PODER versus MEDO § 97 – 99

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§ 97

Legitimidade do poder. Já dizia um importante filósofo brasileiro que “dominação é força ilegítima, poder é força legítima sobre os outros”.1 Gosto muito desta definição que nos remete ao profundo conceito de legitimidade. O que, de fato, legitima nossas ações? Ora, quando paramos para refletir sobre o que realmente exerce poder sobre nós, passamos a vislumbrar algo que está muito longe de ser o cargo do seu chefe, nem tampouco a aliança que carrega no dedo ou até mesmo o sangue que corre em suas veias!!

Nem chefe, nem esposa, nem os pais (ou os filhos) irão exercer “poder ilimitado” sobre você tão somente pela posição que eles ocupam em suas vidas. A fonte do poder reside num único aspecto: a liderança.

Real poder somente se exerce por aquilo (aquele ou aquela) que temos para nós como referência. Digo “aquilo” porque clichês, marcas, ou ideologias também são poderosas fontes de influência. O poder de um Hitler não estava somente na sua figura emblemática, muito embora detivesse habilidade de discurso como poucos!! Seu poder se fortaleceu sobremaneira por conta da associação de sua imagem com uma marca (a suástica) que representava, por sua vez, uma ideologia que foi uma das mais nefastas que a humanidade já conheceu: o nazismo. Gandhi também soube utilizar-se muito bem deste artifício erguendo a bandeira de libertação de um país através do mote da “não-reação”.

§ 98

O verdadeiro atributo de um líder. O conceito de liderança já foi tão explorado em diferentes tipos de literatura e ainda assim não se chegou num consenso… É que muitos dos que já escreveram sobre o tema, deram o enfoque que considero equivocado. Ou melhor, seguiram pelo caminho direto da prática, porém menos “sutil” em significado! Trouxeram-no para o campo empresarial, da política ou da religião, quando na verdade o conceito é bem mais elementar e abrangente. Em quaisquer circunstâncias, podemos identificar uma característica em comum entre todos os tipos de líderes: o otimismo. Não que as outras características sejam menos importantes, mas somente o otimismo tem a capacidade de contagiar outras consciências, atraí-las pela força do pensamento e, assim, tornar-se referência em pelo menos algum aspecto relevante. Ao cultivar rotineiramente pensamentos de autoconfiança, afirmando e reafirmando suas capacidades para si mesmo, o indivíduo reforça o poder que se manifesta em todas as suas atividades. Mais precisamente no “brilho dos seus olhos”, na gana de realizar, construir uma obra pela qual seja lembrado!! Quem não se sente bem ao lado de uma pessoa otimista? O otimismo é a mais representativa e profusa manifestação de poder. Sem ela não há poder. Dá para imaginar um Hitler otimista? Ah, como dá!

§ 99

Será todo líder também um profeta? Como poderia Hitler insuflar tanto ódio e intolerância se não fosse por um plano tão determinado de conquistas que transcendessem os aspectos puramente geopolíticos? Este sanguinário pode ter errado muito, mas quem estivesse ao seu lado, por mais ético e centrado que pudesse ser, correria forte risco de ser literalmente abduzido pelo seu “campo de distorção da realidade”. E fiquem certos de que este não é propriedade exclusiva de Steve Jobs, o gênio do Vale do Silício!! O campo de distorção da realidade é uma propriedade criada pela consciência, quando esta se projeta para o futuro, criando uma “visão” de como gostaria que o fosse. Visão esta que acaba transformando-se, inexoravelmente, em realidade. Sim, os profetas são aqueles que constroem o futuro com a força do pensamento! Não obstante os propósitos, louváveis ou não, podemos afirmar aqui que o líder é antes de mais nada um visionário, que contagia os seus seguidores com um otimismo que nada mais é do que o “produto” da sua própria consciência, a única capaz de criar campos de distorção da realidade. Não pensem que Nostradamus estava equivocado. O maior profeta de todos os tempos tinha uma visão aguçada, muito além do seu tempo. Normalmente estes seres, quase que por uma fuga da realidade do plano físico, optam por viverem constantemente em estado de projeção lúcida da consciência. Na fenomenologia da consciência, acontece quando esta tem contato com seres no plano sutil que estão desconectados da nossa realidade espaço-tempo e consegue, mesmo que de relance, antever eventos que ainda estão por vir. Não são delírios. Quem já estudou suas centúrias sabe do que estou falando.2 Alguns seres incógnitos têm este dom, mas dificilmente têm a coragem de colocar suas visões no papel. O legado de Nostradamus foi justamente fruto da perspicácia de ter encontrado um mecanismo de “camuflar” suas visões de uma forma incognoscível aos padrões intelectivos do seu tempo. Aqui nos deparamos com a transição do poder para o medo… Ou seja, saímos da zona da legitimidade e adentramos na zona obscura da tirania, qual seja aquela que domina pela força, de forma totalmente ilegítima.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Clóvis de Barros Filho, A FILOSOFIA EXPLICA AS GRANDES QUESTÕES DA HUMANIDADE, São Paulo: Casa do Saber, 2013.

