SIMPLICIDADE versus COMPLEXIDADE § 82 – 84

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§ 82

Receptores divinos. Deus “não joga dados”, nem tampouco preveria um universo desprovido de sentido. A chave para este elo de conexão é a consciência cósmica. Mas quais seriam os receptores destes “sinais” enviados pela consciência? Decerto que toda célula é uma entidade viva, cuja inteligência, contrariamente ao nosso corpo físico que se localiza no cérebro, fica difusa na membrana celular onde ocorrem as interações com o meio externo (a biologia molecular assim já o comprovou). De sorte que a energia consciencial pode afetar seus receptores de sinais químicos (átomos, células, moléculas, etc.) através da chamada “mente celular”, assim como pode afetar nossos pensamentos através da “mente humana”.[*] São, portanto, reconhecidos apenas 2 níveis de interação, um macro e outro micro. Bem parecida a teoria da consciência cósmica universal com as dicotomias da física quântica e clássica, não o é?! Continuemos.

§ 83

Das interações interconscienciais. E poderia uma consciência afetar as células de uma outra consciência? Sim e não, uma resposta pra lá de zen… [rss] A consciência só transmite sinais através das células do seu próprio corpo físico. O que pode ocorrer, no entanto, é o que chamamos de interações interconscienciais que podem ocorrer de 2 formas: com a consciência projetada ou não-projetada (veremos mais a frente alguns conceitos da Projeciologia). A não-projetada decorre puramente da força do pensamento, através daquilo que o meu guru Paramahanbsa Yogananda chamava de “afirmações científicas”. A outra necessariamente precisa passar por uma projeção da consciência, seja de forma autônoma (nos sonhos) ou guiada nas projeções lúcidas. De qualquer forma, o importante é que estas interações interconscienciais são as responsáveis por contribuir para “geração” ou “destruição” de valores nos planos físico e/ou sutil.

§ 84

Os poderes de cura. Dê um exemplo de como este fenômeno de interação interconsciencial se processa. São inúmeros os exemplos nos diversos níveis de interação interconsciencial e para cada um dos valores no plano físico, no entanto chama-nos especial atenção o legado de curas físicas realizadas por Jesus Cristo e narradas com riqueza de detalhes na Bíblia. Neste sentido, destaca-se uma situação em que Jesus foi abordado por um oficial romano que lhe pediu para que curasse um companheiro de campanha que não estava presente fisicamente e que estaria morrendo num dos acampamentos do exército. Jesus disse que poderia partir e que, naquele instante, ele estaria curado. Passado algum tempo, de fato o oficial romano, perplexo, relatou que a cura havia sucedido bem naquela hora que esteve com Jesus. Ou seja, certamente Jesus projetou-se conscientemente naquele instante e propiciou o fenômeno através do seu pleno domínio da força cósmica. Assim, finalizamos a primeira parte deste livro: com o poder da energia criadora manifesta em vida! Vamos agora aos recônditos domínios e bem mais vastas perspectivas do plano sutil.


[*] Nos ensinamentos de Kriya Yoga, Paramahansa Yogananda chega a apontar qual é a região do cérebro humano onde ocorre a interação com a energia cósmica. Seria, mais precisamente, a medulla oblongata, apelidada de a “boca de Deus”. Agora, no nível da célula, não se sabe ainda qual seria o ponto de conexão na superfície da membrana celular. Por extrapolação, também deve haver um. Só não o conhecemos ainda!

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Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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SIMPLICIDADE versus COMPLEXIDADE § 79 – 81

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§ 79

Holística psicossomática. E a tal energia criadora e imanente, oriunda da Fonte, não pode afetar “positivamente” os corpos físicos? Não diretamente, como muitos afirmam. Ela afeta, outrossim, as consciências que, por sua vez, influenciam os corpos físicos, emanando pensamentos que interagem com as células no nível supramolecular, ativando ou desativando determinados mecanismos bioquímicos que podem ser saudáveis ou não. Quem nunca ouviu falar das doenças psicossomáticas ou, por outro lado, das terapias holísticas aplicadas pela medicina corpo-mente? Sim, este é o único canal de intercâmbio entre o plano físico e sutil. Algumas doutrinas religiosas espiritualistas apregoam outros canais evocando teorias complexas e até mesmo cientificamente ousadas, mas no fundo são apenas consciências influenciando os pensamentos de outras consciências em planos distintos. Mesmo nos fenômenos tidos como físicos, notem que é sempre o pensamento que dispara a ação. Veremos em detalhes este mecanismo cognitivo.

