Sobre a ÉTICA EVOLUCIONISTA (parte II)

Extraído do prefácio da obra ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral

#ricardobarreto #éticaevolucionista #filosofia #ética #henribarreto #prefacios #escândalos #códigosmorais #moral

Chamo a atenção dos leitores para o título da obra “Ética Evolucionista: a Razão da Moral”, o qual diz per si que a ética é dinâmica e que leva à compreensão da moral.

Podemos também observar que houve uma preocupação de pesquisar e citar autoridades clássicas e atuais da ética e moral que balizaram seu trabalho, procurando transmitir as diversas opiniões sobre o assunto e que contribuíram para a evolução do ser humano.

Desta forma, para analisá-la, necessário se faz antes de mais nada uma menção aos mais antigos códigos morais da humanidade.

Códigos morais

Através das religiões tribais, ainda presentes em nossos dias, podemos vislumbrar as virtudes esquecidas pela civilização de hoje, que o homem procurou regular diante da sociedade através da mitologia e da metafísica. 

Historicamente, podemos afirmar que os mais antigos códigos morais, como o de Hamurabi, preconizavam a vingança social do “olho por olho dente por dente” e influenciaram nossa civilização de hoje. 

Entretanto, foi o judaísmo que nos deixou o maior legado, através dos “dez mandamentos de Deus”, considerado o maior código de conduta do homem, o qual Jesus preconizou seu cumprimento e o resumiu na lei universal do amor, hoje sacramentada por todas as religiões cristãs.

Ética e moral

Neste ensaio filosófico, o autor procurou mostrar a diferença entre ética e moral, exemplificando-as de maneira simples e atual, sem dogmatizar ou se prender a termos filosóficos e definições cansativas.

Percebe-se, igualmente, sua independência quanto às diversas correntes filosóficas e religiosas, procurando enfatizar aquelas que agem de maneira mais racional e livres de preconceitos ou dogmas, que interfiram no livre arbítrio e na liberdade de pensar.  

Outro aspecto interessante de seu ensaio é o de mostrar a atual tendência de globalização social, política e econômica, devido ao avanço da ciência nestes últimos séculos; demonstra ainda estarmos muito longe do avanço ético-moral idealizado.

Escândalos pra quê?

Foram abordados escândalos e aspectos bem atuais como a estética e a netica (ciência da informação), assim como um assunto muito em voga nos dias de hoje, que é a ética aplicada na política.

Um exemplo de corporativismo antiético, citado pelo autor, foi o do escândalo da Parmalat, ao qual poderíamos acrescentar outros como o da indústria armamentista, tabagista e farmacêutica, fabricantes de armas destruidoras, cigarros, a talidomida e o agente laranja, drogas estas que mataram e continuam matando milhões de pessoas. 

Não podemos nos esquecer que escândalos políticos foram fartamente registrados na antiga Grécia e Roma, como também por um de nossos mais brilhantes políticos: Rui Barbosa.1

Mediante tanta imoralidade, vamos agir e lembrar um dito de Luther King,1 em defesa dos justos e da não violência, a saber:

“O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética; o que mais me preocupa é o silencio dos bons”.

§

Assim, todos nós, leitores, podemos acompanhar, neste ensaio, a evolução sob os seus dois aspectos essenciais, ou seja, o existencial e o moral nos diversos campos da ciência.

Gostaríamos de finalizar a leitura deste trabalho acrescentando um antigo preceito de que “nada imoral pode ser justo e nada injusto pode ser Moral”. Assim sendo, toda lei ou regra justa deve fundamentar-se na ética e na lei moral.

Campinas-SP, primavera de 2007

Por Henri B. F. Barreto, meu pai, químico pesquisador e profundo conhecedor da doutrina espírita!

Créditos:

Autoria por Henri Barreto. Edição por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.

Sobre a ÉTICA EVOLUCIONISTA (parte I)

Extraído do posfácio da obra ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral

#ricardobarreto #éticaevolucionista #filosofia #ética #poetasbrasileiros #silvabarreto #posfacios #livre-pensamento #éticacientífica #éticareligiosa

Nada mais feliz foi a decisão do moço Ricardo de Lima Barreto, ao escolher para o pórtico desta obra a figura magistral de Rui Barbosa, um dos maiores pensadores brasileiros. Foi uma espécie de decisão mística, ao invocar inspiração para um trabalho literário repleto de locuções lítero-filosóficas.

Seria muito mais fácil apreciar esta obra se ela não tivesse nenhuma conotação com os mistérios da vida. Entretanto, não é o caso presente. A profundidade de suas pesquisas, principalmente na área da metafísica, da ética e da moral, obriga-nos aguçar nossa mente nas raízes dos conceitos. Se assim não fizermos, seremos arrastados pela torrente de seu raciocínio e, conseqüentemente, pelas suas conclusões.

Recomendo a leitura, com carinho, dos referidos capítulos, “Ética Científica e o capítulo neológico Nética, cujo valor está nas análises meticulosas que o autor fez, principalmente neste último onde fez várias indagações, duvidando que as informações obtidas possam contribuir para a nossa felicidade (Leia o meu poema “A Procura da Felicidade”, onde, como poeta a encontrei).

Sobre o livre-pensamento

O conceito mais profundo aqui examinado foi o metafísico do “Livre Pensamento” que eu, um antigo ATEU, passei para o materialismo para evoluir e me fixar, finalmente, na moderna filosofia do “Livre Pensamento”.

Não se trata, na realidade, de um “Pensamento Livre”, mas, sim, de um “Livre Arbítrio” para apreciação de cada preceito religioso sem interferir ou condenar os fundamentos filosóficos de cada um, desde que praticados fielmente e, principalmente, sem fanatismo que constitui um execrado mal de todas organizações sociais e religiosas.

Luto pela perfeição de todos os preceitos sadios que regem uma sociedade humana, sejam eles de caráter físico ou metafísico. Até um Código de Hamurabi, com seu princípio feroz do “olho por olho, dente por dente” poderia ser melhor interpretado e adaptado à velha Mesopotâmia sem a filosofia da “Justiça Vingativa”.