2. Matt Montanez, The complete prophecies of Nostradamus, Codex Spiritualis, 2014.

PAZ versus CONFLITOS § 94 – 96

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #paz #conflitos #janelaskiller #consciência #inconsciente #5porquês #análisedecausaraiz

§ 94

Desvendando suas próprias “janelas Killer”. Vimos na paródia sobre “o sofá da dona de casa” que a causa primária das nossas verdadeiras crises existenciais não decorre de meras circunstâncias do cotidiano, nem tampouco de atitudes alheias, por mais atrozes aos nossos princípios que o sejam. A “ferida” do Ego reside, outrossim, nos traumas que ficaram “cravados” no nosso inconsciente, os quais ativam certas reações emocionais indesejáveis, tais como os sentimentos de medo, revolta e até mesmo a ira, cujas consequências são, invariavelmente, avassaladoras. A psicologia moderna perscrutou estes fenômenos comportamentais ligados ao inconsciente de forma extensiva, muito embora os mesmos tenham sido preconizados desde os primórdios do budismo (conceito de Alaya Vijnana) como o repositório das “sementes” Kármicas que determinam o nosso comportamento.1 Fica assim evidente que a base da identidade do indivíduo não se encontra no “estrato” mais visível da personalidade (a consciência). Na verdade, o cerne do processo reencarnatório reside justamente na mente inconsciente que mantém sua integridade ao longo dos ciclos de vida, muito embora um dos grandes mistérios da autoiluminação seja justamente a capacidade de desvendar as “portas” do inconsciente. Normalmente estas ficam “cerradas” como um mecanismo natural de autodefesa da mente. Eis aí a verdadeira arte dos poucos que são realmente preparados para psicanálise! Um dos propósitos do ciclo da cultura de valor é ajudar no autoconhecimento, desvendando suas próprias “janelas killer“,2 sem necessariamente ter de abri-las para um terapeuta profissional (ou holístico), muitas vezes despreparado para lidar com seus próprios gatilhos emocionais apesar das boas intenções.

§ 95

Nada de piloto-automático! Como poderíamos evitar tais conflitos conscienciais? Trocar de sofá (para nossa dona de casa) seria, sem sombra de dúvidas, a forma mais fácil. Ou trocar de emprego no caso do chefe, mudar de casa no caso do vizinho, etc. Acontece que o “custo emocional” vai ficando cada vez mais alto… Até mesmo arrancar o cunhado do mapa ou encarar uma separação judicial ainda é uma atitude plausível em alguns casos, mas o que dizer quando constatamos que o problema está na nossa mãe ou até mesmo no seu filho (o pestinha)? Na vida estamos, via de regra, buscando soluções paliativas que agem somente nos efeitos, ignorando as verdadeiras causas. Evitamos, sempre que possível, olhar para dentro de nós mesmos e desvendar os mecanismos de funcionamento da nossa mente, os seus recônditos mais obscuros com o destemido rigor!

Só encontraremos a Paz interior quando fizermos sistematicamente revisões criteriosas do nosso sistema de crenças, buscando eliminar os equívocos que geram as emoções deletérias que bloqueiam a geração de valor.

Nosso pensamento pode, portanto, ser afetado (ou dirigido) de duas formas: pela nossa consciência quando o “eu” está em pleno controle da direção, ou pelas nossas emoções despertadas pelo inconsciente, isto é, quando a direção fica completamente descontrolada, ou ainda, quando muito, no “piloto-automático” da vida… Aliás, este é o modo de condução de boa parcela dos indivíduos. Lembrem-se: basta uma fração de segundo de descontrole para colocar em risco toda uma existência de esforços evolutivos!

§ 96

O porquê dos “5 porquês”. Estamos diante de um típico processo de melhoria contínua, neste caso do nosso próprio sistema de crenças. Isto mesmo, todos aqueles conceitos do famoso sistema de produção da Toyota seriam perfeitamente aplicáveis neste contexto. Basta nos atermos num único e primordial conceito que veio a nascer das necessidades de produção ágil e reprodutível no Japão industrial do século XX, quando Taiichi Ohno, Shingeo Shingo e Eiji Toyoda propuseram a análise de causa raiz, mais especificamente a técnica dos “5 porquês”. Ela aplica-se a qualquer tipo de evento e está fundamentada na lei de causa e efeito. Seu axioma: nem tudo que aparenta ser a causa realmente o é. Nos enganamos quase que intuitivamente e acabamos encontrando soluções temporárias mais fáceis, de modo que o problema original permanece. O ser humano tem um mecanismo mental muito perspicaz de defesa que é a negação inicial do problema. E contenta-se, desta forma, com as chamadas “ações de contenção”, os mais variados e criativos paliativos. Tudo para evitar a dura realidade que está sempre na origem do problema.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Peter Harvey, A tradição do Budismo: história, filosofia, literatura, ensinamentos e práticas, São Paulo: Cultrix, 2019.

2. Augusto Cury, Ansiedade: como enfrentar o mal do século, Saraiva: São Paulo, 2014.

PAZ versus CONFLITOS § 91 – 93

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #paz #conflitos #desejos #apego #desapego #aversão #psicologia #budismo

§ 91

Desejo versus apego. Nem todo desejo é prejudicial ao ser. Na verdade, o desejo quando “puro” é louvável e nos traz felicidade verdadeira. A distinção é muito tênue e se dá justamente pela capacidade ou não de controle sobre o mesmo. Ou seja, quando um desejo é tão intenso que a nossa mente simplesmente não consegue evitá-lo, o mesmo é considerado apego, algo que alimenta o nosso Ego e precisa ser evitado. Já o desejo, se pautado por propósitos geradores de valor, é sutil e perene, sem compulsão e naturalmente recompensado. Via de regra é fonte de regozijo da alma, nossa verdadeira essência divina. Sob esta ótica, portanto, a origem de tal “erupção” dos sentidos, citada anteriormente, decorre sempre de um conflito consciencial, “algo” com que nos deparamos no intercurso existencial que se opõe ao nosso “sistema de crenças” vigente. Isto mesmo, não se enganem, tudo começa na primeira etapa do ciclo da cultura de valor.