Foto em preto e branco com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente
Figura. Representação da consciência no século XVII.

§ 80

Da falácia humana. Por que o meio físico é tão importante neste processo se ele é puramente energético? O plano físico não é passível de interação somente com as energias eletromagnéticas e fotoelétricas. Seria uma falácia humana pensar de forma tão rígida e restrita! E olha que muitos cientistas assim o fazem. E é exatamente por isso que reconheço e amo os “teóricos” como Einstein que, via de regra, estão muito além do seu tempo… Pois bem. O meio físico é importante pelo único fato dele propiciar os sinais que são transmitidos pela consciência através dos pensamentos. Lembre-se mais uma vez para reter: a energia criadora que provém da Fonte não age diretamente sobre as “coisas físicas”, senão pelo intermédio da consciência.

§ 81

Sinais dos novos tempos. Agora fiquei curioso… Quais tipos de “sinais” podem ser transmitidos pela nossa consciência? Tanto sinais químicos como energéticos. Aqui precisaremos estender o conceito da física em que a energia está associada à capacidade de qualquer “corpo” de produzir “trabalho”, ação ou movimento. Este conceito fica limitado porque se entende como trabalho a capacidade de promover o deslocamento de um corpo físico. Mas e se assumirmos a existência do corpo sutil, aquele gerado pela consciência, ou melhor, pelos pensamentos? Essa mesma “energia sutil” poderia mover tanto a consciência aos estados projetivos como também ativar a telomerase em processos que afetam a reprodução celular através dos “sinalizadores celulares”. Aqui só precisamos adotar mais um “dogma” e pensar nas células como uma pequena entidade viva como o são. Mas quem falou que a ciência teórica assim não o faz. Existem teorias amplamente aceitas pela comunidade científica que nunca passaram por perto de uma experimentação laboratorial pelo menos por um tempo…

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Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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SIMPLICIDADE versus COMPLEXIDADE § 76 – 78

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§ 76

A “meia-vida” da alma ou da consciência. Será que nossa gênese pode ser determinada assim como a das estrelas e galáxias? Digo a da alma, o atmã, puro em essência do Criador. Dele, qualquer rastro no plano físico seria um contrassenso, mas da consciência, através da qual ela se manifesta, muito provavelmente… Só não se sabe como, ainda! Alguma “impressão” do momento da criação, na Fonte, nós devemos carregar em nosso “corpo consciencial”. A meia-vida de um átomo não é determinada pela sua atividade radioativa? Por que então, da mesma forma, não poderíamos pensar em determinar a “meia-vida da consciência”, medindo a sua “atividade consciencial”? Parece deveras uma viagem metafísica, certo?! Aguardemos, então, a evolução da ciência neste campo, dos estudos da mente humana, porque, antes de mais nada, precisamos desenvolver os instrumentos capazes de medir esta tal “atividade consciencial” que certamente existe e é detectada pelos seres sensitivos. Ainda não conseguimos sequer comprovar a sua existência, a da consciência e não da alma, muito embora eu acredite piamente nela, assim como também nos dogmas científicos que a sociedade deverá romper para chegar na verdade.

§ 77

Mais sobre o “corpo consciencial”. Já vimos sua distinção com relação à consciência propriamente dita. Também já vimos que a alma é a nossa verdadeira essência divina, enquanto a consciência é apenas o canal de comunicação com a mente que se manifesta, afinal, no plano físico. Já o “corpo consciencial”, por sua vez, é composto pelos campos energéticos (ou vibracionais) gerados pela consciência e não necessariamente pela alma. Lembre-se, existe uma multitude de entidades que podem se manifestar através dela, a começar pelo subconsciente egoico: a principal ilusão existencial gerada pela própria mente. Todo corpo consciencial resulta, portanto, de interferências construtivas e destrutivas de ondas geradas pelos próprios pensamentos e também pela interação com o meio à sua volta que representa um verdadeiro “oceano energético”. Aqui, deve-se observar que os pensamentos são comandados pela consciência, promovendo assim as manifestações físicas. Ressalta-se ainda que nos seres mais evoluídos, aqueles que já romperam os percalços até atingir samadhi,1 a consciência é dirigida quase que absolutamente pela própria alma. Esta, segundo os grandes mestres yogis, é a chave para a transcendência do plano sutil ao físico e vice-versa.

