Uai, será mesmo que Hesse não era budista? Sua percepção sobre as crenças e o sofrimento da divagação mental é única… Sem palavras pra descrever o kilate deste livro!
“O livro trata, sem dúvida alguma, de sofrimentos e necessidades, mas mesmo assim não é o livro de um homem em desespero, mas o de um homem que crê.”
O que torna a vida das pessoas realmente valorosa? Desde muito cedo percebi que havia algo de errado na maneira como muitos levam seus dias… A norma diz que devemos estar “integrados” ao grupo social para sermos felizes. Será mesmo que devemos aturar o papo sobre futebol, novela, dupla sertaneja ou o último escândalo de corrupção na política?
Definitivamente esse não foi o “mundo” que escolhi para mim. E a boa notícia é que se você está lendo estas páginas, esse “mundo” também não lhe pertence! Mas atenção: isso não quer dizer que nossas vidas, sejam regadas de propósito. É preciso muito mais!!
É preciso direção rumo a uma sociedade de valores. É preciso instrução numa cultura de valor.1 É preciso planejamento com metas sobre qual o impacto que deseja causar no curto, médio e longo prazos. É preciso disciplina para perseverar em meio às dificuldades que enfrentará no caminho. Enfim, é preciso ser um pouco de tudo menos normal…
Isso não quer dizer que você precise ser como um Leonardo da Vinci, Einstein ou Gandhi… Não importa a dimensão desse impacto e sim o prazer de persegui-lo! Esse é o segredo para uma vida plena: o senso de propósito. Quando alguém olhar para você e souber exatamente onde quer chegar, terá certeza absoluta de que sua vida valeu a pena.
Veja o caso de Gandhi. Sua vida não teria sentido algum não fosse a luta incansável pela independência da Índia. Einstein, por sua vez, não teria sequer deixado seu cômodo emprego como agente de patentes em Genebra caso não sonhasse dia e noite com a tão sonhada relatividade geral. Que dizer então de Da vinci que morreu com inúmeras obras inacabadas numa busca inaudita pela perfeição de um simples sorriso?!
Eu mesmo pus na cabeça que deveria abrir uma biblioteca ao público na cidade de Valinhos-SP e não descansarei enquanto assim não o fizer, bem como o “espaço” em homenagem ao meu saudoso avô e poeta consagrado, Silva Barreto,2 cujos vários livros publicados estão apenas aguardando o dia da inauguração!
Pois bem. Agora que definimos melhor o conceito de propósito de vida, vamos explorar ao nosso redor e identificar quantas pessoas do nosso convívio têm um verdadeiro propósito de vida. Quão surpresos vocês ficarão ao perceber que pouquíssimas pessoas têm um plano definido de como criar valor sustentável!
Foi por isso que decidi escrever este livro, buscando inspiração na vida daqueles que definitivamente não passaram incólumes por este mundo, seja na criação ou destruição de valor, seu legado permaneceu cravado na memória de muitos de nós!
São, portanto, seres imortais que habitaram em diferentes regiões do planeta e viveram em épocas díspares da humanidade, cravando suas pegadas nas sendas da ciência, política, religião, artes, tecnologia, economia, comunicação…
As histórias deles serão relatadas no formato de contos que são uma narração curta, neste caso verdadeira pelos relatos que nos chegaram, dentro de um espaço e tempo limitados. Buscaremos enredos envolventes, com trama conflituosa envolvendo os personagens sob a ótica do narrador.
Os contos sempre versarão sobre um valor e o seu respectivo antivalor, quais sejam a saúde versus doença, o conhecimento versus ignorância a cultura versus superficialidade, entre outros, de modo que a ação possa criar ou destruir valor ora no plano físico, ora no plano sutil.
O narrador, mais do que nunca, deixará de ser um mero observador e a cada capítulo terá não só que conceituar os valores e seus respectivos antivalores em ação, como também precisará emitir o “juízo de valor” com base nos fatos narrados.
Esse panorama permitirá ao leitor discernir sobre o que é moral e amoral, o que é ético e antiético, respeitando seu próprio sistema de crenças. Eis mais uma obra de caráter evolucionista! Espero que apreciem os nossos Contos de Valor.
Da obra no prelo CONTOS DE VALOR: vidas marcadas por um propósito
Saiba mais:
1. Barreto, R. L. Cultura de Valor: aforismos para uma vida plena, Valinhos-SP: Editor-Autor, 2022.
2. Uma coletânea dos maiores poemas das três fases poéticas de Silva Barreto: A Viagem de uma Lágrima… e outros poemas, São Paulo: AnimA Produções, 2004.