§ 92

Desapego versus aversão. Gosto tanto do budismo, em especial pela dualidade de alguns dos seus conceitos que são muito simples, mas nunca tão óbvios quanto os dois lados da mesma moeda… Se o apego é ruim, logo o desapego não o é. No entanto, este não pode se confundir com aversão que é a outra grande causa do sofrimento humano, geradora de conflitos e aniquiladora do estado de paz interior que tanto perseguimos. A sabedoria reside na equanimidade. Trocando em miúdos, seria atribuir a “dose correta” de cada um desses atributos e no momento certo! Pense comigo. Se somos desejosos de “algo” que nos apraz, também experimentamos a sensação contrária sobre algo que nos perturba, certo? Isto é o que chamamos de aversão. Pode ser referente a uma pessoa, ou uma situação corriqueira, um fato político, uma traição, uma briga em família, o cachorro do vizinho, o time de futebol e até mesmo um simples objeto imperfeito. Ah, são tantas as coisas que nos perturbam… Vamos refletir sobre o que se passa em nossa mente para encontrarmos uma maneira de evitar tamanha suscetibilidade aos fatos que, muitas das vezes, não deveriam nos aborrecer. São meras “externalidades”, fora do nosso campo de controle. Na verdade, a origem é simplesmente o “gatilho” de uma reação em cadeia que tem sua causa primária na imperfeição do sistema de crenças do próprio indivíduo, podendo evoluir para obsessões ou fobias patológicas, algo que pensamos sistematicamente e pode comprometer sobremaneira o ciclo da cultura de valor.

§ 93

Psicologia do si mesmo. Vejamos o caso mais simples. Como um mero objeto poderia ser a causa de um conflito existencial? Verdade seja dita: o fato é muito mais comum do que imaginamos. Imagine uma dona de casa que teve sua infância marcada por um lar desestruturado, sem hora para comer, sem hora para dormir, sem privacidade, um entra e sai de gente que nem se conhece direito, enfim, um verdadeiro pardieiro! Depois de adulta, já levando sua vida de forma independente, qual seria a sua “auto defesa” natural? Muito provavelmente acreditaria que sua felicidade se baseia numa vida regrada, com a casa extremamente organizada, os filhos impecáveis na mesa para refeição em família, o marido barbeado e comprometido com a manutenção do lar. Agora imaginem como ficaria o humor desta mesma dona de casa se o seu filho fosse um verdadeiro “pestinha” e que o sofá da sala não durasse mais que 6 meses sem um rasgo de ponta a ponta ou uma mancha de chocolate do tamanho de uma almofada! Eis um exemplo de como um objeto (neste caso o sofá) pode ser o estopim para uma crise de pânico genuína. Sua crença de que uma “vida organizada”, extremamente regrada, previsível e estável, contrária a tudo o que sofreu em sua infância, pode ser abalada por uma criança hiperativa que só estava extravasando sua energia excessiva no sofá da sala. Veremos agora como esta mesma dona de casa poderia se livrar do “trauma do sofá” sem passar pela via crucis dos psicólogos barbitúricos…

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Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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PAZ versus CONFLITOS § 88 – 90

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #paz #conflitos #autoiluminação #discípulos #mestre #buda #cristo

§ 88

Do propósito da autoiluminação. Vimos que a total ausência de “ego” nos impele ao estado de consciência búdica chamado de “vacuidade”, em que o ser não mais se condiciona a nada que existe. Está deveras liberto. Sem karma. No entanto, de que adiantaria voltar-se a tal estado se não puder contribuir com a evolução de outros seres? Algo “egoísta” poder-se-ia atribuir como qualidade primordial de tal processo evolutivo. Ao mesmo tempo, como poderiam servir de exemplo para outras consciências sem interagir diretamente com elas? Mais uma das dicotomias de que a metafísica está repleta e por isso mesmo é assim tão instigante… Uma consciência autoiluminada que não se detenha a um propósito evolutivo não pode ter atingido, de fato, a autoiluminação. Buda e Cristo tiveram muitos discípulos, diretos e indiretos. Foram eles os grandes responsáveis pela disseminação das suas doutrinas e se tornaram, assim, seus apóstolos. Ou seja, o propósito maior da autoiluminação é tornar-se uma referência espiritual para iluminar os demais. Não pode haver outro porquê. Neste ponto, diz-se que o ser se tornou uma “consciência-guia”. São consideradas mestres espirituais e somente elas estão aptas a retornarem para o “núcleo” da criação, integrando-se novamente à superconsciência e, ao mesmo tempo, somando esforços a uma coletividade de consciências-guia que continuam a monitorar permanentemente todos os eventos que regem a existência de uma plêiade de consciências a elas conectadas pelo poder do pensamento, único veículo para o qual espaço e tempo não são limítrofes, desde que haja suficiente foco e concentração: o combustível da mente meditativa.

§ 89

Discípulo e mestre. Tal o dilema: é o discípulo que escolhe seu mestre ou o mestre que escolhe seu discípulo? Precisamos, antes de mais nada, descobrir qual seria o critério para uma consciência-guia selecionar seus discípulos e seguidores. Bem difícil especularmos sobre tais premissas que ainda estão muito distantes do nosso atual estágio evolutivo. De qualquer forma, o rigor filosófico nos permite ao menos algumas inferências… Uma delas já foi vista e reside justamente na tendência natural de olharem necessariamente por aqueles aos quais estão conectados pela força do pensamento. Imagine você quantas consciências ao redor do planeta não emitem vibrações diariamente para o Buda ou Jesus Cristo? Me parece muito improvável que estes seres de luz permanecessem indiferentes a tais vibrações, mesmo libertos da egoidade. Evidentemente que não precisam se limitar às coletividades de onde provieram. Podem emanar vibrações geradoras de valor para coletividades inteiras em todo universo e em diferentes estágios evolutivos. Não necessariamente uma coletividade deve ser amparada diretamente por consciências-guia autoiluminadas. Em realidade, consciências de padrões vibratórios inferiores são via de regra direcionadas por planos intermissivos concebidos por consciências-guia mais evoluídas, porém não ainda libertas do ciclo de reencarnações naquele mundo. Ou seja, uma consciência-guia que acabou de libertar-se da necessidade de interação no plano fisíco terrestre pode carecer de interações em outros mundos cuja realidade física seja distinta e cada vez mais sutil. Ao mesmo tempo, ainda distantes da estabilidade plena de que já falamos, podem continuar zelando por consciências dos mundos de onde emigrou. Tais “transmigrações” são a chave dos processos evolutivos dos mundos no intercurso do progresso consciencial rumo à consciência cósmica.

