SAÚDE versus DOENÇA: § 7 – 9

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§ 7

Perscrutando o cooperativismo celular. Como todas estas partes que compõem um organismo vivo conseguem se organizar de forma tão harmônica e proporcional? Isto já não é mais um mistério ao se buscar a sinergia dos conhecimentos galgados pelas “ciências de fronteira”.[1] Digamos de forma simplista, mas não menos correta, que seja de forma “cooperativa”, mais precisamente através de mecanismos de interação regidos pela mecânica clássica, muito embora quanticamente afetados pelo corpo consciencial.[2] É bem verdade que acabamos de ver que a ciência não é apta (pelo menos ainda…) a “enxergar” as interações conscienciais propriamente ditas, no entanto possível o é medir e quantificar seus efeitos através de condições experimentais controladas e estatisticamente plausíveis. Foi assim que se descobriu, por exemplo, o fenômeno fisiológico chamado de relaxation response que é o contrário do tão conhecido fight or flight effect.*

§ 8

A gênese da doença. Eis o que acontece, afinal, quando este cooperativismo celular, no nível físico e vibracional, é “quebrado”: instaura-se a doença! Sempre oportunista, sorrateira, atuando exatamente no foco do desequilíbrio celular. Rompe-se, assim, a harmonia do corpo, afetando a interação com o meio físico e energético. Quando se pega uma virose qualquer, a sensação é tão ruim que não temos nem vontade de sair de casa. Parece simplesmente que o corpo não vai! Por sorte, na maioria das vezes, leva algum tempo, mas nosso organismo, por si só, consegue combater o vírus e reestabelecer a harmonia através do seu sistema autoimune. A células voltam gradativamente ao equilíbrio natural, cooperando mutuamente. Em alguns casos, no entanto, torna-se necessária a intervenção médica, seja pela prescrição de fármacos (antibióticos neste caso) ou até mesmo através de procedimentos cirúrgicos para se promover ou acelerar esta recuperação. Acontece que, por vezes, pode-se instaurar um processo desarmônico irreversível, causando a inutilização de algum órgão ou até mesmo a falência de múltiplos órgãos. Daí se dá o que chamamos (e ao mesmo tempo tememos com todas as nossas forças) de morte do corpo físico, mas, diga-se de passagem, não do corpo consciencial. Somos, portanto, “seres cooperativos” em essência, no sentido mais elementar da palavra, tanto no nível celular, supramolecular e, porque não dizer, social acima de tudo! Uma pena que nem sempre os seres humanos sejam cooperativistas…

§ 9

O papel das nossas crenças na harmonia celular. Cada vez mais as pesquisas médicas têm comprovado o quanto as nossas crenças exercem um papel vital tanto para a saúde como para a doença do corpo físico. Hoje já se consegue mensurar com precisão como os processos mentais (ou cognitivos) podem auxiliar na cura de doenças como a depressão, hipertensão, infertilidade, dores crônicas em geral, Parkinson, entre outras.[3]

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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[1] Áreas do campo científico que exploram conhecimentos recém descobertos e ainda muito pouco explorados ou comprovados experimentalmente. Com a evolução da produção científica acabam naturalmente galgando seu espaço acadêmico. Um exemplo notório foi o campo da “epigenética” que ganhou rapidamente seu devido lugar entre as ciências médicas tradicionais com descobertas de impacto.  

[2] Campo energético (ou vibracional) gerado pela consciência e resultante das interferências geradas pelos próprios pensamentos e também afetado pelas energias do meio à sua volta.

[3] O conjunto de práticas terapêuticas que fazem uso desta abordagem tem sido chamado internacionalmente de mind body medicine. Muitas instituições mundialmente renomadas já adotaram esta prática em seus programas terapêuticos, com destaque para o Massachussets General Hospital (MGH). Para conhecer mais, acesse AQUI.

* Para acessar detalhes sobre este efeito, leia os livros do Dr. Herbert Benson, a começar por the Relaxation Response, New York: Harper Collins, 2000.

SAÚDE versus DOENÇA: § 4 – 6

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§ 4

Dos organismos vivos. São estes feitos de átomos, moléculas, organelas, células, órgãos, etc. Isto a ciência já nos mostrou e mais que amiúde! Somos uma verdadeira “máquina newtoniana”, em que cada engrenagem tem seu papel vital no continuum do espaço-tempo, controlada pelas leis da física, química e biologia: as ciências de base para o conhecimento do universo no plano físico.[1] Acontece que a ciência ainda tem muito o que nos mostrar, graças a Deus! Só para se ter uma ideia do caminho a ser trilhado, o volume de artigos científicos publicados mundialmente nos últimos anos, somente no campo da medicina, já supera todo o conhecimento acumulado em toda a história da humanidade! O fato é que existem formas de energia, ditas aqui “sutis”, que nossos equipamentos ainda não são capazes de detectar. Um eletroencefalograma (EEG) é capaz de detectar as ondas cerebrais oriundas dos pensamentos gerados em nossa mente, mas de nada adianta para monitorar o fluxo de energias oriundas da consciência. Estas fluem, outrossim, pelas células do corpo através de técnicas de mentalização alcançadas em estado meditativo, cujos efeitos benéficos para saúde estão ainda sendo decifrados pela ciência nas últimas décadas.*

