FELICIDADE versus MELANCOLIA 151 – 153

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #felicidade #melancolia #silênciointerior #otimismo #meditação #oração

§ 151

Da importância do silêncio interior. Como “domesticar” o turbilhão de pensamentos que povoam nossa mente? Comece pela busca do silêncio interior. Eis o templo da introspecção! Você precisa aprender a desligar-se de tudo que o rodeia, mesmo nos ambientes mais hostis. Só assim você poderá galgar passos rumo à felicidade plena. Imagine alguém que trabalha na bolsa de valores, ligado em qualquer flutuação das ações das empresas que podem representar milhões em perdas para os investidores que representa. É, de fato, um desafio para esta pessoa encontrar algum espaço para o cultivo do silêncio interior ao longo do dia. Mas não impossível! Só depende de você, da força dos seus pensamentos… É ela – sua mente – que gera poder. E é através da sua “controladora” – a consciência – que conseguirá romper os liames do comportamento padrão. Enfim, mantendo os pensamentos sob controle, a consciência pode finalmente gozar da liberdade de moldar o ambiente à sua volta, influenciando-o através das outras consciências. Este “gozo” é diferente de qualquer outro que já tenha experimentado e o único capaz de gerar o otimismo mais genuíno do Ser, aquele que nos impulsiona às grandes realizações.

§ 152

O verdadeiro segredo do otimismo. Que fazer então para despertar e sustentar este otimismo quando ainda não consigo sequer controlar os meus mais instintivos pensamentos? É preciso ir além e manter a constante conexão com o Criador. A energia imanente que dele provem reforça a vibração da nossa consciência, o que resulta na percepção de valor por todos que nos rodeiam. O iogue a perfaz por prana. As orações são bem-intencionadas, mas basta conexão. O Criador não ouve orações, mas suas consciências afins, entes que já se foram ou companheiros da existência terrena, sim. Ele apenas emana, a tudo e a todos, independente de credo, de posição no espaço ou no tempo. Para sorver da sua energia, somente conectando-se e ressonando com ela. Eis o verdadeiro segredo!  

§ 153

Meditação versus oração. De uns tempos para cá, temos ouvido falar cada vez mais sobre meditação, inclusive de maneira pejorativa no sentido de que está tomando o lugar da oração e outras formas de culto religioso. Não vejo tal dicotomia. Não seria uma faculdade em franca expansão na cultura ocidental, caso não fosse determinante à nossa existência no plano físico ou sutil.

Meditar é conexão. Orar é doação. Uma recebe “energia divina”, outra a distribui. Simples assim!

A meditação, propalada há tanto tempo entre as práticas budistas e iogues, nada tem a ver com religião, apesar da oração, ou da prática de repetição da prece, seja uma das inúmeras técnicas para se adentrar no tal “estado meditativo”. Outras técnicas de focalização da mente envolvem o controle da respiração, contagem mental, a fixação do olhar num ponto fixo, mantras, entre outras.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

FELICIDADE versus MELANCOLIA 148 – 150

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #felicidade #melancolia #yoga #rajayoga #hathayoga #Hermógenes #literaturaiogue

§ 148

Sobre a raja yoga. Era preciso encontrar uma forma de sanar qualquer resquício de melancolia em meu Ser. Comecei a prática da meditação através de uma tradicional técnica indiana: a raja yoga. Em suma, aprendi a repousar minha mente e deixar-me “banhar”, pelo menos por alguns instantes, com as vibrações da energia cósmica imanente (aquela inesgotável que provém da Fonte), o suficiente para sorver da sua paz infinita, do seu poder infinito, da sua pureza infinita, da sua prosperidade infinita, da sua verdade infinita, do seu amor infinito e, no ápice, da sua felicidade infinita! Então, aprimorei a técnica através dos ensinamentos do Swami Vivekananda (um dos pioneiros na ocidentalização da raja yoga)1 e, com o tempo, desenvolvi minha própria rotina de meditação, sempre ao acordar e antes de dormir. No Apêndice poderão encontrar detalhes sobre o passo a passo de cada uma das meditações, de segunda a segunda.

§ 149

Mais, com hatha yoga. Num segundo momento, retomei aos primeiros passos do yoga, por onde aliás deveria ter começado… Voltei a praticar os asanas e pranayanas, mais propriamente as poses e respirações tão salutares à nossa saúde física e mental. Agora não mais “travestidas” de esoterismo e sim na sua essência, a qual somente o Prof. Hermógenes poderia nos revelar… A propósito, foi ele quem trouxe e disseminou a hatha yoga para o Brasil. Sua prática nunca é simples e cada um deve buscar aquela que melhor se adapta. Confesso que minha elasticidade é uma lástima, de modo que me restrinjo aos exercícios com menor grau de dificuldade. Através dos seus livros, o Prof. Hermógenes nos ensina a praticar hatha yoga da maneira mais elementar e introspectiva, em casa mesmo, nos seus momentos de intimidade, sem necessariamente buscar uma academia, um ambiente específico e alunos para interagir. Não que isso não seja recomendável. Talvez no início, para pegar gosto, assim como eu o fiz… O fato é que a hatha yoga é uma prática para vida, de modo que precisa ter seu espaço definitivo em nosso cotidiano. Vou além. Aprendi a gozar da verdadeira felicidade apenas quando conciliei a raja com a hatha yoga! Nunca mais me senti deprimido. Quem pratica yoga com afinco, não sabe mais qual a serventia dos psicotrópicos, nem tampouco de psicólogos e terapeutas holísticos.

