no plano extrafísico e de sucessivas encarnações  no plano físico, poder-se-ia considerar que o ser integral é o somatório de todas as suas experiências pregressas, as quais devem encontrar-se armazenadas no arcabouço denominado ‘memória integral’.

Este conceito foi discutido com excelência no livro de Hermínio C. Miranda, cujo título inspirou este ensaio.  A memória, segundo a psicologia moderna, pode se dividida em três elementos básicos: o consciente, o subconsciente e o inconsciente. De fato, mas o que realmente nos interessa é o entendimento da dinâmica de funcionamento e intercomunicação entre tais elementos. Usaremos, como analogia, o modelo geológico do nosso planeta para melhor entendermos essa sinergia.

Sabe-se que a Terra é constituída, essencialmente, de um núcleo central, envolto por camadas sucessivas de magma líquido, um manto de consistência mais viscosa e a crosta terrestre, sólida, onde pisamos. A ‘memória integral’ pode ser compreendida da mesma forma, considerando-se o núcleo como sendo o ser instintivo, o magma seria o inconsciente, o manto o subconsciente e a crosta o consciente.

O ser instintivo seria a Consciência logo após sua criação (notar a diferença de consciente e Consciência); o inconsciente é a região onde ficam armazenadas as experiências das vidas passadas (no plano físico), já o subconsciente seria onde ficam guardadas nossas lembranças da vida atual, enquanto que, no consciente, ficariam somente os registros mais recentes da vida terrena.

O entendimento de como se procede o fluxo informativo entre estas ‘regiões conscienciais’ é muito importante para compreensão da dinâmica de funcionamento da ‘memória integral’. A mobilidade das informações cresce na progressão sólido, líquido viscoso e líquido. Sendo assim, poder-se-ia inferir que o inconsciente (magma líquido) possui a maior mobilidade dos registros, seguido do subconsciente (manto líquido e viscoso) e o consciente (crosta sólida).

Chegamos ao cerne de nossa abordagem e podemos agora responder uma questão de importância colossal! Como tirarmos o máximo proveito da nossa ‘memória integral’ ?

Basta trabalharmos mais com os registros localizados no sub e inconsciente. Estamos demasiadamente habituados a utilizar somente os registros do consciente, onde as informações, devido à baixa mobilidade, estão praticamente “cristalizadas”. É por isso que muitas vezes não nos lembramos de algo…

Para uma melhor compreensão, podemos ainda dividir o exercício da memória em duas fases: a gravação e a leitura. Quando queremos armazenar uma informação, o segredo é mandar uma mensagem para o subconsciente gravá-la. Claro que isto não é nem um pouco trivial, por requerer extrema concentração.

No outro caso, em que desejamos lembrar daquilo que foi registrado, precisamos emergir o registro do subconsciente. Para isso é necessário criar um canal de comunicação entre o consciente e o subconsciente, o que é conseguido somente sob Estados Alterados de Consciência – EACs (abordaremos este tema mais amiúde).

Portanto, o resgate e a análise das ocorrências registradas em nossa ‘memória integral’ são de suma importância para que se consiga tirar lições e aplicá-las em nossa existência, independente do plano. Ademais, vale ressaltar ainda que o primeiro passo é simples: fazermos um bom uso do nosso consciente, mantendo-o sempre “limpo” para que a Consciência possa, enfim, “aflorar”…

Como no computador, quando sobrecarregamos nossa memória, ela fica cada vez mais lenta, até o limite em que trava! Neste ponto, só um boot mesmo poderia sanar o problema.

 

Autoria por Ricardo Barreto

Agradecimento aos compartilhamentos nas redes sociais

Permitida a reprodução mediante backlink para ricardobarreto.com

Para saber mais:

  1. Barreto, R.L. LIVROVIVO: 2000-2002, 1a ed., Editor-Autor, 2003.
  2. Miranda, H.C. A Memória e o Tempo, Lachâtre, 6a ed., p. 17, 1999.