§ 5

A ciência da meditação.* Traremos aqui apenas um exemplo de descoberta impactante – considerado um verdadeiro breakthrough – que nos remete a tratar com grande respeito o conhecimento milenar dos grandes iogues das montanhas gélidas do Himalaia: verdadeiros “tesouros vivos” de todas as nações, segundo os trabalhos acadêmicos do conceituado neurocientista da Universidade de Wisconsin em Madison: Richard J. Davidson.[2] Sua equipe “decifrou” os cérebros de iogues ultra experientes (alguns deles com mais de 50.000h acumuladas de meditação) comparados com um grupo de controle. O grande achado foi um padrão de oscilação de “ondas gama” completamente atípico.[3] O cérebro de um iogue avançado reverbera, continuamente e não somente durante a meditação, algo como 25 vezes mais que um ser humano comum! O que isto significa? As tais ondas gama, detectadas pelo EEG, são disparadas normalmente durante insights criativos, conectando diferentes áreas cerebrais harmoniosamente, durando normalmente não mais que uma fração de segundo. Elas ocorrem não somente quando encontramos a solução para um problema desafiador, mas também em experiências sensoriais intensas, tais como ao imaginar o abraço de um ente querido após anos de separação… A ciência comprovou que a prática da meditação por longos períodos de tempo promove “alterações de traço” no cérebro do iogue capaz de elevá-lo permanentemente a um estado de “consciência aberta” que só se atinge através de situações de foco extremo, conhecidas cientificamente como “estado de fluxo”.

§ 6

Os “estados de traço” e a resistência à dor. Muitas pessoas, ao sofrerem com doenças de diversos tipos, situações de trauma ou passarem por procedimentos médicos, sentem dor extrema de acordo com um “padrão em V” da matriz de dor, o qual se caracteriza pelas fases de ANTECIPAÇÃO > REATIVIDADE > RECUPERAÇÃO. Normalmente, as fases de “antecipação” e “recuperação” são as mais sofríveis por conta da duração que é diretamente proporcional à carga emocional que colocamos na sensação de dor antes e após o evento gerador, tal como uma queimadura. Neste sentido, mais uma vez o grupo de pesquisas do neurocientista Richard J. Davidson foi primoroso ao confrontar meditadores de longo data e grupos de controle, com experimentos de dor realizados através de protocolos científicos rigorosos,* demonstrando que os primeiros são praticamente ilesos ao fator emocional, demonstrando um “padrão em V invertido”, ou seja, a dor para eles é tão efêmera, apesar de intensa, sendo que praticamente não sentem dor na ansiedade antecipatória do “antes” e “após” o evento gerador… Isto explica, incontestavelmente, como os monges do Himalaia conseguem resistir ao frio intenso por longos períodos de tempo. São para mim, tais iogues, “blindados” aos efeitos das reações emocionais, os super-homens da vida real!   

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Autoria por Ricardo Barreto

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[1] A matemática deve ser encarada mais propriamente como uma “ferramenta universal” de todas as ciências, diga-se de passagem equivocadamente empregada, mais em umas do que outras…

[2] Fundador e diretor do Center for Healthy Minds que realiza estudos científicos sobre as emoções e seus efeitos sobre o cérebro. Para maiores informações, acesse https://www.richardjdavidson.com/.

[3] Geradas a partir de seu ciclo no eletroencefalograma, distinguem-se basicamente quatro tipos de onda mental: Beta: 14 – 30 oscilações por segundo (ocorrem no estado normal de vigília); Alfa: 08 – 13 oscilações por segundo (ocorrem em estados mentais relaxados e no sono); Teta: 04 – 07 oscilações por segundo (ocorrem em meditação e relaxamento profundo), Delta: 0,5 – 03 oscilações por segundo (ocorrem em momentos de sono profundo). As ondas gama são um padrão de oscilação neural com uma frequência entre 25 e 140 Hz, sendo o ponto de 40 Hz de particular interesse (extraído da Wikipédia em 01.03.2020).

* Daniel Goleman e Richard J. Davidson, a saber: A CIÊNCIA DA MEDITAÇÃO: como transformar o cérebro, a mente e o corpo, da editora Objetiva e publicado no Brasil em 2017.

SAÚDE versus DOENÇA: § 1 – 3

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§ 1

Sobre o conceito holístico de saúde. Vamos nos esquecer do que diz a Organização Mundial de Saúde (OMS) e partir pelo princípio de que saudável é toda “entidade” que existe no plano físico, tem vida própria e está em harmonia para interagir colaborativamente com o meio a sua volta. Estamos aptos, agora sim, a dissecar cada um destes pontos.[1]

§ 2

O que vem a ser uma “entidade”? Na visão filosófica, o termo entidade é bem mais abrangente do que o termo ser. Enganam-se os simplistas que se apegam somente à característica comum que é a de existir. Como visto alhures, o ser, como tal, tem identidade própria, ou seja, sua existência é autônoma e é dotado de consciência. Já a entidade é autônoma em sua existência, mas não necessariamente é dotada de consciência. Portanto, todo ser é uma entidade, mas nem toda entidade é um ser. Um exemplo clássico de entidade é a célula. Ela tem todos os elementos para viver de forma autônoma dentro de um organismo, muito embora seja desprovida de consciência mesmo possuindo mecanismos inteligentes no nível molecular: a chamada “inteligência celular”.  

§ 3

A propósito da existência no plano físico. Caracteriza-se a existência carnal pela composição de um corpo físico, ou melhor, de um organismo vivo. Tanto o ser como a entidade podem existir no plano sutil e por isso somente concebemos uma existência real no plano físico quando assumem um corpo físico, seja pela reprodução de outros seres e entidades ou, mais raramente, pelos fenômenos de materialização.

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Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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[1] Lembre-se que neste livro nos esquecemos dos artifícios puramente científicos e buscamos inadvertidamente o sentido mais amplo das coisas, na profundidade e ousadia que só a filosofia e a metafísica permitem.