§ 150

Da literatura yogue. Os livros do Prof. Hermógenes são ricos em ensinamentos filosóficos, ecumênicos bendizendo. Um deles, em especial, tocou meu coração. É uma verdadeira “pérola” de sabedoria! Tanto que resolvi tirar todos aqueles pequenos livrinhos de cabeceira, ala Minutos de Sabedoria e o deixei reinar, absoluto, em meu criado-mudo.2 Ademais, assim como toda primeira geração de yogues brasileiros, não pude resistir à facilidade com que nos ensina as mais diversas técnicas de hatha yoga, uma seleção de asanas e pranaymas, incluindo séries completas com diferentes propósitos, sempre relatando os benefícios psíquicos e para saúde física. Desde então, não tive mais dúvidas: passaria a praticar hatha yoga diariamente. Não deixem de experimentar. Irá mudar suas vidas!! Acesse, no Apêndice, as 7 séries que desenvolvi com base nos ensinamentos dos livros clássicos do Prof. Hermógenes, bem como do seu guru indiano B. K. S. Iyengar.3

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Swami Vivekananda, Raja Yoga, Lexington, USA, 2016.

2. Hermógenes, José, Mergulho na paz, 25ª ed., Rio de Janeiro: Record, 2001.

3. i. Hermógenes, Autoperfeição com hatha yoga, 50a ed., Rio de Janeiro: Nova Era, 2009. ii. Hermógenes, Yoga para nervosos, 50a ed., Rio de Janeiro: BestSeller, 2015. iii. B. K. S. Iyengar, Light on yoga, Schocken Books, New York, 1979.

FELICIDADE versus MELANCOLIA 145 – 147

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #felicidade #melancolia #ciênciasagrada #yoga #rajayoga #hathayoga #estadosmeditativos #epigenética

§ 145

A chave da felicidade. Muitos consomem suas vidas buscando a tal chave do sucesso! Entretanto, ao final da jornada terrena, descobrem que não é este tipo de sucesso que gera a felicidade verdadeira, aquela que é considerada um dos 4 “valores de estado”. Mas de onde provém este estado de felicidade ou o seu oposto que é a melancolia? A resposta é tão clara e direta quanto o grau de conexão com o nosso Criador. Simples assim. Muitos confundem felicidade com euforia ou melancolia com tristeza. Apesar do tipo de reação fisiológica assemelhar-se em ambos, a natureza dos neurotransmissores envolvidos nas conexões nervosas, o grau de intensidade é completamente distinto. Uma dica é avaliar o espectro de tempo da sua duração. A euforia (ou a tristeza) são efêmeros: não mais do que minutos, horas, dias, no máximo, algumas semanas. Já os estados melancólicos, ou os felizes, permanecem longos períodos assim, ou seja, são constantes, perenes, sendo raramente afetados por externalidades. Os psicólogos e psiquiatras olham para estes estados sob as óticas mental e/ou fisiológica. Nós olharemos tão somente sob a ótica da consciência que é infalível!

§ 146

O papel da epigenética. Por muito tempo o ser humano perscruta a elucidação do grande enigma qual seja, fisiologicamente, como se dá esta tal conexão das nossas consciências com o Criador? Após longa overdose literária sobre meditação, da yoga ao budismo, percebi que existe um procedimento meio que padrão envolvendo um primeiro passo: concentrar os pensamentos no foco de energia da consciência, mais propriamente situado, quando no plano físico, em um ponto na parte frontal do nosso cérebro. Tomado dessa mentalização energética, devo direcionar meus pensamentos à Fonte, buscando sorver da sua energia imanente, envolvendo não somente a consciência, mas também cada parte integrante de corpo físico, até o nível celular. Sim, essas também são permeadas pela energia que provém da consciência, a energia vital que carrega suas membranas e aciona os canais de comunicação extracelulares. No entanto, o que ainda poucos sabem, é que seu funcionamento sadio está diretamente relacionado com este estado de conexão. Digo poucos porque a ciência ocidental ainda está desvendando a teoria que rege tais conexões. Ela é a epigenética, uma ciência bem recente que estuda os mecanismos que acionam os genes, como um botão de liga e desliga! Está envolvida em todos os aspectos que regem a vida, tais como mudanças reversíveis e hereditárias.1 Vemos, portanto, a ciência médica adentrando num caminho mais que instigante, convergindo com a antiga ciência sagrada da yoga!

