FELICIDADE versus MELANCOLIA 145 – 147

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§ 145

A chave da felicidade. Muitos consomem suas vidas buscando a tal chave do sucesso! Entretanto, ao final da jornada terrena, descobrem que não é este tipo de sucesso que gera a felicidade verdadeira, aquela que é considerada um dos 4 “valores de estado”. Mas de onde provém este estado de felicidade ou o seu oposto que é a melancolia? A resposta é tão clara e direta quanto o grau de conexão com o nosso Criador. Simples assim. Muitos confundem felicidade com euforia ou melancolia com tristeza. Apesar do tipo de reação fisiológica assemelhar-se em ambos, a natureza dos neurotransmissores envolvidos nas conexões nervosas, o grau de intensidade é completamente distinto. Uma dica é avaliar o espectro de tempo da sua duração. A euforia (ou a tristeza) são efêmeros: não mais do que minutos, horas, dias, no máximo, algumas semanas. Já os estados melancólicos, ou os felizes, permanecem longos períodos assim, ou seja, são constantes, perenes, sendo raramente afetados por externalidades. Os psicólogos e psiquiatras olham para estes estados sob as óticas mental e/ou fisiológica. Nós olharemos tão somente sob a ótica da consciência que é infalível!

§ 146

O papel da epigenética. Por muito tempo o ser humano perscruta a elucidação do grande enigma qual seja, fisiologicamente, como se dá esta tal conexão das nossas consciências com o Criador? Após longa overdose literária sobre meditação, da yoga ao budismo, percebi que existe um procedimento meio que padrão envolvendo um primeiro passo: concentrar os pensamentos no foco de energia da consciência, mais propriamente situado, quando no plano físico, em um ponto na parte frontal do nosso cérebro. Tomado dessa mentalização energética, devo direcionar meus pensamentos à Fonte, buscando sorver da sua energia imanente, envolvendo não somente a consciência, mas também cada parte integrante de corpo físico, até o nível celular. Sim, essas também são permeadas pela energia que provém da consciência, a energia vital que carrega suas membranas e aciona os canais de comunicação extracelulares. No entanto, o que ainda poucos sabem, é que seu funcionamento sadio está diretamente relacionado com este estado de conexão. Digo poucos porque a ciência ocidental ainda está desvendando a teoria que rege tais conexões. Ela é a epigenética, uma ciência bem recente que estuda os mecanismos que acionam os genes, como um botão de liga e desliga! Está envolvida em todos os aspectos que regem a vida, tais como mudanças reversíveis e hereditárias.1 Vemos, portanto, a ciência médica adentrando num caminho mais que instigante, convergindo com a antiga ciência sagrada da yoga!

§ 147

Da ciência sagrada. Os hindus e outros povos orientais já praticam os estados meditativos de conexão há muito tempo e aprimoraram suas técnicas através das diversas modalidades do yoga, cuja significância pode ser traduzida literalmente a um “estado de união” com o Divino. Quando comecei a praticá-la, confesso que tinha um certo preconceito ocidentalizado da coisa… Isto até que se justifica porque peguei uma primeira professora de hatha yoga esotérica ao extremo! Um dia ela começou a intercalar as poses e respirações e veio com um papo de “planeta chupão” que não deu para segurar… Bem, um bom tempo depois comecei a me aproximar novamente do yoga, desta vez pela necessidade mesmo… Estava numa época tumultuada da minha vida profissional, em que o nível de stress chegou a tal ponto que, se não achasse uma maneira eficaz de equilibrar minha mente, acho que iria entrar em colapso!! Decidi então fazer um breve retiro numa pequena cidade do interior paulista (a tão serena Serra Negra) para fazer um curso intensivo de raja yoga, ministrado pela organização internacional Brahma Kumaris. Ou seja, desta vez eu queria aprender primeiramente a meditar, controlar minha mente, “esvaziá-la” para, somente depois, exercer o domínio sobre os meus pensamentos. É o que chamamos de estados meditativos: ou a ciência sagrada que nos ajuda a atingi-los!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Agência Fapesp, Pioneiro da epigenética fala da relação entre ambiente e genoma, publicado online (agencia.fapesp.br) em 14.03.2013.