O que mais me impressionou, conforme já disse anteriormente, foi sua perspicaz análise do denominado “Livre Pensamento”, corrente filosófica que eu abraço e que combate o maior inimigo da liberdade religiosa – o fanatismo.

Sobre a matéria, Ferrater Mora, no seu Dicionário de Filosofia vol. II, pág. 57, muito bem a apreciou. Diz ele que o termo Livre Pensador pode tomar dois sentidos: um amplo e outro restrito.

No primeiro sentido chama-se “Livre Pensador” todo aquele que não aderiu a um determinado dogma. Nesse sentido são os libertinos, os libertários, ou seja, anarquistas, inimigos de todo governo, não entendidos como sectários, que segue uma seita. No segundo sentido se chama “Livre Pensador” os diversos grupos de pensadores dos séculos XVII e XVIII, especialmente na Inglaterra e na França.

A característica predominante dos “Livre Pensadores” franceses e ingleses era predicar a tolerância religiosa e aplaudir o racionalismo. Os livre pensadores em questão rechaçaram, quase sempre, os mistérios sobrenaturais e os dogmas das Igrejas oficiais; às vezes admitiam um cristianismo primitivo, em seu entender mais puro. “A veces opusieron el Estado a la Iglesia como medio de fomentar la tolerância religiosa” (Ibidem).

Sobre a ética religiosa

Todas as religiões tiveram, como preceito positivo, a prática do bem. O fanatismo, entretanto, destruiu, em quase todas, este preceito ético, desvirtuando-as.

Em um dos capítulos o autor desta obra exalta a caridade como sendo o maior legado do ser humano. Sempre professei uma filosofia contrária à caridade. Sobre o assunto escrevi:

“A caridade é a maneira pela qual compensamos nossas faltas, dando a algum mendigo as sobras de nosso prato. Se sonhamos com o céu, ela visa a compra de um passaporte para esse Paraíso após a morte. Se nele não acreditamos, nada mais representa do que uma descarga do peso de nossa consciência, porque a esmola é um vilipêndio, é um ultraje à honra de que foi vencido na luta pela vida por aquele que a natureza dotou com superior capacidade física e mental”.

Sobre a ética científica

Não poderemos afirmar que, neste trabalho, há o melhor e o pior capítulo porque o autor primou pela busca da perfeição em todos eles. Entretanto, eu, particularmente, prefiro o capítulo “Análise V – Ética Científica”, de inspiração Nietzschiana como de conteúdo mais profundo e sem qualquer afirmação discordante de meu entendimento.

No capítulo “Ética Científica”, o autor expõe as muitas iniqüidades cometidas contra aqueles que ousassem pensar além dos limites impingidos pela “Santa Igreja”. Taxados de bruxos, muitos cientistas foram considerados hereges pela Igreja Católica e queimados vivos nas fogueiras por causa de suas ideias tidas como revolucionárias.

A este respeito foi publicado, recentemente, um livro do Acadêmico Arnaldo Niskier, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, “Branca Dias – O Martírio”, muito ilustrativo que merece ser lido por todos que desejam conhecer a verdade histórica da Inquisição, mancha negra de um período do falso cristianismo que contrariou a pregação do próprio Cristo.

§

O valor deste livro está na profundidade analítica dos temas que o autor, bem novo, avançou com coragem em busca de soluções, principalmente filosóficas e religiosas.

Finalizando o presente Posfácio, já muito longo, não poderei deixar de reconhecer a bem elaborada análise das duas principais proposições: A ÉTICA E A MORAL.

Acredito, piamente, no êxito desta publicação, sem entrar nas apreciações Kardecistas de um dos capítulos e do Prefaciador.

São Paulo, primavera de 2007

Por Silva Barreto, meu avô, procurador do estado de São Paulo, profundo intelectual e POETA aclamado, com mais de 20 livros publicados!

Créditos:

Autoria por Silva Barreto. Edição por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.

GRISHA

#ricardobarreto #éticaevolucionista #filosofia #ética #comportamentoético #paixão #conjecturadepoincaré #fieldsmedal

Após discorrer sobre os mais variados temas que encerram a ética como questão central, gostaria que o desfecho nos remetesse ao ato de “filosofar”, no sentido mais nobre da palavra…

Para o Dalai Lama, a vida se resume a uma constante busca pela felicidade, a qual não pode ser outra coisa senão a satisfação das paixões ou ambições.

É exatamente neste ponto que se encerra o cerne do que fazemos: quem não tem paixão pela vida, em verdade, já deixou de vivê-la! Nunca devemos perder esta motivação, nem sequer pelos mais insondáveis motivos…

Verdadeira paixão

A paixão de que falo não é aquela de um romance profundo, nem tampouco do novo emprego que invariavelmente nos empolga por algum tempo, outrossim a paixão gerada por aqueles atos singelos que muitas vezes nos passam despercebidos na correria do dia-a-dia.

Falo da luz do sol que esquenta a pele nos dias de inverno, da brisa refrescante batendo no rosto ao entardecer, do sabor inigualável de um pãozinho francês “fresquinho” que acabou de sair do forno, da chuva que cai sobre as plantas no início da noite exalando um aroma indescritível!

Preze-se, caro leitor, o fato mais elementar de estarmos vivos, com os sentidos aguçados (ou mesmo parte deles) que nos permitem este salutar intercâmbio de energias e sensações.

Paixão. Um dádiva da “mãe-natureza” que nos revela a perfeição e imutabilidade das leis que a regem, causa e efeito, obra do Criador.

Mas como as paixões humanas (as ilusórias) nos motivam? Quais são seus efeitos e como nos controlar diante deles? Eis o segredo da verdadeira felicidade. Não há dúvidas de que as paixões descontroladas podem ser prejudiciais à nossa vida, sob os mais diversos aspectos.

Retro-análise mental

Para evitar tais desatinos, sempre que estivermos apreensivos sobre o que fazer, seja numa decisão profissional ou até mesmo numa discussão familiar, cabe um momento de autorreflexão.