§ 147

Da ciência sagrada. Os hindus e outros povos orientais já praticam os estados meditativos de conexão há muito tempo e aprimoraram suas técnicas através das diversas modalidades do yoga, cuja significância pode ser traduzida literalmente a um “estado de união” com o Divino. Quando comecei a praticá-la, confesso que tinha um certo preconceito ocidentalizado da coisa… Isto até que se justifica porque peguei uma primeira professora de hatha yoga esotérica ao extremo! Um dia ela começou a intercalar as poses e respirações e veio com um papo de “planeta chupão” que não deu para segurar… Bem, um bom tempo depois comecei a me aproximar novamente do yoga, desta vez pela necessidade mesmo… Estava numa época tumultuada da minha vida profissional, em que o nível de stress chegou a tal ponto que, se não achasse uma maneira eficaz de equilibrar minha mente, acho que iria entrar em colapso!! Decidi então fazer um breve retiro numa pequena cidade do interior paulista (a tão serena Serra Negra) para fazer um curso intensivo de raja yoga, ministrado pela organização internacional Brahma Kumaris. Ou seja, desta vez eu queria aprender primeiramente a meditar, controlar minha mente, “esvaziá-la” para, somente depois, exercer o domínio sobre os meus pensamentos. É o que chamamos de estados meditativos: ou a ciência sagrada que nos ajuda a atingi-los!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Agência Fapesp, Pioneiro da epigenética fala da relação entre ambiente e genoma, publicado online (agencia.fapesp.br) em 14.03.2013.

AMOR versus PAIXÃO 142 – 144

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #amor #paixão #tragédiadoscomuns #ciênciasagrada #ioga #Deus #SantoAgostinho

§ 142

A tragédia dos comuns. Tenha paixão pela vida! Seja, assim, capaz de sustentar a ousadia e disciplina tão necessárias ao ciclo de feedback consciencial. Antes de mais nada, forçoso é desligar o “botão do automático”, aquele que nos impulsiona, dia após dia, pela “tragédia dos comuns”, a vida sem graça, igual à massa, sem propósito… Enfim, não deixe que a “coisa” tome conta do seu Ser! A “coisa” é uma doença, mais propriamente uma síndrome, conforme o mestre iogue Hermógenes já nos ensinava há um bom tempo…1 Independente da esfera de interação (pessoal, profissional ou social), você precisa parar minimamente alguns minutinhos por dia para refletir e tabular suas observações. Mais do que isso, você precisa, de tempos em tempos, de aferir a repercussão do que está fazendo. E, acima de tudo, você precisa de analisar os dados gerados. Nesta obra nos propusemos a apresentar técnicas para realizar estes processos de forma metódica e natural. Basta a disciplina e o esmero necessários ao aprendiz que deseje habilitar-se na arte da autorealização, desvencilhando o Ser da “instituição religiosa” que, por vezes, atrapalha… Urge fazer muitas perguntas e buscar as respostas dentro de si, da consciência e pela interação com outras consciências, bem como a prática das técnicas de conexão com o Criador, rumo ao estado de supraconsciência. 

§ 143

A ciência sagrada. Não quero dizer que as religiões de nada valem. Longe de mim propalar tal blasfêmia! Elas são fundamentais ao processo evolutivo de todo Ser. Acontece que, na forma de instituição humana, elas começam a perder o sentido a partir de certo grau de depuração da consciência, em que os estados de supraconsciência passam a ser mais constantes e as amarras do plano físico deixam paulatinamente de ter efeito. Neste estado, o estudo da consciência e das suas interações, física e sutil, passam a fazer muito mais sentido… Estes estudos compõem o arcabouço de uma ciência sagrada milenar: a Ioga. Por isso, instigo o leitor, quase como uma missão, a conhecer esta ciência, degustando-a e experienciado-a aos poucos, em doses homeopáticas, como o néctar que dá a energia para as asas que vibram a beleza de um beija-flor!

§ 144

Amor maior. A ciência da Ioga é sagrada porque nos conecta a Deus. Mas como saberei que atingi tal conexão? Já ouvi muitos religiosos dizerem que “conversaram” com Deus, pela oração ou meditação, mas em verdade pouquíssimos Seres atingem, de fato, tal proeza… Conectar-se a Deus significa amar sem limites. Não existe amor maior que ele: o amor de Deus. Como enxergar a luz divina a todo instante, em tudo e em todos?! O guru Paramahansa Yogananda, um dos poucos que viveram na Terra nas últimas décadas e conseguiram vivenciar esta dádiva, por falta de palavras mais apropriadas, descreve a experiência mais ou menos assim:

Um único lampejo do amor divino equivaleria à soma de todos os prazeres humanos imagináveis e inimagináveis, mesmo que durassem por toda a eternidade!