§ 78

Uma mecânica quântica avançada. Isto mesmo. É o que se entende por um meio energético propriamente dito, tal como a ciência o explica, haja vista que não pode haver dois deles numa realidade causal dentro do mesmo plano físico. Após a revolução da mecânica quântica,[*] foi descortinado o universo de interações dos corpos físicos com os campos energéticos gerados pela radiação eletromagnética convencional (o famoso experimento do corpo negro) ou, porque não extrapolar este conceito, para as vibrações geradas pela consciência, através dos pensamentos, continuamente gerados pela mente. É desta energia que falamos, nada além disso. A ciência da meditação já revelou o poder destes pensamentos,2 de modo que a única diferença aqui é que a chamamos de “energia consciencial”.


[*] É a parte da física que analisa o movimento, as variações de energia e as forças que atuam sobre um corpo. Aqui estamos no campo da “ciência de fronteira”, também conhecida por metafísica. Ou seja, atualmente são teorias que não passam de uma especulação filosófica, mas pode ser que um dia até que faça bastante sentido, mesmo que alguns estejam além do seu tempo, já desenhando experimentos dentro desta perspectiva mais ampla de entendimento do universo.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

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Saiba mais:

1. Patanjali, Os yoga sutras de Patanjali, São Paulo: Mantra, 2015.

2. Goleman, D., Davidson, R. J. A ciência da meditação: como transformar o cérebro, a mente e o corpo, Rio de Janeiro: Objetiva, 2017.

SIMPLICIDADE versus COMPLEXIDADE § 73 – 75

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§ 73

Do microcosmos mental ao corpo consciencial. Começamos aqui a nos enveredar mais propriamente nos terrenos da metafísica, mesmo que ainda tratando dos valores no plano físico. Não nos referimos a algo “simples” dentro da compreensão usual, relacionada ao minimalismo estético, nem tampouco do simples fatídico, aquele oriundo do desprendimento das posses ou da humildade em atitudes. Trataremos, outrossim, do “simples” como elemento básico da vida, responsável pela origem dos nossos pensamentos e, claro, de tudo que deles decorre, o que está por detrás do intricado arcabouço das memórias e conexões nervosas que regem a nossa mente, aquela que pode ser considerada o nosso próprio cosmos! Vejam: temos de um lado o “macrocosmo universal” e, do outro, um “microcosmos mental” altamente complexo… Eis o nosso próprio universo: aquele que criamos com a vastidão dos nossos pensamentos e experiências. E é daí que faremos (na segunda parte desta obra) a “ponte” com o plano sutil e os valores conscienciais.

§ 74

Consciência versus corpo consciencial. O simples, portanto, é a consciência, o foco da energia consciencial. É a centelha de vida que anima o nosso corpo físico. O complexo é, por sua vez, o que modula nosso “corpo consciencial”, as intrincadas leis da matéria que possibilitam a manutenção da vida a partir desta “energia vital” ou, como gosto de chamá-la, a “energia criadora”. Sem ela não há pensamentos. Não há percepção da própria existência. É o que nos caracteriza como indivíduos, seres sencientes, ou os pretensos seres humanos. É o que dirige nossa mente e pensamentos. É o que permite nos relacionarmos com outras consciências. É, acima de tudo, o que nos conecta ao “macrocosmo universal”. Ou seja, a simplicidade da consciência nos conecta à complexidade do universo, ao passo que o complexo intrincado da realidade material, o emaranhado do “microcosmos mental”, nos conecta à simplicidade da criação, fruto de uma Fonte infinita em valores conscienciais, de onde provém a energia imanente das criaturas. De onde provém a consciência e para onde ela regressa após o processo de depuração ou iluminação (mais um assunto para a próxima parte desta obra).

§ 75

Da energia vital ou energia criadora. Eis o elemento mais simples do cosmos.[*] Simples porque ela é única e se propaga indefinidamente por qualquer meio, físico ou sutil. É, por este mesmo motivo, onipresente, bicorpórea na sua essência, passível assim de materialização ou espiritualização ao mesmo tempo, a propósito, que para ela não existe… Sem os dualismos característicos da complexidade das leis materiais. É também a única que não é suscetível de interferências. É por este motivo eternamente estável ou imutável. É, finalmente, o elo de ligação vital entre toda e qualquer consciência. E, claro, com explicações inacessíveis aos conhecimentos científicos que detemos no mundo material.


[*] Lembrar que estamos no campo da metafísica, bem distantes das explicações científicas da física quântica para as partículas subatômicas.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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