Pare, respire fundo e avalie a situação antes de reagir. Esta é uma atitude introspectiva e não deve ser compartilhada no momento em que acontece. Então, sem pressa, proceda à seguinte retro-análise mental:

  1. Qual reação eu poderia ter? Pelo menos 3 alternativas;
  2. Para cada reação, ache uma paixão correspondente;
  3. Descubra que tipo de sentimento está por trás dessa paixão;
  4. Eleja a mais coerente com seus princípios éticos e morais;
  5. Reaja então em sintonia com a sua Consciência.

Parece ser um procedimento simples, mas garanto que, se todos o fizessem antes de tomar uma atitude intempestiva, não sofreriam as consequências trágicas de um desatino que pode abalar irreversivelmente suas vidas…

Comportamento ético

Em meados de 2006, veiculou-se na imprensa uma notícia nem um pouco comum. Chamou-me especialmente atenção o título: “Gênio Russo Rejeita Nobel da Matemática”.

Este indivíduo chama-se Grigory Perelman. Figura tipicamente “nerd”: ruivo, barbudo, com seus trinta e poucos anos na época que trabalhava anonimamente no Instituto de Matemática Steklov em São Petersburgo.

Seu feito: simplesmente resolveu aquele que é considerado um dos sete maiores problemas matemáticos do milênio, a Conjectura Poincaré. Só para se ter uma idéia do que este feito pode representar para a humanidade, segue um trecho da referida reportagem:

“A resolução de Perelman tem profundas implicações para ciência. Segundo especialistas, ela permite que se faça um catálogo de todas as formas tridimensionais possíveis no universo, o que significa que poderíamos descrever a forma do próprio cosmos”.

Durante um século, cientistas de todo mundo tentaram, em vão, resolvê-la. Por sua vez, “Grisha” (seu pseudônimo) alcançou a resolução em nada menos do que 34 páginas e, ao invés de publicá-la em uma renomada revista científica, optou tão-somente por divulgá-la na web para o domínio público em novembro de 2002.

 O que tanto nos choca, sem sombra de dúvidas, é o seu desprendimento das devidas honrarias pelo feito, tendo negado aquele que é considerado o Nobel da matemática: o prêmio Fields Medal (e mais o equivalente a 1 milhão de dólares em sua conta bancária).

§

Pessoas como Grisha, assim como Cristo, Da Vinci, Ganghi, Einstein, entre outros pouquíssimos exemplos, agem por paixão (a verdadeira) e não por dinheiro, reconhecimento ou qualquer outro tipo de recompensa ilusória.

Segundo sua lógica, o problema foi resolvido, visando o bem da maioria (o grande intuito da ética) e isso é tudo que o mais interessa. Alguns, fatalmente, podem falar: “utópico demais”. Eu digo: sem palavras! Pena que o dom da genialidade conjugado com caráter é para muito poucos, os eleitos…

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Cutler, H.C. A Arte da Felicidade, 2000, Martins Fontes, 17.
  3. Portal do jornal O Estado de São Paulo: estadao.com.br (acessado em 22 de agosto de 2006).

ÉTICA SEXUAL – parte II

#ricardobarreto #éticaevolucionista #filosofia #ética #éticasexual #atraçãosexual #infidelidadeconjugal #celibato

Voltando nossa atenção agora para certas questões de estética, é indiscutível que gosto é gosto, mas mesmo assim podem-se prever certos padrões de beleza baseados em estudos de simetria e harmonia.

No Brasil a coisa fica ainda mais difícil, num país onde a herança colonizatória gerou uma riquíssima diversidade étnica que possibilitou o surgimento de padrões de beleza um tanto quanto exóticos…

Vamos entender, afinal, o que gera em nós essa apreciação e desejo quase que compulsivos pelo sexo e não pelo “belo” necessariamente?

Além da testosterona

Segundo pesquisadores ingleses, a atração sexual ocorre numa fração de segundo, somente o tempo necessário para desencadear uma complexa seqüência de impulsos bioquímicos a nível molecular, conforme descrito:

A atração começa no hipotálamo, área do sistema nervoso responsável pela produção de hormônios que controlam características do organismo como a fome, o sono e o humor. Dali envia-se uma mensagem à hipófise, que produz hormônios para as glândulas sexuais. Essas reagem produzindo estrogênio, progesterona e testosterona. Em seguida, o coração dispara, os músculos tencionam e o impulso está dado.

Imaginem só o caos que seria se o impulso fosse efetivo a cada pessoa atraente que nos deparássemos pelas ruas?! Ainda bem que a razão, na maioria dos casos, fala mais alto… Mesmo assim, algumas pessoas, especialmente os homens, não conseguem controlar como deveriam seus impulsos sexuais mais íntimos. E o pior é que isto acaba por gerar sérios conflitos éticos, quando não chega a casos mais extremos, tais como estupros, pedofilia e até mesmo a necrofilia. 

Estes são desvios psicossociais inconcebíveis que merecem medidas enérgicas por parte da justiça criminal. Não se pode sequer imaginar o que é “sentir na pele” o estupro de uma esposa ou o abuso sexual de uma filha. Quando se leva para o lado pessoal, todos os padrões ético-sociais são deixados de lado.

Considero que a reabilitação, nestes casos, é irreversível num curto espaço de tempo, o que justificaria a pena perpétua, mas em condições humanas e não segundo o vergonhoso sistema prisional brasileiro que mais corrompe do que corrige.

Voltando ao caso dos impulsos sexuais mais controláveis, temos ainda uma constatação científica muito curiosa para averiguar: mulheres que dormem ao lado de um homem tendem a menstruar e ovular mais regularmente ao mesmo tempo em que, nesse homem, a barba cresce mais rápido.

São muitos os benefícios de uma vida sexual mais estável.  Acredita-se que o controle hormonal, na prática, faz bem para a pele, o humor e até melhora a memória. Portanto, é perfeitamente natural essa nossa constante busca pelo parceiro ideal. Respeito o celibato, desde que seja uma opção do livre-arbítrio em caráter de devoção missionária e não imposta por dogmas religiosos.