Estou lendo as confissões de Santo Agostinho e confesso que fiquei encantado com a profundidade e sabedoria das suas palavras.2 Tomei-o, desde então, como exemplo de um cristão que, pela dor aliada ao conhecimento, encontrou o caminho para Deus aqui mesmo, em vida, mesmo já tendo passado por tantas tentações e pecados, por assim dizer… Em verdade, o amor na sua forma mais pura nos une à essência divina que se encontra dentro de cada um de nós. Basta vibrar em consonância com o “Espírito Santo”, o espírito é Deus!     

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Prof. Hermógenes, Autoperfeição com Hatha Yoga: um clássico sobre saúde e qualidade de vida, 50a ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 2009.

2. Agostinho, Confissões, vol. 1, Rio de Janeiro: Petra, 2020.

AMOR versus PAIXÃO 139 – 141

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #amor #paixão #consciênciaenxuta #leanconsciousness #feedbackconsciencial

§ 139

Verdadeira felicidade. Então quer dizer que o valor da felicidade não se propaga? Estranho pensar numa alegria que não seja contagiante… Veja, não se trata aqui da “alegria exterior”, aquela que se manifesta de maneira desmesurada, pela gargalhada ou galhofa. A felicidade verdadeira é contida, mais propriamente uma alegria silenciosa que se manifesta no “Eu” interior pelo profundo sentimento de prazer e complacência magna em existir, uma gratidão sem limites por aquele que nos criou a sua imagem e semelhança… É a simplicidade capaz de apreciar o “agora” ao contemplar com leveza o vento batendo nas árvores, ouvindo o farfalhar da folhas da árvore de eucalipto exalando seu perfume tão gostoso no ar e se integrando àquele momento que se torna único, como parte do Cosmo, aguçando a Cosmovisão!!

§ 140

Consciência enxuta ou lean consciousness. Sim, mas quais seriam os processos mentais para elicitar estes valores de estado ou despertar a prática dos valores de ação? Não poderia deixar de voltar neste que talvez seja um dos pontos mais importantes desta obra! Vamos agora entender o conceito da “consciência enxuta” ou lean consciousness, extrapolando para sua língua originária. Na verdade, este conceito é uma transposição do universo empresarial, mais especificamente do movimento lean startup, propalado por Eric Ries.1 Recomendo a leitura do seu livro para o devido aprofundamento no tema. E, ainda mais importante, vamos aprender uma nova técnica para colocá-lo em prática no nosso dia a dia, em cada uma das nossas atitudes. Ah, se tivéssemos a mesma disciplina dos grandes gestores empresariais para gerar valor em nossas vidas…

§ 141

Um processo cíclico de feedback consciencial. Falando em disciplina não poderia deixar de propor um processo para facilitar a geração de valor em nossas vidas através dos seguintes passos: Construa, Meça e Aprenda. Trata-se, em realidade, de mais uma adaptação do feedback loop de Eric Ries. Sim, nossas consciências são como as startups de Eric! Neste caso, são entidades não temporárias que transformam suas crenças em valores e não ideias em produtos inovadores… À medida que estas consciências interagem umas com as outras (nossos clientes) são gerados ciclos de feedbacks contínuos, alimentando uma enorme base de dados que fica registrada em nossa memória, os quais podem ser qualitativos (como os comentários sobre um post seu no facebook) ou quantitativos (como a razão do número de curtidas do referido post e o número de conexões da sua rede de amigos). Veja que o “mundo virtual” oferece ferramentas incríveis para medir suas interações no “mundo real”! O diagrama a seguir dá uma visão clara do fluxo deste processo cíclico de feedback consciencial.

Figura. Ciclo de feedback consciencial.

            O ciclo de feedback consciencial é, portanto, uma técnica de aceleração da evolução da consciência. É como numa empresa: aqueles que gerarem os melhores resultados, conjugando eficácia com eficiência, são os que irão crescer rapidamente nos altos escalões da empresa, galgando os maiores salários, muito embora, diga-se de passagem, que isto não seja o que interessa, no final do dia, aos que estão lendo estas palavras…

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Ries, Eric. The lean stratup, 1st ed. New York, 2011.

AMOR versus PAIXÃO 136 – 138

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #amor #paixão #impermanência #valoresdeação #valoresdeestado

§ 136

Amor é amar. Existe de fato uma “fórmula” para o amor? Os neurocientistas até já encontraram o hormônio do amor: a tal da ocitocina. Quando uma pessoa tem um orgasmo, a ocitocina é liberada e um dos efeitos é de nos fazer sentirmos ligados uns aos outros.1 Mas não se enganem porque este é meramente um efeito fisiológico deste valor tão sublime… Também não podemos simplificá-lo ao extremo com definições puramente espiritualistas do tipo “o amor é a manifestação mais pura da alma”, nem tampouco sentimentalistas do gênero poético como “o amor é fogo que arde sem se ver”. Seria muita inocência! Preciso é, outrossim, conciliar de um lado a verificação científica com os mecanismos mais complexos dos processos mentais originários da consciência que levam à experiência do amor. Aquele que se propaga, como todo valor, atingindo outras consciências. Agora, se tudo isso lhe soar uma perda de tempo, apenas vivencie a “verdade” por trás da idiossincrasia “ramalhiana”: amor é amar. Mais Zen impossível!