Como é bom lembrar deste tempo… Já dizia nosso grande avatar Jesus Cristo: “venham a mim as criancinhas”. Desprovidas são elas, ainda, das falácias mundanas! Não têm medo, nem cobiça, vaidade, bla, bla, bla.
Em verdade, são puras, regadas da mais suave essência de si mesmas. Não vestem “cascas” para se proteger. Enfim, são as “castanhas”do mundo! Não deveríamos jamais ter perdido a nossa criatividade que é exercida tão-somente na “arte do brincar”, mesmo para adultos.
Como é fácil nos esquecermos da busca incessante pela felicidade. E como regredimos ao nos esquecermos de que esta “rapariga fujona”, em realidade, só nos acompanhará quando encararmos a vida como uma eterna e gostosa brincadeira.
Vejamos do que consigo me lembrar do tempo de “pipoco” para adocicar a Consciência deste “velho rabugento” !
Pensar grande
Por volta dos quatro anos de idade, mamãe fez-me a seguinte pergunta:
_ Filho, o que você quer ser quando crescer?
Não receei em responder-lhe de imediato com
outra pergunta:
_ Mamãe, qual é o maior cargo que existe no Brasil?
Surpresa, ela pensou bem e disse:
_ Bem, meu filho, é o de Presidente da República.
Respondi, então, resoluto:
_ Então, mamãe, é isto o que eu quero ser!
Trato com o dinheiro
Enchi tanto a paciência do papai até que, enfim, abriu uma poupança para mim no “Bladesco”. Isto mesmo: o tradicional banco Bradesco, mais precisamente na antiga agência que ficava em frente à prefeitura de Campinas. Para mim, era apenas o “Bladesco”.
Não saía de casa sem a minha “cadernetinha vermelha”. Ao receber a sagrada mesada, conquistada com o suor de muitas gramas cortadas, ia correndo na banca mais próxima do bairro para comprar figurinhas, só para pegar o troco em notas de um…
Veja bem a lógica: quanto mais grosso fosse o maço de dinheiro, mais “rechonchuda” ficava aquela cadernetinha. Até que fazia mais sentido do que as criptomoedas de hoje! [hehe]
Grandes conquistas
Luciana, minha maninha, era o que se pode chamar de poetiza nata. Amolei-a tanto que acabou me inscrevendo num concurso de poesias. No entanto, “malvada” foi ela ao me dizer que eu não teria a menor chance!
Fiquei muito triste, mas não desanimei. O concurso era sobre acidentes do trabalho e, apesar de eu não saber nem escrever ainda, com a ajuda do meu vozinho Joaquim (in memoriam), lancei meu versinho:
Nesta casa, a Bruxa do Acidente não entra!
Frase vencedora, concurso SIPAT, Monsanto Brasil, 1982
Quem diria que seria o verso premiado da noite! Coitadinha da maninha talentosa… [rss]
A mesma ladainha ocorreu no concurso de pipas com meu irmão, o Betão. “Pentelhinho” que era, consegui que me fizesse uma mini-pipa com os retalhos da sua majestosa “águia dos ventos”…
Passei o tempo inteiro do concurso correndo de um lado para o outro, na tentativa que minha mini-pipa alçasse voo. Imaginem só: ganhei o primeiro lugar em originalidade!
Associações despretensiosas
Almoçávamos todo domingo em São Paulo na casa dos meus avós. Como todo caçulinha, tinha lugar cativo no centro banco traseiro do carro de papai. Adorava apreciar, dali, a paisagem São Paulina, no seio daqueles que tanto me afagavam…
Meus pais morrem de rir ao contar que toda vez que chegávamos no final da rodovia dos Bandeirantes, quando despontava o primeiro prédio, eu gritava ansioso: Sum Paulo, Sum Paulo!!
Mais engraçado ainda é que, mesmo em Campinas (minha amada cidade natal), sempre que avistava um amontoado de prédios, também gritava o mesmo… [rss]
§
Portanto, muita atenção adultos! Eis as máximas de um “pimpolho”:
1. Ousadia
de pensar grande;
2. Empreendedorismo de um colosso;
3. Simplicidade de um vencedor;
4. Inocência
de um anjo.
Felizes serão aqueles que conseguirem manter estas virtudes!
Prezados anciãos, esta é uma daquelas “estórias” que põem a gente para pensar… Eu a ouvi há muito tempo, em alguma palestra que já não me lembro nem sequer do tema, mas daquela singela mensagem de cunho moral nunca mais me esqueci!