Semelhante atrai semelhante     

Depois de analisadas as bases fisiológicas e sociais que regem a atração sexual, verificaremos então alguns comportamentos resultantes desse intrincado balanço físico e mental. Muitos estudos comportamentais foram realizados por psicólogos ao redor do mundo a esse respeito, não obstante, cabe salientar algumas constatações curiosas feitas por alguns deles…

Quase como uma premissa, todos apontam que, no campo dos relacionamentos, assim como na natureza, semelhante atrai semelhante (lei de afinidades). Seja pela aparência física, ou pelo estilo de vida, o fato é que pelo menos 80% dos casais são semelhantes em quatro fatores:

  1. Faixa etária;
  2. Grau de escolaridade;
  3. Religião;
  4. Raça.

Isto sem mencionar a questão de nível social que ainda impera fortemente em nossa sociedade, mesmo que de forma mais velada em muitos casos… Quem não conhece alguém que tenha se casado por interesse, deixando de lado o seu verdadeiro amor?

As pessoas nem imaginam o verdadeiro “crime” que cometem contra si mesmas ao reprimirem seus sentimentos em nome de interesses puramente mundanos. Faltam com a ética pessoal contra si mesmas, contradizendo seus princípios morais, o que certamente comprometerá todos os seus planos futuros de felicidade.

O único consolo é que, nos relacionamentos mais superficiais, com o tempo e a convivência, os parceiros acabam estabelecendo vínculos fugazes, mas ainda assim sinceros, porque todos, sem exceção, carregam pelo menos alguma qualidade latente que acaba por ser valorizada pelo companheiro…

Lei da oferta e da procura

Outro fato curioso foi confirmado pelos pesquisadores da Universidade de Louiswille nos Estados Unidos: quando uma mulher mostra interesse por um homem, ele se torna mais facilmente objeto de desejo das demais.

Parece uma praga! Quando se está sozinho, as coisas ficam ainda piores e prevalece a percepção de que ninguém se interessa por nós. Basta começar um novo relacionamento que logo começa a “chover” pretendentes. É a força do desdém em ação, muito parecida com a tal “lei da oferta e da procura”…

Ou seja, quando ninguém tem interesse por determinado indivíduo, seu “valor” cai e poucos se interessam por suas “ações”. Ao aparecer um pequeno “investidor”, desperta-se imediatamente a atenção dos outros, “inflacionando” o valor do indivíduo outrora menosprezado. Por isso que a aparência e autovalorização não deixam de ser formas de “especulação” que ditam, em grande parte, o sucesso na nossa sociedade.

Sim, “beleza traz dinheiro”! E quem não se lembra daquele ditado que “depois de uns bons copos de cerveja não existe mulher feia”. Pois é: pesquisadores descobriram que, realmente, após cinco copos de cerveja, cerca de 25% das pessoas perdem completamente seus padrões de beleza. E não adianta reclamar de dor de cabeça no dia seguinte…

Encontraram explicações até para o ciúme excessivo. Dizem que as pessoas mais feias são também as mais ciumentas. Isto porque, como são menos atraentes e inseguras, temem mais pela perda do parceiro. Dá para acreditar mesmo sendo pesquisa científica?

§

Afinal, espero somente que fique registrada a mensagem mais importante de que o sexo não tem nada de errado, muito pelo contrário! Só não deve ser encarado como diferencial para escolha do parceiro de toda uma vida.

A construção de um relacionamento duradouro vai muito além da testosterona! Lembrem-se: esta só serve, quando muito, nos primeiros meses de relacionamento… A paixão é efêmera, mas o amor verdadeiro dura pela eternidade.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Gostou? Mãos ao BUZZ nas redes!

Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Daniela Pinheiro, Veja, 2004, 1837, 74-81.

ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral

#ricardobarreto #filosofia #ética #éticaevolucionista #moral

Pode um indivíduo ser ético sendo amoral? Ou primar pela moral e faltar com a ética??? Este é o cerne desta apresentação que sintetiza o conteúdo abordado no livro que leva o mesmo título.

Tópicos:

  • Qual é a natureza da ética?
  • Em que constitui sua ética pessoal?
  • Como conceber um juízo moral?
  • Como tomar uma decisão ética?
  • O que fazer para levar uma vida social segundo seus padrões éticos?

Acesse AQUI

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.

ÉTICA SEXUAL – parte I

#ricardobarreto #éticaevolucionista #filosofia #ética #éticasexual #atraçãosexual #infidelidadeconjugal

Ora, que pode haver de ético quando se fala de atração sexual? À primeira vista, pode até parecer que não há relação alguma, não obstante, se olharmos mais a fundo, veremos que muita coisa está atrelada ao sexo e seus desejos…

Tudo o que está ligado com os instintos fundamentais do ser humano é um fator crucial em nossas decisões do cotidiano. É o que se costuma chamar, em linguagem de psicólogo, de “gatilho emocional”. Ou seja, quando uma vontade intrínseca, ligada à nossa realidade genésica, determina as nossas ações.

O fenômeno da atração

Chamou-me especialmente a atenção uma reportagem instigante veiculada na imprensa em 2004, na qual foi analisada de forma bastante sutil, porém muito bem embasada, as questões socioculturais e científicas por trás deste tema tão delicado.

A tese defendida nesta reportagem pode ser resumida sucintamente pelo seguinte excerto:

Além da aparência física, da conta bancária, do temperamento ou do simples impulso de reprodução proposto por Charles Darwin,  ainda há uma confusão de hormônios, circuitos cerebrais e substâncias químicas influenciando a questão de com quem se gostaria de ir para cama.

Existem duas vertentes distintas com explicações complementares para o fenômeno da atração sexual. De um lado os sociólogos, antropólogos e demais adeptos das ciências humanas com suas justificativas baseadas nos padrões sócio-culturais.

Na contramão, por sua vez, está uma plêiade de cientistas, médicos, biólogos e químicos, com suas provas fundamentadas nos mecanismos bioquímicos e no código genético do corpo humano. Quem será que está com a razão: a ciência ou os humanistas?