§ 90

Da origem dos conflitos. Que o conflito se origina da ausência de paz é óbvio. Difícil mesmo é descobrir o que de fato nos confere a tão sonhada paz de espírito… Somente ela pode nos livrar do mal e somente ela prescinde de outras coisas para existir. Encontre, portanto, o que nos confere a paz de espírito que assim se extirpará toda e qualquer sorte de conflito. Após muito refletir sobre o tema, cheguei a uma conclusão inusitada: só existe uma origem para todo e qualquer conflito, a ausência de um mestre espiritual. O conflito se dá pela ausência de direção, pela confusão mental, pela falta de rumo na vida! É por isso que Cristo falava que se a sua fé fosse do tamanho de um grão de mostarda conseguiria até mesmo remover montanhas. Isto mesmo, caro leitor. A conclusão tão óbvia é que somente quando encontramos nossa consciência-guia, nosso verdadeiro mestre espiritual, é que cessará a confusão mental, a intempestividade no agir e a letargia e arrependimento no que está por vir. A paz, portanto, advém da fé e a fé só existe se houver alguém que nos aponte o caminho. Fora disso seremos sempre um ser em busca de algo que não sabe exatamente o que é. Um eterno “buscador”, cujo “mundo interior” é tomado pelos arcabouços da mente, num verdadeiro turbilhão de pensamentos, refém dos sentimentos, mais assemelhando-se a um “vulcão” em constante erupção, com ações e hábitos incoerentes com a sua verdadeira essência que nos aproxima de Deus.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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PAZ versus CONFLITOS § 85 – 87

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #paz #conflitos #Deus #vacuidade #karma #alma #buda #cristo

§ 85

Da paz. Para mim esta palavra tão pequena, e ao mesmo tempo tão poderosa, encerra o significado mais importante de todos os valores no plano sutil. Parece óbvio, mas certamente o leitor, ao iniciar esta reflexão, deve ter pensado, mesmo que de relance, na tão famosa insígnia da hora derradeira: “descanse em paz”. Mas será que este é realmente o único atributo de quem está em paz? Também ficamos aqui a pensar: será que não seria possível atingir a paz em vida??? Adianto que podemos respirar aliviados: por certo que não é preciso morrer para encontrá-la! Muito pelo contrário… Buda e Cristo, bem como muitos de seus seguidores, e outros profetas de diversas crenças religiosas, já a encontraram e em vida. Uns a chamam de nirvana, outros de comunhão eucarística, ou samádi, mas no fundo a essência é uma só: um estado de profunda conexão com Deus, cujos atributos são revelados pela imutabilidade de condicionantes, vacuidade dos pensamentos e bondade compassiva nas ações.

§ 86

A natureza de Deus. A imutabilidade é algo inatingível? Sim e não. A total ausência de condicionantes nos parece algo surreal porque somos demasiadamente mundanos, apegados aos sentimentos e cheios de preconceitos, aversões e medos oriundo das experiências mal sucedidas do passado. Ou seja, remoemos o passado e receamos o futuro, deixando de lado a única realidade acessível que é o presente. Paradoxalmente, a única verdade é justamente contrária: todas as consciências irão sim atingir algum dia o estado fundamental de estabilidade, a tão sonhada imutabilidade. A única diferença é que o Criador sempre existiu, imutável e absoluto. Nós, não. Dele proviemos em algum ponto no “espaço-tempo”, nos desviamos através de ações geradoras de karma e para ele regressaremos algum dia, regidos pela “lei de atração”. A física e a química quântica também não nos ensinam este mesmo conceito pelos elétrons que eventualmente, após muito orbitarem em suas “meia-vidas”, colapsam novamente ao núcleo e reencontram prótons, nêutrons e quem sabe mais?! As respostas, mesmo das questões filosóficas ou metafísicas consideradas insondáveis por muitos, estão invariavelmente na própria natureza que reflete a perfeição das leis que a regem.1  

§ 87

Um dilema de identidade. Todos aqueles que já se enveredaram nos estudos do budismo original,2 passando pelas primeiras escrituras do cânone em Páli,[*] compiladas por monges que viveram na Índia antes da Era Cristã, bem como do entendimento de escolas mais modernas como a do zen budismo que têm no conceito de “vacuidade” um dos seus pilares, muito provavelmente se depararam com o questionamento fundamental de que, para a total ausência de ego seria realmente preciso abster-se até mesmo da identidade do ser, da alma, dessa nossa unidade indivisível e universal que nos conferi a singularidade da existência. Confesso que, para mim, este foi um ponto de cisão filosófica, considerado um tanto quanto ambíguo para uma doutrina que também se pauta pela lei de causa e efeito: o karma. Voltando à questão da “liberdade infinita” adquirida pelas consciências auto iluminadas, qual seria o sentido de tanto esforço evolutivo se disso resultasse o nada panteísta, ou seja, perde-se a identidade após tanto esforço evolutivo? Mesmo apregoando-se contrários ao niilismo, o estado de liberdade infinita não significa que estas consciências que atingiram a imutabilidade e a vacuidade não irão mais interagir de forma alguma com outros seres. Na verdade, elas passam a interagir permanentemente, mas de forma indireta exercendo o terceiro dos atributos: a bondade compassiva. Tenho de concordar que estes “seres de luz” dificilmente retornam ao plano físico, salvo raríssimas exceções como a vinda do Cristo com o curso intermissivo, em momento crítico para impulsionar a humanidade por demais subjugada.


[*] O páli é uma língua litúrgica utilizada na escola Teravada do budismo. Pertence ao tronco linguístico indo-europeu. É uma língua antiga indiana, próxima daquela falada pelo Buddha. Pode-se dizer que o páli é uma forma simplificada de sânscrito.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Barreto, R. L. LIVROVIVO: 2000 – 2002, Campinas: Editor-Autor, 2003.