§ 137

Da impermanência da paixão. Acontece que o amor tem uma peculiaridade que o torna um valor único e singular em suas consequências. É aquele cujo “efeito de rede”, de reação em cadeia, de viralização, tem a maior intensidade. Talvez isto decorra, a priori, da sensação de prazer gerada pelos efeitos fisiológicos já mencionados. O fato é que são estes efeitos muito poderosos… Existem diversas manifestações do ato de amar. O amor a Deus, o amor filial, paternal e maternal, o amor à pátria, à natureza, à humanidade, aos animais, enfim, são inúmeras as formas de se amar! Vejamos o porquê através do exemplo do amor conjugal. Se minha esposa diz que me ama, suas ações devem confirmar este fato. Isto que torna o seu amor verdadeiro. O amor pode se manifestar num afago despretensioso, numa palavra de alento, num bom dia sincero ou no mais simples ato de cuidar. Quer dizer: colocar o leite na xícara sem pedir, trazer a água da noite ou até mesmo ao dividir o banheiro nas horas íntimas… Sim, se não for em hospital ou albergue, isto só se faz com quem se ama!! Já a paixão é o contrário disso. Não tem nada de estável. Inicia-se com intensidade desmesurada, regada de sentimento, porém totalmente descontrolada acaba rompendo com a racionalidade que é o que mantém o ser em equilíbrio. Aí se esvai e passa a perecer um pouquinho a cada instante. Vem primeiro o ciúme. O sentimento de possessão do outro. A vontade de querer mudar o outro e não olhar pra si. Vem ainda aquela vontade egoísta de perseguir somente os seus sonhos, passando por cima de tudo quanto o seu companheiro gosta e zela. E é exatamente por isso que não dura! A paixão é o mais puro reflexo daquilo que chamamos, no budismo, de “impermanência”. Ou seja, a finitude das coisas materiais, do “mundo da forma”, da realidade manifesta… Tão efêmera como a nossa vida perante a eternidade, o não-manifesto!

§ 138

Um valor de ação. O amor, tal como aqui o definimos, é o segundo estágio dos processos mentais geradores dos valores de ação. Para explicarmos, forçoso é lançar mão de uma categorização muito importante. Temos, essencialmente, dois tipos de valores sutis: os “valores de estado” e os “valores de ação”, com gradações conforme ilustrado a seguir:

Figura. Gradação dos valores sutis.

Os “valores de ação” se caracterizam pela capacidade de propagação, enquanto os “valores de estado” se caracterizam pela sua capacidade de introspecção.

Deve-se observar, no entanto, que esta gradação não é estanque. Ou seja, posso desenvolver a princípio o estado de paz e, ao mesmo tempo, elicitar, aos poucos, o estado de felicidade. O mesmo se aplica aos valores de ação e, portanto, a verdade só pode se manifestar depois de muita prática dos valores de poder e amor.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Young, L. J., Wang Z. (2004). The neurobiology of pair bonding. Nature Neuroscience , 7(10), 1048-1054.

VERDADE versus EGOCENTRISMO – 133 – 135

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #verdade #egocentrismo #ego #santíssimatrindade #nobresverdades #Buda #budismo #caminhoóctuplo

§ 133

De perseguidos a perseguidores. Em muitas das passagens da vida de Jesus, registradas no Novo Testamento, ele se dirigia aos apóstolos ou aos gentios, com a autoridade do Messias: “Em verdade, em verdade vos digo…”. Segundo a ortodoxia da Igreja Católica Apostólica Romana, esta é a autoridade do Espírito Santo, o próprio Deus na figura humana, base do dogma da santíssima Trindade, sacramentado com o aval do imperador Constantino no concílio de Nicéia. Independente das histórias que relatam um sonho inspirador que o levou à vitória no campo de batalha, estava ele certamente mais interessado é na unificação do império, de modo que outra estratégia não seria mais apropriada do que aceitar e propalar o cristianismo como a “única Verdade imperial”, unificando os povos de diferentes culturas sob a égide de uma crença que os distinguia do paganismo vigente na época. Deu tão certo, que de perseguidos os bispos, em nome do poder eclesiástico e num curtíssimo espaço de tempo, se tornaram perseguidores e dos mais sanguinários de toda a história! Foge ao nosso propósito discorrer sobre a história do cristianismo, mesmo que nos ajude a entender como a “verdade” de outrora foi travestida de heresia, em nome do santo graal,1 mas que sirva ao menos de exemplo para que nos atentemos ao verdadeiro significado de verdade.    