Sou da opinião que o melhor seria pensarmos que ambos estão na direção correta… De fato, existe a tão falada “química do amor”, contudo, o ser humano não se resume a um emaranhado de vias metabólicas, regidas pela herança genética, outrossim, a um complexo sistema físico-mental, onde os fatores psicológicos têm certamente um papel significativo.

Por outro lado, o entendimento de como os homens e as mulheres são estimulados sexualmente requer uma análise ampla e profunda que vai muito além do estudo de artigos científicos, exigindo sobretudo uma reflexão crítica sobre as questões ético-comportamentais envolvidas.

Infidelidade conjugal

Pode parecer estranho, mas o despertar da sexualidade foi a grande motivação das pesquisas acadêmicas de Mirian Goldenberg, uma conceituada antropóloga da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Ela começou o seu trabalho levantando a seguinte indagação: “o que mais te atrai no sexo oposto?”. As respostas dos dois grupos (masculino e feminino) foram unânimes: os homens se ligam primariamente à beleza, enquanto que as mulheres se atentam mais à inteligência.

Confirma-se, assim, aquela famosa tese de que os homens são movidos muito mais pelo instinto do que as mulheres, as quais preferem analisar critérios mais subjetivos.

O fato é que a mulher é capaz de sentir desejo tão intenso quanto o homem. A diferença é que ela não é escrava do impulso.

Eu continuaria dizendo que o homem consegue isolar melhor o componente sexual do lado sentimental. Não que eu defenda esta tese, mas é um fato. E muito da infidelidade conjugal se baseia justamente nele. Já que tocamos nesta importante questão ética, vamos aproveitar para tentar elucidá-la mais amiúde.

Sou partidário da tese de que, em termos comportamentais, não existe diferença alguma entre homens e mulheres. Está certo que são realidades fisiológicas (hormonais) bem distintas, mas isto não deve justificar a subjugação dos homens, em certas circunstâncias, ao poder da testosterona!

Aquele velho ditado que diz “a carne é fraca” não deve nunca justificar os desvios inconsequentes que levam muitos pais de família à infidelidade conjugal, arruinando relacionamentos que poderiam perseverar e gerar melhores frutos do que uma efêmera aventura extraconjugal. A razão da Consciência deve sempre prevalecer.

Também não sou do tipo puritano hipócrita a ponto de condenar a infidelidade em toda e qualquer situação. Muitos relacionamentos são “frágeis” demais para serem tratados como uniões estáveis… Existem pessoas que ficam juntas mais por conveniência do que por um sentimento recíproco e genuíno de afinidade, quiça de amor! Detalhe importante: entenda-se por genuíno tudo o que é puro e verdadeiro.

§

No mundo impulsivo e superficial de hoje em dia, são cada vez mais frequentes as transgressões sexuais. Eu diria até mesmo que o comportamento infiel ou o sexo vicioso e seus transtornos mentais, por mais estranho que possa parecer, é ou está ficando natural…

Logo, se quisermos vivenciar relacionamentos duradouros, profícuos e sinceros, devemos nos amar de forma madura, o que significa, antes de qualquer coisa, a busca pelo autoconhecimento e, numa estágio mais elevado, a auto-realização! Só assim, estaremos aptos a dar e receber o afeto de outrem.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Gostou? Mãos ao BUZZ nas redes!

Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Daniela Pinheiro, Veja, 2004, 1837, 74-81.

ESTÉTICA: o que é “belo” de fato?

#ricardobarreto #éticaevolucionista #filosofia #ética #estética #obelo #conceitodebeleza #condutaestética #síndromePIB

O conceito de “belo”, ao contrário do que pode parecer num primeiro momento, está diretamente relacionado à noção de Deus, haja vista o pressuposto da perfeição como ideal imanente…

As “coisas belas” são simplesmente uma sutil e efêmera expressão da perfeição absoluta, refletindo a harmonia em suas duas únicas formas: a simetria e o equilíbrio.

Já os “seres belos” caracterizam-se pela evolução moral, dado que a elevação dos PENSAMENTOs resulta na delicadeza dos seus traços. Já a animalização dos INSTINTOs produz, contrariamente, formas mais grotescas.

Quem nunca teve contato com uma pessoa que, pelo carisma e simpatia, nos parecia muito mais “bela” do que realmente era? Pode-se pensar, decerto, que a beleza dos seres é “o espelho de suas almas”…

O belo

Mas o que vem a ser, afinal, o “belo” ? Seria esta uma questão relativa ou existiria um conceito absoluto que o descreva?? Muitos podem até achar determinada pessoa (ou coisa) bonita, enquanto outros sequer lhe dariam importância… O que está por trás, então, dessa noção de MARAVILHA que tanto apreciamos e almejamos???

Certamente, muitos já se embrenharam pelo tema, de modo que não me cabe trazer ao Leitor nada de novo. Talvez valesse a pena somente refletir um pouco mais a fundo e, quiçá, obter algumas percepções interessantes…

A tese que nos propusemos a defender pode ser considerada um tanto quanto ousada e imagino que alguns devem até se indispor profusamente… Mesmo assim, tenho certeza de que estes hão de ponderar, minimamente, sobre os argumentos aqui apresentados. Vamos lá?!

A tese

Inicio arriscando-me a dizer que, em toda história da humanidade, em raríssimos momentos, algumas mentes geniais, como as de um Da Vinci, Einstein ou um Mozart, certamente em Estado Alterado de Consciência, puderam contatar, mesmo que de relance, esferas elevadas e nos brindar, ao menos, com uma amostra da perfeição DIVINA!

A beleza pode se manifestar de diversas formas, conquanto haja reflexos de simetria e equilíbrio: seus atributos divinos!

Poderíamos imaginar erroneamente que somente as coisas materiais são passíveis de apreciação, pelo simples fato de assumirem forma física e poderem, assim, impressionar os nossos sentidos.

Não obstante, esta visão é totalmente equivocada, porque relega a beleza ao concretismo, sendo ela constituída, outrossim, por conceitos muito mais abstratos e sublimes de harmonia.