2. Bodhi, Bhikkhu, In the Buddha´s words: an anthology of discourses from the Pali canon, 1st ed., Somerville, USA: Wisdom Publications 2005.  

Filtrando dados com inteligência tecnológica

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Vocês evidentemente já devem estar imaginando que a “competência tecnológica” é algo bem distinto da científica. Não se trata aqui de acumular mais e mais conhecimentos. Os inventores, ao contrário dos acadêmicos, precisam ter antes de mais nada o “tino pro negócio”! Precisam saber “farejar” oportunidades nos produtos (ou serviços), perseguir os clientes insatisfeitos, as assimetrias de mercado, encontrar atributos não percebidos, enfim, diferenciar-se nos meios altamente competitivos em que estão inseridos.   

Acontece que, muitas das vezes, ao se projetar os atributos do “produto ideal”, esbarra-se na tecnologia que ainda está muito aquém daquele patamar de desempenho tão almejado… Veja o caso do iPod que só nasceu quando se tornou possível armazenar 1.000 músicas numa caixinha metálica não muito maior, e nem tão pesada, quanto uma caixa de fósforos!

Pois bem, fato é que o universo tecnológico é tão vasto se não for ainda maior que o universo acadêmico. A vigília informacional, portanto, é necessária não só para inovar nos produtos e processos, mas sobretudo uma questão de sobrevivência, dado que um novo “entrante” no seu mercado pode simplemente dizimar a concorrência em questão de meses, tornando os demais players irrelevantes…

Por sua vez, a unidade de informação elementar para “inteligência tecnológica” é a patente, documento que serve para preservar o direito de propriedade intelectual da invenção. São as bases de patentes dos escritórios de países espalhados ao redor do mundo que nos reservam grandes segredos… Vamos desbravá-los?  

Seleção das bases de dados tecnológicas

Apesar da maioria dos países signatários dos tratados internacionais de propriedade intelectual serem obrigados a dispor publicamente das suas bases de dados, vemos que ainda hoje poucos oferecem, de fato, plataformas de busca modernas e amigáveis aos usuários como um “Google” da vida…

Aliás, o próprio Google percebeu a “brecha” e lançou sua base de patentes (a Google Patents), compilando incialmente só os dados do escritório americano de patentes (o USPTO), mas com anseios de compilar, gradativamente, todos os escritórios de patentes ao redor do mundo. Sempre ousados estes caras! Fica a dica: não deixe de testar esta base antes de consultar as públicas…

Pois bem. Vamos aos exemplos. Imagine que você é um engenheiro de software e está concluindo a graduação em Stanford. Claro, os anseios acadêmicos não o apetecem neste momento, dado que o seu trabalho de conclusão de curso foi um sucesso e o próprio professor de empreendedorismo o encorajou a buscar investidores para montar uma startup na Vale do Silício. Qualquer analogia é mera coincidência… [hehe]

O primeiro passo, claro, é levantar a lista de bases de dados tecnológicas que você deverá monitorar diuturnamente… Defina suas TAGs: uma principal da aplicação de interesse (ex. internet platform) e outra secundária, porém não menos importante (ex. social network). Efetue as buscas das patentes publicadas no último ano pelo abstract (título ou qualquer campo) em cada uma das bases de dados.

Então, afinal, ordene a lista e escolha evidentemente a base TOP 1. Ah, claro, mantenha sempre uma nacional e outra internacional no seu “farol”. Assim, são mínimas as chances de passar algo relevante desapercebido… Abaixo vemos que a Patent Lens bateu até mesmo o Google entre as bases internacionais para as TAGs selecionadas!    

Tabela

Descrição gerada automaticamente
Figura. Lista de bases de dados tecnológicas.

Identificando aplicações de interesse

O desafio, agora, é proceder com a técnica de data mining (mais especificamente text mining) visando obter informação tecnológica relevante. Voltemos ao nosso exemplo prático. Vamos supor que nosso engenheiro de software estivesse apenas iniciando sua monografia… Como saber onde “meter as caras”, ou seja, qual aplicação dentro desse vasto campo tecnológico (software) que mais o interessa?

A mente ordinária iria pelo caminho mais fácil, do viés, da parcialidade ou, porque não dizer, da opinião colegiada. No entanto, um inventor que se preze detesta o senso comum! Num primeiro momento, ele deve sempre abrir as possibilidades em busca da tão sonhada “brecha” tecnológica, aquela que pode lhe propiciar um breve momento de epifania, parafrasendo Steve Blank, nosso grande mestre da inovação acelerada!

Para tal, o procedimento de busca nas bases de dados tecnológicas é muito simples: basta pesquisar com a TAG do campo tecnológico no abstract e identificar TAGs de aplicações de interesse nos títulos dos resultados das patentes mais recentes ou mais relevantes. Por fim, resta pesquisar somente com a TAG da aplicação de interesse escolhida no abstract e computar o resultado do esforço tecnológico: o número de patentes publicadas na área.

Identificando empresas e inventores

Ok, nosso formando (o Zuckerberg, certo?!) já descobriu que a área que estava bombando, neste espaço-tempo, era realmente “internet platform”. Como poderia ele agora descobrir rapidamente quem seriam os players tecnológicos em questão de minutos? Não se engane, pagar consultorias caríssimas para obter de antemão dossiês tecnológicos não cabe no bolso de um fundador de startup!   

Veja bem: primero devemos descobrir as empresas e depois os inventores. Na mesma tela que você estava, pesquise com a TAG da aplicação de interesse “internet platform” no abstract e extraia os applicants (que são normalmente empresas) dos resultados das patentes mais recentes ou mais relevantes. Certamente, ao fazer a pesquisa hoje, irá se deparar com vários resultados do facebook, mas não naquela época… [hehe]

Então, proceda com a mesma pesquisa só que utilizando somente o nome da empresa e terá o esforço de desenvolvimento da referida empresa na área. Este dado é lindo, especialmente quando você o projeta num período de 15 a 20 anos… Detalhe importante: aplique exatamente o mesmo procedimento para identificar os inventores que “bombam” na área e, quem sabe, pode chegar num possível partner ou futuro employee!