Era uma vez uma dona de casa muito fofoqueira que, certo dia, iria receber a visita inusitada de um sábio. Quando chegou, ela recebeu-o cordialmente e já logo soltou a “língua felina”, contando os podres da vizinha:
_ Todo dia, quando acordo, tenho que aturar a vista das suas roupas imundas no varal! Acho que ela não deve usar nem sabão em pó!!! Suas roupas estão sempre tão encardidas… Veja lá você mesmo?
O sábio olhou em direção à janela, analisou a cena e disse:
_ Minha senhora, empreste-me um pano limpo.
Ela o emprestou de imediato. Ele foi até a janela calmamente, limpou a vidraça e disse:
_ Veja agora com seus próprios olhos.
A mulher ficou olhando, atônita! Então ele continuou:
_ Não é a roupa dela que está suja e sim a sua vidraça…
Na vida, é assim mesmo. Nós vivemos enxergando somente a “roupa suja” dos outros e não nos lembramos de limpar a própria!
A filosofia, portanto, se encaixa muito bem no papel do sábio, nos ajudando a ter mais consciência de nós mesmos, ao invés de ficarmos atentos somente aos defeitos dos outros. Salve os sábios, salve a sabedoria!
Vamos lá?! Sou daqueles eternos otimistas, que insistem em achar que o ruim pode ser bom…
Acredito sim que o verdadeiro discernimento do que é bom ou ruim, além da relatividade implícita a cada “observador”, fruto de suas crenças, só vem depois de muito tempo e, claro, com a experiência…
Certa vez, lembro-me de ter dito a um colega:
_ É melhor passarmos por poucas e boas do que muitas e ruins!
Ora, esta é uma condição ideal, que só podemos nos dar ao luxo de desfrutar depois de exercitarmos exaustivamente a arte probabilística da díade tentativa-erro.
Nossa escolhas
Quero dizer que, na vida, são cruciais as escolhas que fazemos pelo simples fato de que poucas coisas são realmente importantes e, muitas das vezes, só nos damos conta disso, quando já as perdemos. O fato é que fica muito mais fácil de analisar se elas são efetivamente boas ou ruins para nós quando são poucas!
A vida é curta demais, no entanto, da matéria ao espírito vislumbra-se a eternidade!
Meus pais costumavam dizer-me sabiamente ainda quando “pipoco”:
_ O que somos hoje é o resultado do que fomos ontem…
De fato, são elas (as nossa escolhas) que determinam o rumo dos acontecimentos em nossas vidas, independente de qualquer julgamento pessoal, objetivo ou subjetivo, de quem quer que seja!
Não acredito mais (e já faz um bom tempinho) nesse negócio de destino… Somos sim 100% responsáveis pelos nossos atos e rumos!!!
O viajante
Meus amigos, ou aqueles que me conhecem um pouco mais a fundo, não cansam em me dizer, durante nossos inumeráveis momentos de descontração (que por sinal têm sido cada vez mais escassos no quesito de companhias):
_ Cara, como você viaja na batatinha…
Isto mesmo. Prefiro ser um “viajante” imbuído de conteúdo do que um “normal” destituído de propósito que se valha!
Quando estou relaxado, entre pessoas afins e sob uma atmosfera propícia, sinto-me numa espécie de transe. Minha Consciência enleva-se e toda vibração que se me assemelhe é facultativa de ressonância, de modo que os efeitos podem ser minimamente inusitados…
Pode parecer meio estranho para muitos, ou até mesmo engraçado para outros (e tragicômico para alguns) porque no cotidiano sou extremamente “normalizado”… [hehe, adoro dicotomias]
Bom, chega de balela meus caros! Por enquanto isto é só o que vocês precisam saber sobre mim. O resto ficará implícito nas histórias que se seguem…
Não gosto de estória. Vários personagens aqui estão muito aquém da ficção… São, outrossim, pessoas do meu convívio: familiares, amigos, colegas, transeuntes, pedintes, etc.
Por isso tomarei o devido cuidado, em alguns casos, de mudar os nomes. No entanto, para aqueles que me conhecem, talvez seja bem fácil de reconhecê-los.
Notar-se-á ainda que, na grande maioria das passagens, não existe uma sequencia cronológica muito clara dos eventos, nem tampouco um encadeamento perfeito de ideias, mas com a devida atenção tudo se encaixa no final.
Paciência àqueles que se dispõem a adentrar nos mais periclitantes contos de um louco pela vida, levando uma vida nem tão louca assim! Numa jornada que só pode começar e terminar nas memórias de mim mesmo…