Não podemos nos esquecer de que, além dos nossos cinco sentidos materiais, existe ainda mais um (diga-se de passagem bem aguçado): a percepção consciencial. É ela que dita a sintonia que existe entre os seres, de forma construtiva ou destrutiva, de acordo com a empatia ou antipatia de ambos… A pura gênese do amor!

É ele (o amor) o “fiel da balança”, que pode pôr beleza na feiúra ou depreciar o que é apenas bonitinho, revelando o nada!

Conduta estética (ou falta de…)

O pior tipo de falta de conduta estética, que rompe irremediavelmente com a autoestima dos seres, acontece quando a própria pessoa não se acha bonita. Este tipo de comportamento tem aumentado de forma assustadora nos últimos tempos, sendo responsável por uma parcela considerável das consultas psiquiátricas…

Várias doenças, tais como a anorexia nervosa e bulimia, estão diretamente relacionadas à Síndrome PIB, ou do Padrão Inatingível de Beleza, cujas estimativas apontam para um índice de ocorrência de mais de 1% da população mundial.

Diante da gravidade do fato, urge que se responda ao seguinte questionamento: por que as pessoas estão passando por cima até da FOME, um instinto absolutamente essencial à sua sobrevivência?!

O reconhecido psiquiatra brasileiro, Augusto Cury, nos dá uma resposta bastante convincente. Basicamente, a TV (e hoje mais propriamente a internet ou o YouTube) seria a grande responsável pela propagação de uma imagem irreal de beleza no inconsciente coletivo da sociedade, pautada pelas modelos magérrimas, apresentadas não somente nos desfiles de moda, assim como também em programas comuns como novelas, filmes, seriados e, porque não dizer, os selfies do Insta, stories do face, etc.

A confirmação desta tese veio em 2002 com um artigo científico publicado na renomada revista The British Journal of Psychiatry, mostrando o impacto da TV na mudança dos hábitos alimentares e no comportamento das mulheres das Ilhas Fiji, no pacífico, após os três primeiros anos de exposição, a partir de 1995.

Os pesquisadores detectaram que, depois que a TV passou a exibir mulheres magras e com beleza incomum, as nativas das Ilhas Fiji começaram a fazer dietas e apresentar transtornos alimentares como anorexia e bulimia, doenças que antes eram praticamente inexistentes nesta comunidade. Impressionante, não?!

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Sem dúvida, estes e outros comportamentos mais recentes da sociedade da era da informação, representam um fato inquestionável que merece nossa atenção e reflexão, com o intuito de tomarmos atitudes que comecem a romper estigmas impingidos pelos veículos de comunicação de massa.

Quanto à “beleza das coisas” (entendendo por “coisas” como sendo tudo quanto for obra materializada pelo homem) não tenho muito a ponderar, pois refletem apenas de maneira muito difusa e imprecisa aquilo de que só temos apenas uma leve impressão…

Uma linda Ferrari, sob o comando infalível de ninguém mais que um Michael Schumacher, ou até mesmo um modelito exuberante da Dior, delineado pelo corpo de uma estonteante Gisele Bünchen, não deixariam de ser somente “bonitinhos” (e não “belos”) diante da beleza suprema da natureza, a maior e a mais bela de todas as revelações divinas.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Cury, A. J. A Ditadura da Beleza e a Revolução das Mulheres, Rio de Janeiro: Sextante, 2005.

Ética religiosa

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Ao abordar tal assunto (reconhecidamente polêmico), muitas são as questões que vêm em nossas mentes. Uma delas, no entanto, tem sido constantemente suscitada nos dias de hoje, haja vista seu caráter de “ruptura” com muitos dos dogmas instituídos pela Igreja Católica ao longo da história do Cristianismo.

Eis o dilema: Jesus foi realmente mal interpretado? Veja. Não estamos falando de conduta moral, nem tampouco do “batismo de fogo” que poucos ainda perscrutam… Estamos diante, outrossim, de uma questão de ordem teológica, ligada ao estudo das escrituras sagradas, mais propriamente da Bíblia.

Mas será o “verbo divino”?

Tal foi o ponto de partida de um artigo publicado na revista Galileu,  em que mostra o quanto foi mal interpretado o “verbo divino” durante séculos e mais séculos de transcrições e pregações.

Já dizia João, o apóstolo, em seu primeiro versículo: “no princípio era o verbo”. E hoje, complementando, já não é mais só o “verbo”. Tem também “pronome”, “aposto”, “adjunto” e muito mais… [hehe]

Foram estas, efetivamente, as constatações de um dos maiores estudiosos de crítica textual religiosa do mundo, o Prof. Bart Ehrman, da Universidade da Carolina do Norte (EUA). Ele lançou em 2006 um livro seminal que está causando verdadeiro furor na comunidade religiosa. Ao mesmo tempo, devido ao seu teor científico, tem despertado grande interesse do público em geral. Mas, afinal, o que ele diz de tão impactante?

O poder dos “copistas”

Antes de mais nada, necessário se faz compreender o porquê desta controvérsia. Só para se ter uma ideia, a versão original do Novo Testamento só foi compilada em grego no século II D.C. Sendo assim, como na época pouquíssimos cristãos sabiam ler e escrever, imaginem o privilégio e o poder que os “copistas” desfrutavam em suas comunidades…

Sem falar da possibilidade de adaptar o texto aos interesses de pregação e manipulação, o que acontecia voluntariamente em muitos trechos, conforme poderemos ver em alguns dos principais exemplos exaltados por Ehrman. Só para começar, são desmistificados irrefutavelmente três dos maiores dogmas da Igreja:

  1. Santíssima trindade;
  2. Virgindade de Maria;
  3. Divindade de Jesus.

Primeiramente, em vez de “pai, filho e espírito santo”, o autor mostra que nos manuscritos gregos havia somente “o espírito, a água e o sangue”. Já o segundo dogma, fica patente na mudança textual observada no evangelho de Lucas (2,33). Na versão original tem-se: “… e seu pai e sua mãe ficaram maravilhados com o que se dizia dele…”. Já na versão modificada: “…e José e sua mãe ficaram maravilhados com o que se dizia dele…”.