Evidentemente que existem diversas técnicas complementares de data mining que nos ajudam a encontrar padrões e tendências nestas pesquisas. Uma delas, que eu chamo de competição tecnológica, é muito bacana para verificar o esforço par e passo dos players TOP 5. Você verá, claramente, o aflorar de “novos entrantes” e o esmorecer de gigantes!

Outra visão que me encanta é a constatação inequívoca de quando estamos diante de verdadeiros “breakthroghs tecnológicos”. Nada se compara a uma curva “S” muito bem delineada, mostrando o salto de desempenho de um determinado produto e muitas tecnologias nascerem ou morrerem. Foi assim que vi a Sony despontar e a Kodak esmorecer do mercado de câmeras fotográficas. Hoje é só história de aulinha de inovação… [rss]  

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões

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SIMPLICIDADE versus COMPLEXIDADE § 82 – 84

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #simplicidade #complexidade #receptoresdivinos #poderesdecura #JesusCristo #interaçõesinterconscienciais #KriyaYoga

§ 82

Receptores divinos. Deus “não joga dados”, nem tampouco preveria um universo desprovido de sentido. A chave para este elo de conexão é a consciência cósmica. Mas quais seriam os receptores destes “sinais” enviados pela consciência? Decerto que toda célula é uma entidade viva, cuja inteligência, contrariamente ao nosso corpo físico que se localiza no cérebro, fica difusa na membrana celular onde ocorrem as interações com o meio externo (a biologia molecular assim já o comprovou). De sorte que a energia consciencial pode afetar seus receptores de sinais químicos (átomos, células, moléculas, etc.) através da chamada “mente celular”, assim como pode afetar nossos pensamentos através da “mente humana”.[*] São, portanto, reconhecidos apenas 2 níveis de interação, um macro e outro micro. Bem parecida a teoria da consciência cósmica universal com as dicotomias da física quântica e clássica, não o é?! Continuemos.

§ 83

Das interações interconscienciais. E poderia uma consciência afetar as células de uma outra consciência? Sim e não, uma resposta pra lá de zen… [rss] A consciência só transmite sinais através das células do seu próprio corpo físico. O que pode ocorrer, no entanto, é o que chamamos de interações interconscienciais que podem ocorrer de 2 formas: com a consciência projetada ou não-projetada (veremos mais a frente alguns conceitos da Projeciologia). A não-projetada decorre puramente da força do pensamento, através daquilo que o meu guru Paramahanbsa Yogananda chamava de “afirmações científicas”. A outra necessariamente precisa passar por uma projeção da consciência, seja de forma autônoma (nos sonhos) ou guiada nas projeções lúcidas. De qualquer forma, o importante é que estas interações interconscienciais são as responsáveis por contribuir para “geração” ou “destruição” de valores nos planos físico e/ou sutil.

§ 84

Os poderes de cura. Dê um exemplo de como este fenômeno de interação interconsciencial se processa. São inúmeros os exemplos nos diversos níveis de interação interconsciencial e para cada um dos valores no plano físico, no entanto chama-nos especial atenção o legado de curas físicas realizadas por Jesus Cristo e narradas com riqueza de detalhes na Bíblia. Neste sentido, destaca-se uma situação em que Jesus foi abordado por um oficial romano que lhe pediu para que curasse um companheiro de campanha que não estava presente fisicamente e que estaria morrendo num dos acampamentos do exército. Jesus disse que poderia partir e que, naquele instante, ele estaria curado. Passado algum tempo, de fato o oficial romano, perplexo, relatou que a cura havia sucedido bem naquela hora que esteve com Jesus. Ou seja, certamente Jesus projetou-se conscientemente naquele instante e propiciou o fenômeno através do seu pleno domínio da força cósmica. Assim, finalizamos a primeira parte deste livro: com o poder da energia criadora manifesta em vida! Vamos agora aos recônditos domínios e bem mais vastas perspectivas do plano sutil.


[*] Nos ensinamentos de Kriya Yoga, Paramahansa Yogananda chega a apontar qual é a região do cérebro humano onde ocorre a interação com a energia cósmica. Seria, mais precisamente, a medulla oblongata, apelidada de a “boca de Deus”. Agora, no nível da célula, não se sabe ainda qual seria o ponto de conexão na superfície da membrana celular. Por extrapolação, também deve haver um. Só não o conhecemos ainda!

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Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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SIMPLICIDADE versus COMPLEXIDADE § 79 – 81

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§ 79

Holística psicossomática. E a tal energia criadora e imanente, oriunda da Fonte, não pode afetar “positivamente” os corpos físicos? Não diretamente, como muitos afirmam. Ela afeta, outrossim, as consciências que, por sua vez, influenciam os corpos físicos, emanando pensamentos que interagem com as células no nível supramolecular, ativando ou desativando determinados mecanismos bioquímicos que podem ser saudáveis ou não. Quem nunca ouviu falar das doenças psicossomáticas ou, por outro lado, das terapias holísticas aplicadas pela medicina corpo-mente? Sim, este é o único canal de intercâmbio entre o plano físico e sutil. Algumas doutrinas religiosas espiritualistas apregoam outros canais evocando teorias complexas e até mesmo cientificamente ousadas, mas no fundo são apenas consciências influenciando os pensamentos de outras consciências em planos distintos. Mesmo nos fenômenos tidos como físicos, notem que é sempre o pensamento que dispara a ação. Veremos em detalhes este mecanismo cognitivo.

Foto em preto e branco com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente
Figura. Representação da consciência no século XVII.