AMOR versus PAIXÃO 142 – 144

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§ 142

A tragédia dos comuns. Tenha paixão pela vida! Seja, assim, capaz de sustentar a ousadia e disciplina tão necessárias ao ciclo de feedback consciencial. Antes de mais nada, forçoso é desligar o “botão do automático”, aquele que nos impulsiona, dia após dia, pela “tragédia dos comuns”, a vida sem graça, igual à massa, sem propósito… Enfim, não deixe que a “coisa” tome conta do seu Ser! A “coisa” é uma doença, mais propriamente uma síndrome, conforme o mestre iogue Hermógenes já nos ensinava há um bom tempo…1 Independente da esfera de interação (pessoal, profissional ou social), você precisa parar minimamente alguns minutinhos por dia para refletir e tabular suas observações. Mais do que isso, você precisa, de tempos em tempos, de aferir a repercussão do que está fazendo. E, acima de tudo, você precisa de analisar os dados gerados. Nesta obra nos propusemos a apresentar técnicas para realizar estes processos de forma metódica e natural. Basta a disciplina e o esmero necessários ao aprendiz que deseje habilitar-se na arte da autorealização, desvencilhando o Ser da “instituição religiosa” que, por vezes, atrapalha… Urge fazer muitas perguntas e buscar as respostas dentro de si, da consciência e pela interação com outras consciências, bem como a prática das técnicas de conexão com o Criador, rumo ao estado de supraconsciência. 

§ 143

A ciência sagrada. Não quero dizer que as religiões de nada valem. Longe de mim propalar tal blasfêmia! Elas são fundamentais ao processo evolutivo de todo Ser. Acontece que, na forma de instituição humana, elas começam a perder o sentido a partir de certo grau de depuração da consciência, em que os estados de supraconsciência passam a ser mais constantes e as amarras do plano físico deixam paulatinamente de ter efeito. Neste estado, o estudo da consciência e das suas interações, física e sutil, passam a fazer muito mais sentido… Estes estudos compõem o arcabouço de uma ciência sagrada milenar: a Ioga. Por isso, instigo o leitor, quase como uma missão, a conhecer esta ciência, degustando-a e experienciado-a aos poucos, em doses homeopáticas, como o néctar que dá a energia para as asas que vibram a beleza de um beija-flor!

§ 144

Amor maior. A ciência da Ioga é sagrada porque nos conecta a Deus. Mas como saberei que atingi tal conexão? Já ouvi muitos religiosos dizerem que “conversaram” com Deus, pela oração ou meditação, mas em verdade pouquíssimos Seres atingem, de fato, tal proeza… Conectar-se a Deus significa amar sem limites. Não existe amor maior que ele: o amor de Deus. Como enxergar a luz divina a todo instante, em tudo e em todos?! O guru Paramahansa Yogananda, um dos poucos que viveram na Terra nas últimas décadas e conseguiram vivenciar esta dádiva, por falta de palavras mais apropriadas, descreve a experiência mais ou menos assim:

Um único lampejo do amor divino equivaleria à soma de todos os prazeres humanos imagináveis e inimagináveis, mesmo que durassem por toda a eternidade!

Estou lendo as confissões de Santo Agostinho e confesso que fiquei encantado com a profundidade e sabedoria das suas palavras.2 Tomei-o, desde então, como exemplo de um cristão que, pela dor aliada ao conhecimento, encontrou o caminho para Deus aqui mesmo, em vida, mesmo já tendo passado por tantas tentações e pecados, por assim dizer… Em verdade, o amor na sua forma mais pura nos une à essência divina que se encontra dentro de cada um de nós. Basta vibrar em consonância com o “Espírito Santo”, o espírito é Deus!     

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Prof. Hermógenes, Autoperfeição com Hatha Yoga: um clássico sobre saúde e qualidade de vida, 50a ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 2009.

2. Agostinho, Confissões, vol. 1, Rio de Janeiro: Petra, 2020.