§ 134

As nobres verdades. Na verdade, não há uma única verdade e sim, segundo o Buda histórico, são 4 as nobres verdades…2 Ele chegou a essa conclusão após sua suprema iluminação, quando teve plena compreensão daquele que seria o pilar de todos os seus ensinamentos, a saber:

I. Viver é sofrer. Como seres sencientes, sujeitos a apegos e aversões, sofremos desde o instante em que nascemos, amadurecemos, envelhecemos e morremos. Então, renascemos e o ciclo de sofrimentos se repete. Esta é a primeira nobre verdade do Buda.

II. Sofrer é desejo e ignorância. Mas tudo que nos acontece de ruim só pode se originar do anseio em satisfazer prazeres ou, por assim dizer, da falta de conhecimento que dá guarida à ilusão. Esta é a segunda nobre verdade do Buda.

III. Satisfazer é abster-se. Somente pela renúncia de todos os prazeres e ilusões que se é possível atingir a cessação do sofrimento. Claro, isto quer dizer que a independência do ser perpassa pela liberdade dos estados criados pela própria mente. Esta é a terceira nobre verdade do Buda.

IV. O caminho leva à renúncia. Só existe um caminho que nos leva à renúncia, o qual deve ser percorrido com perfeição. O resultado é um só: o Nirvana, em sânscrito, a libertação ou absoluta sabedoria. Esta é a quarta nobre verdade do Buda.

§ 135

O caminho óctuplo. O que mais encanta no budismo é a simplicidade. Tudo se resume numa única fórmula para se alcançar a moralidade, meditação e compreensão intuitiva. Seria muito fácil apenas enunciar as 4 nobres verdades, sem apontar como colocá-las em prática. Buda foi além! Vivia seus preceitos e, ao mesmo tempo, era um exímio professor. Seus ensinamentos eram pautados por histórias que cativavam seus discípulos e, ao mesmo tempo, levavam a uma profunda reflexão. Também gostava de sintetizar os conceitos na forma de guias, como o fez ao traçar o caminho óctuplo para se atingir a quarta nobre verdade, qual seja:

  1. Entendimento correto;
  2. Pensamento correto;
  3. Linguagem correta;
  4. Ação correta;
  5. Modo de vida correto;
  6. Esforço correto;
  7. Atenção plena correta;
  8. Concentração correta.

Seus ensinamentos eram tão poderosos que no seu último ano de vida Buda já acumulava centenas de discípulos diretos. A simples presença de um ser iluminado em nosso planeta é um evento tão grandioso quanto a maior de todas as verdades.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Bruce Shelley, História do cristianismo: Uma obra completa e atual sobre a trajetória da igreja, Thomas Nelson Brasil, 1ª ed. 2018.

2. Dhammapada: caminho da lei, doutrina budista ortodoxo em versos, trad. Dr. Georges da Silva, 1a ed. 1979.

VERDADE versus EGOCENTRISMO – 130 – 132

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #verdade #egocentrismo #ego #autoprogramaçãodamente #janelaskiller #AugustoCury #traumas #traumadedirigir

§ 130

Autoprogramação da mente. Existe alguma forma efetiva de nos “blindarmos” do tal lobby da consciência? Sim, por certo. Em Kriya Yoga chamamos de “afirmações científicas”, mas não é preciso aprender a meditar para executá-lo (meditação autossugestionada). Dentro do campo da psicologia, chama-se simplesmente de autoprogramação da mente (ou reprogramação mental), uma forma de hipnose que qualquer um pode praticar. O grande segredo é a sua tática para o autocontrole, traçando como alvo qualquer tipo de conteúdo da mente fora dos domínios da consciência, nos recônditos do subconsciente… Normalmente, quando acionados por um evento do cotidiano, estes conteúdos despertam emoções perturbadoras, desencadeando pensamentos e ações desastrosas para vida das pessoas. Ou seja, impedem logo no início o reforço das nossas crenças, atrapalhando o desenrolar natural do ciclo da cultura de valor, cuja importância é vital de se cultivar. Acreditem em mim, caros leitores. A autoprogramação da mente é a fórmula definitiva. O único empecilho para muitos é a disciplina na prática que tem que funcionar mais precisamente que os remédios psicotrópicos, criando-se uma dependência, neste caso, pra lá de positiva!

Figura. Mecanismo de autoprogramação da mente.

§ 131

Conhecendo suas janelas killer. Indo ainda um pouco além no campo da psicologia, deve-se destacar os trabalhos do renomado psiquiatra Augusto Cury que foi quem buscou com primor a origem dos distúrbios de ansiedade e se deparou exatamente com este fenômeno,1 ao qual propôs um mecanismo sutil de cognição, regido por conexões neurais indiretas, mais especificamente a ativação e desativação das chamadas “janelas killer” que podem estar associadas a experiências marcantes, sejam elas traumáticas ou positivas. Este mecanismo requer profunda experimentação porque os efeitos podem fugir facilmente ao controle dos mais desavisados… Vejamos um exemplo.