§ 80

Da falácia humana. Por que o meio físico é tão importante neste processo se ele é puramente energético? O plano físico não é passível de interação somente com as energias eletromagnéticas e fotoelétricas. Seria uma falácia humana pensar de forma tão rígida e restrita! E olha que muitos cientistas assim o fazem. E é exatamente por isso que reconheço e amo os “teóricos” como Einstein que, via de regra, estão muito além do seu tempo… Pois bem. O meio físico é importante pelo único fato dele propiciar os sinais que são transmitidos pela consciência através dos pensamentos. Lembre-se mais uma vez para reter: a energia criadora que provém da Fonte não age diretamente sobre as “coisas físicas”, senão pelo intermédio da consciência.

§ 81

Sinais dos novos tempos. Agora fiquei curioso… Quais tipos de “sinais” podem ser transmitidos pela nossa consciência? Tanto sinais químicos como energéticos. Aqui precisaremos estender o conceito da física em que a energia está associada à capacidade de qualquer “corpo” de produzir “trabalho”, ação ou movimento. Este conceito fica limitado porque se entende como trabalho a capacidade de promover o deslocamento de um corpo físico. Mas e se assumirmos a existência do corpo sutil, aquele gerado pela consciência, ou melhor, pelos pensamentos? Essa mesma “energia sutil” poderia mover tanto a consciência aos estados projetivos como também ativar a telomerase em processos que afetam a reprodução celular através dos “sinalizadores celulares”. Aqui só precisamos adotar mais um “dogma” e pensar nas células como uma pequena entidade viva como o são. Mas quem falou que a ciência teórica assim não o faz. Existem teorias amplamente aceitas pela comunidade científica que nunca passaram por perto de uma experimentação laboratorial pelo menos por um tempo…

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Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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SIMPLICIDADE versus COMPLEXIDADE § 76 – 78

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§ 76

A “meia-vida” da alma ou da consciência. Será que nossa gênese pode ser determinada assim como a das estrelas e galáxias? Digo a da alma, o atmã, puro em essência do Criador. Dele, qualquer rastro no plano físico seria um contrassenso, mas da consciência, através da qual ela se manifesta, muito provavelmente… Só não se sabe como, ainda! Alguma “impressão” do momento da criação, na Fonte, nós devemos carregar em nosso “corpo consciencial”. A meia-vida de um átomo não é determinada pela sua atividade radioativa? Por que então, da mesma forma, não poderíamos pensar em determinar a “meia-vida da consciência”, medindo a sua “atividade consciencial”? Parece deveras uma viagem metafísica, certo?! Aguardemos, então, a evolução da ciência neste campo, dos estudos da mente humana, porque, antes de mais nada, precisamos desenvolver os instrumentos capazes de medir esta tal “atividade consciencial” que certamente existe e é detectada pelos seres sensitivos. Ainda não conseguimos sequer comprovar a sua existência, a da consciência e não da alma, muito embora eu acredite piamente nela, assim como também nos dogmas científicos que a sociedade deverá romper para chegar na verdade.

§ 77

Mais sobre o “corpo consciencial”. Já vimos sua distinção com relação à consciência propriamente dita. Também já vimos que a alma é a nossa verdadeira essência divina, enquanto a consciência é apenas o canal de comunicação com a mente que se manifesta, afinal, no plano físico. Já o “corpo consciencial”, por sua vez, é composto pelos campos energéticos (ou vibracionais) gerados pela consciência e não necessariamente pela alma. Lembre-se, existe uma multitude de entidades que podem se manifestar através dela, a começar pelo subconsciente egoico: a principal ilusão existencial gerada pela própria mente. Todo corpo consciencial resulta, portanto, de interferências construtivas e destrutivas de ondas geradas pelos próprios pensamentos e também pela interação com o meio à sua volta que representa um verdadeiro “oceano energético”. Aqui, deve-se observar que os pensamentos são comandados pela consciência, promovendo assim as manifestações físicas. Ressalta-se ainda que nos seres mais evoluídos, aqueles que já romperam os percalços até atingir samadhi,1 a consciência é dirigida quase que absolutamente pela própria alma. Esta, segundo os grandes mestres yogis, é a chave para a transcendência do plano sutil ao físico e vice-versa.

§ 78

Uma mecânica quântica avançada. Isto mesmo. É o que se entende por um meio energético propriamente dito, tal como a ciência o explica, haja vista que não pode haver dois deles numa realidade causal dentro do mesmo plano físico. Após a revolução da mecânica quântica,[*] foi descortinado o universo de interações dos corpos físicos com os campos energéticos gerados pela radiação eletromagnética convencional (o famoso experimento do corpo negro) ou, porque não extrapolar este conceito, para as vibrações geradas pela consciência, através dos pensamentos, continuamente gerados pela mente. É desta energia que falamos, nada além disso. A ciência da meditação já revelou o poder destes pensamentos,2 de modo que a única diferença aqui é que a chamamos de “energia consciencial”.


[*] É a parte da física que analisa o movimento, as variações de energia e as forças que atuam sobre um corpo. Aqui estamos no campo da “ciência de fronteira”, também conhecida por metafísica. Ou seja, atualmente são teorias que não passam de uma especulação filosófica, mas pode ser que um dia até que faça bastante sentido, mesmo que alguns estejam além do seu tempo, já desenhando experimentos dentro desta perspectiva mais ampla de entendimento do universo.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Patanjali, Os yoga sutras de Patanjali, São Paulo: Mantra, 2015.

2. Goleman, D., Davidson, R. J. A ciência da meditação: como transformar o cérebro, a mente e o corpo, Rio de Janeiro: Objetiva, 2017.