Por fim, o conceito da divindade de Jesus, fica logicamente equivocado, segundo o trecho do Evangelho de Lucas, em que diz: “Pai, perdoai-os, pois eles não sabem o que estão fazendo”. Detalhe: este trecho foi simplesmente subtraído em algumas versões da Bíblia…

Só com estes pouquíssimos exemplos, presumo eu, já se pode ter subsídios mais que suficientes para responder assertivamente ao questionamento levantado no início, muito embora cada um possa ter suas convicções pessoais irredutíveis, sustentáculos de suas crenças, impedindo-os que vejam a verdade por trás das escrituras originais.

Discutir religião: pra quê?

A ética, indubitavelmente presente nas escrituras sagradas, não foi perenizada ao longo do tempo, sendo, pelas mãos dos homens, no vislumbre do poder eclesiástico, profanada a verdadeira essência de muitos dos ensinamentos cristãos. Por isso, em verdade vos digo, certo está Ehrman ao afirmar que:

A fé em Deus não se baseia nas palavras espalhadas em um livro, mas sim na experiência pessoal que cada um tem com Deus.

Esta experiência pessoal pressupõe que não existe uma religião certa ou errada. Continuo afirmando que Jesus era judeu e em nenhum momento quis instituir uma nova religião. Sua intenção, pelos relatos que nos chegaram aos dias de hoje, era tacitamente a de promover uma reforma contundente, sem “criar novas leis e sim fazer com que fossem cumpridas”.

Passados dois milênios, por outro lado, é muito comum vermos um verdadeiro “mosaico” de crenças religiosas, misturando conceitos e princípios já existentes há muito tempo. Se ainda sim você duvida, vá beber na fonte da literatura védica hindu e verás!

Surge, como resultado dessas novas “roupagens”, o esoterismo e suas mais variadas formas: um movimento que encanta a fragilidade das pessoas pelo seu lado místico. Não menos preocupante são os extremistas religiosos que, ao interpretarem a “palavra” ao pé da letra, cometem erros brutais e atentam contra valores universais sem a menor consciência de seus atos.

§

Ser ético, portanto, quando se fala em religião, antes de mais nada, é respeitar a crença do próximo, mesmo que discorde profundamente da sua posição. Sem tal postura, não adianta de nada sair de casa com um “livro sagrado” debaixo do braço!

Aos olhos de Deus, ou melhor, o que mais nos aproxima de fato dele, são as nossas atitudes em benefício dos outros e não somente de si mesmos… Isto é o que prima a ética religiosa. O mais é nada.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Franco, E. Revista Galileu, outubro de 2006, No 183, 35-43.
  3. Ehrman, Bart D. O que Jesus disse? O que Jesus não disse?: quem mudou a Bíblia e por quê, São Paulo: Prestígio, 2006.
  4. Ler o capítulo Minha Religião, em Livrovivo: 2000-2002, Editor-Autor, 43-45, 2003.

Ética corporativa – parte II

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Na primeira parte deste ensaio, vimos os conceitos de ética corporativa e como a ambição pessoal pode moldar o comportamento profissional das pessoas rumo ao conflito de interesses.

Para ilustrar este ponto, rememoramos o escândalo mundial da Parmalat que se tornou caso emblemático. Vamos agora nos aprofundar no modus operandi das falcatruas para, quem sabe, encontrarmos uma saída…

O cuidado com a imagem corporativa

Nesta verdadeira “selva capitalista”, nem sempre as coisas são o que parecem. Sem dúvida, a imagem de uma empresa é o segredo para o seu sucesso! Acontece que justamente aí começam as grandes falcatruas… Nem toda empresa prima pelas boas práticas de governança corporativa.

Só para se ter uma noção mais clara da problemática, até o final de 2003 a maioria das agências de risco ao redor do mundo conferiam nota máxima à Parmalat em suas avaliações (vide parte I).

A tentativa de passar uma “boa impressão” ao mercado, sem lançar mão de artifícios como falsos esboços, constitui um dilema ético não só nas relações empresariais, mas sobretudo em nossas próprias vidas profissionais.

No Brasil o buraco sempre é mais embaixo!

Claro que o Brasil não poderia está isento destes grandes escândalos financeiros. Muito pelo contrário. Aqui, quando se trata de corrupção e lavagem de dinheiro, o buraco sempre é mais embaixo!

Quem não se lembra da falência da gigante do setor imobiliário: a Encol? Eu mesmo conheci duas pessoas, entre as 42.000 famílias lesadas pela empresa, que perderam as economias de toda uma vida!!!

Depois disso tomamos algumas providências para regularizar a nova lei de falências, muito embora persista a causa-raiz: de que adiantam as leis se não existe fiscalização preventiva e, o que é pior, se a impunidade impera sobretudo para os criminosos mais abastados?!

O único consolo é que a justiça, afinal, está começando a fazer sua parte, pelo menos no exterior. Os diretores financeiros, auditores e até mesmo o próprio fundador da Parmalat já foram parar no xilindró! *

Em depoimento, um diretor chegou até mesmo a confessar ter recebido a difícil tarefa de arrebentar um computador a marteladas ao final do expediente.

* Nesta época ainda nem sonhávamos com a nova realidade propiciada no Brasil pela Operação Lava Jato que também levou para cadeia inúmeros políticos e empresários.

Chamou-me especial atenção, no campo da responsabilidade sócio-ambiental, o caso da indústria química Shell do Brasil que chegou ao cúmulo, em meados de 2002, de se auto-denunciar por conta de uma contaminação no solo provocada numa área residencial localizada na cidade de Paulínia (SP).

Depois de intensa “batalha judicial”, envolvendo contestações completamente descabidas quanto aos laudos técnicos idôneos, a empresa foi condenada a indenizar as famílias lesadas. Mesmo assim, deve-se ressaltar que não existe dinheiro no mundo capaz de resgatar a saúde e a vida!