§ 132

Superando o trauma de dirigir. Como apagar a experiência traumática de uma batida de carro? O medo de dirigir certamente estará presente, com maior ou menor intensidade dependendo do perfil psicológico de cada um. Sempre que entrar no carro, ao colocar a mão no volante, lhe virá aquela imagem na mente e o som da buzina! É inevitável. Abriu-se a tal “janela killer”. Assim como no computador, será preciso apagar este registro regravando por cima dele outro que seja positivo, porém de intensidade emocional igual ou superior ao anterior. Digamos a imagem de uma viagem prazerosa que fez dirigindo com a família pelas montanhas, ou o primeiro dia que você dirigiu depois de tirar sua carteira de habilitação. Pois bem. Agora vem a parte prática: condicione sua mente para que, antes de pegar no volante, sempre venha primeiramente a imagem das montanhas com a família e não a do acidente. Mentalize esta mesma imagem ininterruptamente por minimamente 5 segundos, durante as próximas experiências até que você naturalmente não sinta mais a necessidade de o fazê-lo. Neste ponto o medo estará superado e a janela killer trancada. Não a sete chaves, mas o suficiente para você ter uma vida normal, evitando novos traumas no futuro que poderiam reabri-la. Se isto ocorrer, será mais difícil do que na primeira vez para reprogramá-la. Mas nunca impossível!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Augusto Cury, Ansiedade: como enfrentar o mal do século, Saraiva: São Paulo, 2014.

VERDADE versus EGOCENTRISMO – 127 – 129

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #verdade #egocentrismo #lógicafilosófica #métodocientífico #consciência #lobby

§ 127

Da lógica filosófica ao método científico. Como reconhecer a verdade? Sem um método lógico de verificação estamos fadados à eterna dúvida e, assim, susceptíveis ao domínio do ego, da ausência de conhecimento, dos falsos profetas… A verdade caracteriza-se pela imutabilidade, carecendo de variáveis, ou seja, ela é independente. Não importa se relativiza o material ou imaterial, o temporal ou atemporal. O que importa é que ela passe incólume por “atos de verificação”. Estes devem ser necessariamente reprodutíveis, o que implica na existência de fatos observáveis de forma sistemática e controlada. Pasmem. Aqui, 99,9% das falsas teorias vão por água abaixo! Daí em diante, tudo o mais resulta de elaborações do raciocínio, com as devidas implicações, conclusões e previsões. Foi assim que a lógica filosófica evoluiu para o tão famoso “método científico”, mas foi assim também que assistimos muitos falsos profetas apregoando a tal da “verdade científica” como absoluta quando já comprovadamente demonstrou que não o é! Somente um tipo especial de ato de verificação com impactos vitais para nossas existências, evitando a ilusão do egocentrismo humano.

Figura. Fluxo lógico do método científico.

§ 128

Como sonhar acordado. Vamos realizar um breve experimento de lógica filosófica para ampliar este conceito dos “atos de verificação”. Veja bem. Se hoje tenho consciência de quem sou, amanhã, ao acordar, devo confirmar este fato, caso contrário corro o risco de sonhar acordado, ou o que seria ainda pior, achar que o sonho pode tornar-se realidade. Uma técnica bem simples é contar a sua respiração até dez e só então se levantar. O simples fato de conseguir emitir o comando mental significa que você está de fato consciente e não propriamente sonhando. Aqueles que praticam constantemente meditação precisam ter o pleno domínio desta técnica para não perscrutarem os liames da loucura. Vemos, portanto, que o contrário da verdade é a dissimulação, a hipocrisia, a inconsistência. Ou seja, a verdade nada mais é do que o corolário da constatação dos fatos. Tão simples e lógico quanto isto! Ela existe e está a nossa volta em todos os momentos. Não é algo surreal, inimaginável, somente à altura dos seres angelicais… Basta ter olhos de ver, a percepção da realidade simples como é, nua e crua, sua impermanência e a vacuidade do zen,1 desde o primeiro instante da sua existência. O fato de existir, per se, é a mais pura verdade, o Deus em si, aquele que nos remete indubitavelmente à consciência cósmica.

§ 129

 Mais um lobby da consciência. Se a verdade é assim tão simples, por que mentimos tanto? Na verdade, faltar com a verdade é sempre muito mais fácil porque não depende de verificação, basta soltar a mente no piloto automático! Temos uma imensa dificuldade de aceitar as nossas próprias fraquezas. Este é o peso do egocentrismo. Sim, o ego, inabalável, atua como um verdadeiro “lobista” da nossa consciência. E quando percebe uma circunstância que pode representar qualquer tipo de ameaça de rebaixamento, atua no sentido contrário: o da autoafirmação. Em realidade, este é mais um tipo de mecanismo que pode afetar as nossas crenças e os nossos pensamentos (já vimos anteriormente o mecanismo de gatilho emocional). É o que os psicólogos chamam de mente inconsciente, aquela nossa voz interior que vive a nos pregar peças, criando situações irreais, exacerbando medos ou apegos que acabam por nos convencer de algo que não somos, ou algo que gostaríamos de ser, num verdadeiro truque de auto ilusionismo que só serve para nos trazer infelicidade. Portanto, seja implacável consigo mesmo e não abra mão do escrutínio da própria consciência!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Suzuki, D.T. Uma introdução ao zen-budismo, São Paulo: Mantra, 1ª ed., 2017.