Sobre a inteligência tecnológica

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Vimos anteriormente a importância vital da “inteligência científica” para o futuro das nações que almejam um papel protagonista no mundo moderno. Agora veremos o papel não menos importante da “inteligência tecnológica” que dita como as organizações podem superar a concorrência e navegar com tranquilidade e bonança nas águas inexploradas e cheias de surpresas reservadas aos novos espaços de valor.1   

Todos sabemos que inovar não é tarefa fácil. São muitos os desafios e barreiras para inovação! E acreditem: as maiores muitas vezes não são tecnológicas, mas sim as culturais… Quem não se apraz com a previsibilidade dos mercados mais amadurecidos e qual CEO não gosta de ter a certeza de que entregará os resultados prometidos ao conselho?  E, diga-se de passagem, garantir seu bônus polpudo e preservar o emprego para o próximo exercício fiscal… [rss]

Bem, é exatamente por isso que eu gosto daquelas empresas que são governadas pelos seus fundadores. Elas refletem a visão do fundador e, assim, não ficam impregnadas da visão “cômoda” daqueles que são movidos por preservar o status quo. Comecemos, então, falando deles (os empreendendores). São eles que, no “final do dia”, tomam as decisões que chacoalham o “mundo tecnológico” e que, merecidamente, ficarão para história!

O empreendedor

Há, deveras, muita confusão sobre como atribuir quem é ou não é empreendedor. Muito fácil de encontrar uma definição pelos traços de perfil que se esperam deles. Isto muitos já o fizeram! Não se trata somente de ter as características propícias para empreender. Empreendedor é coisa rara mesmo. Eu diria que empreendedor é como gênio: com sorte (e, claro, frequentando os lugares certos) a gente pode até encontrar um ou outro pela vida profissional…

Para ser empreendedor tem sim que ter todas as características apontadas pelos teóricos da inovação. No entanto, é ainda preciso ter qualquer coisa de “guru”, de MacGyver, de provocador, de controverso… Mas o importante mesmo é que tenha criado pelo menos uma grande inovação tecnológica, qual seja aquela capaz de impactar a economia de uma cidade, de um estado, de um país ou, porque não dizer, do mundo!

Veja, é tudo uma questão de referencial e escalabilidade. Não importa se estamos falando de milhares, milhões ou bilhões! O impacto se mede, outrossim, pela geração de empregos, renda e, porque não lembrar os políticos, de impostos que são revertidos como benefício social a toda população abrangida pelos seus empreendimentos. Desde a padaria do Sr. José da Esquina que inovou no modelo de entrega através de um novo aplicativo mais prático que o iFood até o eterno ícone do Vale do Silício. Sim, ele mesmo: Steve Jobs.    

Figura. Steve Jobs: o estereótipo do empreendedor.

Longe de ser um modelo como pessoa (marido ou pai) e nem tampouco como gestor (ou CEO), podem falar o que for! Para mim, após ler e apreciar no detalhe cada página da sua minuciosa biografia por Walter Isaacson,2 não restam dúvidas: para uma grande inovação não é preciso ser o gênio (este era o Wozniak e ainda o é). Deve-se ter a audaz perspicácia para fazer a “ponte” entre o que o cliente ainda não sabe que precisa e o que ainda não se sabe como fazer… Isto é inovar.

O fato é que por trás de um Jobs sempre haverá um Wozniak. E, for God sake, por trás de um Wozniak sempre haverá um Jobs!

Portanto, meus caros, se fosse resumir em uma só palavra que expresse a “cara do empreendedor”: seria sem sombra de dúvidas PROVOCADOR. Sim, ele deve respirar a “ousadia da criação” em cada mólecula de O2 que penetra em suas narinas!

A startup

Não poderia fechar sem falar delas, as “obras-primas” dessas mentes tão criativas. Dizem que as startups são organizações temporárias e digo, por experiência própria, que realmente o são.[*] Pense rápido numa startup de sucesso: Amazon, Netflix, Google, Uber, whatever… O que elas têm em comum? Sim, a disrupção. Eis uma palavra, cujo significado recomendo que fique “cravado” em vossas mentes!

Foi o saudoso Prof. Clayton Christensen quem nos ensinou seu significado.3,4 A disrupção nada mais é do que um salto de performance, do produto, do processo ou do modelo de negócios da empresa que o promove. Este salto é muito arriscado, mas ao mesmo tempo, quando bem-sucedido, leva a um novo patamar de desempenho que descortina um horizonte de valor nunca antes perscrutado.

Aqui devo fazer jus a um empreendedor serial desconhecido para o público amplo, mas que sem dúvida está deixando sua marca para muitos dos empreendedores de sucesso mundo afora e não somente no Vale do Silício… Ele se chama Steve Blank e foi quem sistematizou as ferramentas de gestão peculiares para ajudar uma startup a sobreviver e prosperar neste ecossistema tão inóspito! Ah, claro, o método se chama customer development.5  

§ 

Numa odisséia de empreendedores e startups, como num precipício, muitos sucumbem só de se aproximar. Alguns, mais corajosos, chegam até a ensaiar um salto, mas desistem na última hora… Então, 2 ou 3 mais insanos, vão lá e pasmem: caem no precipício. Que horror… Finalmente, um entre eles, heróico pela própria natureza, chega ao outro lado. Voilá! Surge mais uma startup de sucesso. Agora, por favor, parem com essa história de “empresa unicórnio”. Isto é coisa só para aquele povo de Wall Street mesmo!


[*] Já ajudei a fundar 4 delas, sem alcançar o sucesso almejado, e as vi serem encerradas em menos de 5 anos! Quem sabe vem a quinta por aí, lembrando que Steve Blank, o verdadeiro guru do Vale do Silício, fundou 9 até acertar seu hit… [hehe]

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Obra no prelo: INTELIGÊNCIA DE VALOR: algoritmos para boas decisões

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Saiba mais: 

1. Chan Kin, W. Mauborgne, R. A estratégia do oceano azul, São Paulo: Campus, 2005.

2. Walter Isaacson, Steve Jobs: a biografia, São Paulo: Companhia da Letras, 2011.

3. Christensen, Clayton M. The innovator’s dilemma, New York: HarperBusiness, 2000.

4. Christensen, Clayton M. The innovator’s solution, Boston: Harvard Business School Publishing, 2003.

5. Blank, S. Dorf, B. The Startup Owner´s Manual: The Step-by-step Guide for Building a Great Company, Pescadero, California: K&S Ranch Press, 2012.