Últimas reflexões apropriadas

Eu, estupefato, me faço então quatro indagações e convido os leitores a refletirem sobre elas:

  1. O que as pessoas não se sujeitam a fazer para perseguirem suas ambições?
  2. Por que estes altos executivos não estabelecem seus valores e princípios antes das suas ambições?
  3. O que deve reger a ética nas relações empresariais?
  4. Existe alguma diferença entre a ética pessoal e a ética corporativa?

Julio Lobos responde com primor a todas estas questões em seu livro que se faz repleto de exemplos, reflexões e diretrizes de conduta ética e profissional.

Ele nos remete, então, a uma frase filosófica muito singular de Ovídio que diz sabiamente o seguinte:

A causa má torna-se pior quando queremos defendê-la.

Um funcionário moralmente correto age pelo bem da sociedade como um todo e, consequentemente, da sua própria empresa. Não se pode tomar atitudes isoladas para resolução de problemas imediatos sem antes pensar nas implicações mais abrangentes para sociedade e o meio-ambiente.

§

Vimos, portanto, que um escândalo financeiro ou sócio-ambiental pode comprometer irreversivelmente a imagem de uma empresa. Recordo-me aqui, forçosamente, de minha querida vózinha Marieta (in memorian) que sempre me dizia que a ética vem de berço.

Apenas complementaria que enquanto não houver uma conscientização moral estimulada internamente pelas próprias empresas, desde os processos seletivos até no trabalho de rotina, continuaremos assistindo, cada vez mais, a este tipo de escândalos.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Lobos, Julio, Ética & Negócios, 1a ed., São Paulo: Instituto da Qualidade, 2003.

Ética corporativa – parte I

#ricardobarreto #livrovivo #éticaevolucionista #filosofia #ética #éticacorporativa #éticapessoal #escândalodaparmalat

FORMATO DO CONTEÚDO: blog post

TEMPO DE LEITURA: 00:02:59

GÊNERO LITERÁRIO: ensaio

Esta análise ética foi inspirada pelo artigo do articulista Stephen Kanitz, publicado na revista Veja em janeiro de 2001. Ele exprime, com primor, a problemática que nos propusemos a tratar.

Entretanto, seria imprescindível, ao abordarmos este delicado tema, que sejam traçadas algumas breves definições, as quais não ousaria modificar sequer uma vírgula com relação àquelas concebidas por Kanitz!

Ambição e ética

Primeiramente, ela generaliza o termo AMBIÇÃO como sendo:

Tudo aquilo que pretendemos fazer na vida: ganhar dinheiro, casar-se com uma pessoa legal ou viajar pelo mundo.

Logo em seguida, propõe que a ÉTICA trata dos padrões de convívio social, mais propriamente:

Os limites que as pessoas se impõem na busca de suas ambições.

Extrapolando sobremaneira, delineou uma conceituação filosófica simplesmente maravilhosa! Desvinculou-se, de forma indelével, a ética da moralidade, associando-a acertadamente às suas implicações pessoais e sociais.

Estendeu-se ainda, em sua conclusão, ao julgar a ambição de se ganhar dinheiro (certamente a da maior parte das pessoas) como a mais vil de todas as ambições. Entende que esta simplesmente não deveria ser encarada como uma ambição e sim um meio de atingir outras ambições bem mais valorosas, tal como uma obra assistencial de impacto!

Ética pessoal

Não há nada de errado em ser ambicioso na vida, contanto que seja definida a sua ética pessoal o mais rápido possível, antes de decidir as próprias ambições. Caso contrário, estar-se-á fadado à falta de rigor ético, o que rende o indivíduo ao “vislumbre maquiavélico”…


Um homem de princípios éticos não se faz pelas suas conquistas materiais, seus títulos ou posição profissional, outrossim por sua obra em prol da sociedade como um todo.


Bertrand Russel, nosso grande filósofo contemporâneo, já dizia que “a habilidade desprovida de sabedoria é a causa de nossos males”.

Em tempos de globalização financeira (esta irreversível, apesar dos recentes movimentos nacionalistas no sentido contrário), tem-se ouvido falar muito de escândalos corporativos. A falta de ética no “mundo dos negócios” tem impulsionado decisivamente a conduta de muitos executivos, em todos os escalões, das mais variadas e conceituadas empresas mundo afora!

O escândalo da Parmalat

Foi o que se observou, a propósito, com a gigante do ramo alimentício no final de 2003: a Parmalat. Uma empresa consolidada, com atuação em mais de 30 países, que empregava cerca de 36.000 funcionários e faturava anualmente por volta de 9,5 bilhões de dólares.

Fundada em Parma no ano de 1961 por Calisto Tanzi, a Parmalat foi acusada, entre os diversos crimes do “colarinho-branco”, de fraudar balanços, destruir documentos e falsificar assinaturas. O rombo em suas contas pode ter atingido a extraordinária cifra de 12 bilhões de dólares, maior ainda que os desfalques recordes de 9 bilhões das empresas americanas WorldCom e Enron. Como seria possível acontecer este tipo de escândalo financeiro? Veja o laudo da auditoria:

A empresa aparentemente sobrevaloriza seus bens de forma a obter lucros contábeis mais elevados que os verdadeiros. Em realidade, foi descoberta uma conta falsa com 4,9 bilhões de dólares só para se lastrear novos empréstimos.

§

Não obstante, o maior problema quando uma grande empresa deste porte vai à falência é que “detona uma quebradeira” geral no mercado, numa espécie de efeito em cascata, que atinge desde credores até os consumidores finais e o próprio Estado!

Por que será, então, que os executivos de empresas tão estratégicas para a economia de um país não são selecionados por critérios mais éticos do que propriamente técnicos? Continuaremos nossa análise no próximo post… Não perca.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:
  1. Barreto, Ricardo de Lima, ÉTICA EVOLUCIONISTA: a razão da moral, 1a ed. Editor-Autor, 2008.
  2. Kanitz, S. Veja, 2001, 1684, ano 34, No 3 (janeiro).
  3. Russel, B. A Sociedade Humana na Ética e na Política, 1956, Compahia Editora Nacional, 206.
  4. Pires, L.; Rydlewski, C. Veja, 2004, 1835, 74-77.