PUREZA versus KARMA – 112 – 114

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§112

Propósito da economia consciencial. Numa economia em que o valor não reside mais em riquezas materiais do plano físico, qual seria o seu principal ativo? Algo intangível é claro, mas que ajude a elevar a consciência, ou seja, torná-la mais lúcida.

Uma consciência mais lúcida é aquela que está numa busca constante pela conexão com o Criador, até atingir o que os iogues chamam de autoiluminação ou autorealização.

No topo da escala de lucidez, ou seja, no estado de autoiluminação ou autorealização, podemos dizer que o corpo, a mente e o espírito se fundem num só, em conexão plena com a consciência cósmica. É através dessa conexão que se permite que a “energia criadora” (ou energia vital) crie, flua e sustente a vida na Terra e outros mundos. São acessadas camadas inacessíveis do plano sutil que só os estados meditativos da “superconsciência” são capazes de desvendar. No budismo chama-se tal estado de nirvana e na cultura yogue de samadhi. Na maior parte do tempo, quando encarnados, estamos no estado de “vigília consciente”, em que a mente, guiada pela “Consciência”, mantém o controle total sobre nossas pensamentos e ações. Somente durante o sono, quando se libera o “subconsciente”, é possível alguma conexão entre nossa alma e as camadas mais elevadas. Como já dizia Paramahansa Yogananda, se não dormíssemos a vida se tornaria insuportável! Os níveis elevados de consciência, portanto, não dependem de riquezas ou estados mundanos e sim da nossa capacidade de controle da mente em estados meditativos. A cada instante determina-se o quanto deveremos viver para voltarmos ao estado original. Este é o único e verdadeiro propósito da economia consciencial.

§113

Evoluindo da inovação social para inovação consciencial. Digamos que a humanidade já tenha atingido o estágio de “inovação social”, aquela que cria valor para sociedade e não somente para indivíduos ou um pequeno grupo a ele associado na forma de empresas.1 Esta na hora de evoluirmos para o próximo estágio: o estágio da “inovação consciencial”. É esta capaz de nos elevar para outros patamares existenciais e que pode tomar uma escala global (na verdade universal) conferindo verdadeiras “fortunas” em termos de valores no plano sutil. Mas os “bilionários”, neste caso, são seres como um São Francisco de Assis, Buda, Jesus Cristo, Madre Tereza, Chico Xavier, Babaji e mais alguns outros seres “santos” que compõem esta lista limitada no nosso planeta de provas e expiações. Só vencem aqueles que se tornarem “bilionários” de fato, mais propriamente aqueles que geram karma positivo para toda humanidade e não somente para eles! Na chamada economia consciencial não adianta simplesmente manter o saldo positivo… É preciso ir além. É preciso tornar-se o próprio Buda, ou senão, comungar com o espírito da “consciência crística”.

§114

Mais sobre a autorealização e autoiluminação. Como você descreveria o estado de pureza alcançado por estes seres santificados? Imagino um estado dependente de conexão e liberdade plena. Ou seja, aquele em que o ser permanece constantemente conectado a Deus e, consequentemente, não tem a obrigatoriedade de estar em dado lugar, nem de interagir com dadas consciências. Atingi o que chamamos de onipresença, ou ubiquidade espiritual. A mobilidade não tem amarras veiculadas pelos próprios pensamentos. São totalmente controladas as projeções lúcidas, sempre com um propósito de criação de valor para outras consciências. Não existe mais as preocupações de criar valor para si porque já se encontra repleto de valor. Mesmo que ainda não se encontre exatamente no ceio de onde partiu, goza da certeza de que já reverteu a “rota de fuga” e se aproxima cada vez mais rápido da fonte criadora, a Consciência cósmica universal.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Sílvio Anaz, HSM Management, A inovação social aponta novos caminhos para as empresas, março/abril de 2014 (p. 58).

RIQUEZA versus LUXÚRIA: § 31 – 33

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§ 31

Do verdadeiro conceito de prosperidade. É realmente certo associar riqueza com prosperidade? Em absoluto! Você somente prospera se gera riqueza. São, neste caso, conceitos diretamente relacionados e indissociáveis. O problema se dá porque muita gente confunde o verdadeiro significado de riqueza. Enxergam tão somente a riqueza material, mais propriamente a monetária, enquanto existem outras formas de riqueza e, diga-se de passagem, muita mais preciosas…

§ 32

 Economia consciencial e as formas superiores de patrimônio. Então, para ilustrar, vamos citar alguma forma diferente de riqueza e nem tão preciosa assim… Muitos devem se lembrar daquela passagem bíblica em que Jesus cita os “pobres de espírito”. Ou seja, quis ele dizer que os “ricos de espírito” são, contrariamente, aqueles que já possuem a verdadeira felicidade. A grande diferença, portanto, está no conceito mais holístico de patrimônio. No plano físico dizemos que ficamos tanto mais ricos quanto maior fica o nosso patrimônio, muito embora nem sempre na forma de bens de capital como bem destacado pelo nosso ilustre economista francês Thomas Piketty.1 Na “economia consciencial”, por sua vez, também não existe patrimônio físico. Nem tampouco estamos falando de bens intangíveis que podem gerar ativos com boa liquidez! Outrossim, uma realidade em que os verdadeiros ricos são aqueles que geram valor outro que não o monetário. Valores de paz, poder, pureza, prosperidade, verdade, amor e felicidade… Os ricos são, nessa perspectiva, aqueles que propagam sua riqueza através da colaboração e não da espoliação dos seus bens. Ao contrário da economia de capital, quando se possui algo, não o privamos dos outros de usufruí-lo. Na verdade, muito pelo contrário! Incentivamos o seu uso e o compartilhamento para propagar seus benefícios, buscando atingir o maior número possível de consciências afins, na pura essência do conceito da “colaboração em massa”.2 E aquilo que não gera benefício coletivo, com o tempo, simplesmente deixa de existir. Perde o propósito. Perde, afinal, o valor.

§ 33

Tipos de colaboração entre consciências afins. Quais são as possíveis formas de colaboração consciencial? Tem-se a colaboração individual (consigo mesmo), a coletiva (entre indivíduos ou grupos de indivíduos) ou em massa (multidões ou plêiades de indivíduos). Basta haver senso comum entre as consciências que visam um “objetivo maior”, normalmente relacionado à propagação dos benefícios de um bem consciencial, o único “ativo” da economia consciencial capaz de gerar valor no plano sutil, indo além dos limites físicos da realidade.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Para um merecido mergulho sobre o tema que é vasto, não deixe de conhecer e degustar a obra definitiva do economista francês Thomas Piketty: O Capital, 2014.

2. Tapscott, Don, Wikinomics: como a coloboração em massa pode mudar o seu negócio, Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 2007.