PROSPERIDADE versus MISÉRIA – 124 – 126

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #prosperidade #miséria #maya #impermanência #superconsciência #Patanjali #ioga

§ 124

A natureza do universo. Da sacralidade da vida ninguém ousa olvidar. O princípio vital outorga ao Criador tal privilégio, mesmo que muitos insistam em racionalizá-lo, alguns queiram até mesmo “brincar” de Deus e um ou outro, menos temerosos, insistam em sequer o aceitar… Pois bem, além da vida, por certo que a privação da liberdade é o maior de todos os castigos. Não há miséria maior do que ser obrigado a aceitar uma situação que não se queira, seja ela qual for. As prisões físicas, os cárceres privados, enfim, tudo o que inibe a mobilidade do corpo físico é somente a primeira e mais conhecida forma de prisão. Qual não é o sofrimento de um singelo colibri quando privado de voar numa gaiola! No entanto, para o ser humano, dotado de um nível de consciência superior ao dos animais, os maiores sofrimentos são aqueles que cerceiam a nossa mente e não o corpo físico. De alguma forma, todos nós sofremos algum tipo de “privação mental” pela falta de discernimento, acreditando que algumas situações são permanentes quando não o são. Veja. O rico sovina acredita que construiu a casa dos seus sonhos, vem o câncer e… O político corrupto acredita que seus apoiadores são leais, vem as eleições e… O apaixonado acredita que possui o amor de outrem, vem o amante e… O que todos têm em comum? A ilusão de que valores sutis, como a prosperidade, o poder ou o amor, se conquistam com “coisas ou pessoas” no mundo físico. Ah, se conhecessem o conceito budista da “impermanência” … Quanto sofrimento não teriam poupado! Sim, levaremos vidas miseráveis enquanto nos for forçoso o convívio no plano físico, imposto pela lei de karma. Já dizia Patanjali,1 o filósofo indiano sistematizador da ioga, que o mundo físico é, na verdade, a maior de todas as ilusões. Atenção, portanto, aqueles que não enxergaram esta verdade! Certamente, os mais “recalcitrantes”, um dia a aceitarão com facilidade…

§ 125

Rompendo a “impermanência”. Ao nos livrar de Maya estamos, em verdade, nos livrando da tal “impermanência” budista. Eis o primeiro atributo do que se conhece por divino, o conceito de eterno, de imutável… Por que então o Criador é dito todo “poderoso”? Pela sua onipresença, ubiquidade e a capacidade de intervir no plano físico, instantaneamente, através de toda e qualquer consciência, muito embora seja mais facilmente reconhecido através das consciências dos grandes profetas ou mestres espirituais como Jesus e Buda, em decorrência da maior propagação das suas mensagens. Já vimos que tais consciências atingiram a tão almejada perfeição, ou auto iluminação, de modo que são plenas de valores sutis, quais sejam a paz, poder, pureza, prosperidade, verdade, amor e felicidade.

Este é o ponto de rompimento, o estado de plenitude do espírito, a existência permanente das consciências. Sua significância se dá, outrossim, pelo estado de “inteireza”, quer dizer que é imutável.

Ou seja, algo que atingiu total estabilidade e não carece mais de interações exteriores, seja com o ambiente ou com outras consciências.

§ 126

Uma superconsciência. Seria correta a extrapolação de alguns que chamam o Criador de Superconsciência? Não propriamente. Em realidade a superconsciência é mais um estado vibratório que apenas algumas poucas consciências, particularizadas como guias, avatars ou mestres espirituais, são capazes de atingir. Já atingiram tal estágio de pureza, livres de karma, que se desprenderam da necessidade de interagir diretamente com outras consciências, desfrutando da liberdade para vibrar pelas coletividades em diversos mundos (habitados no plano físico ou não) e em diferentes estágios evolutivos (normalmente os mundos de onde vieram e onde são lembradas como mártires ou santos). Estão, por assim dizer, a um passo de retornarem ao “estado fundamental”, como seres de luz, fundindo-se, finalmente, ao Criador… Fiquem certos de uma coisa: são muitos os caminhos e nem tão poucas as moradas no universo cósmico! Não é forçoso tornar-se uma mártir ou santo. O estado de conexão plena a que tanto buscamos encontra-se ao alcance de todos: pela constante meditação até atingir a autorealização!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Patanjali, Os yoga sutras de Patanjali, São Paulo: Mantra, 2015.