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§ 67
A estética do minimalismo. E como a simplicidade se encaixa nesta aparentemente complexa equação do belo? Mais uma pegadinha… Ela pode permear diversos elementos e constitui, talvez, um dos maiores segredos para se atingir a beleza das coisas e também dos seres. Seria a técnica de escolha caso queira aumentar suas chances de criar algo realmente belo um dia. Da Vinci era um estudioso da anatomia, perspectivas e proporções. E você: vai se especializar no quê? Observe o seguinte: um dos principais movimentos da estética moderna está justamente pautado no minimalismo. Escolas de design pioneiras como a de Bauhaus na Alemanha deveriam ser o ponto de partida não só para arquitetos, mas sim para qualquer um que busque a expressão da perfeição materializada no plano físico. [*]
§ 68
A beleza das cores. Sei no que vocês devem estar pensando: mas e as cores: como elas se encaixam e contribuem com esta tal fórmula da beleza? Por que ficaria de fora a técnica que fazia de ninguém menos do que Monet a mais perfeita expressão do belo?! A beleza das cores só impressiona quando dotada de significado puro. Portanto, sobre as cores, teríamos de elaborar outra fórmula muito mais complexa que a dos traços propriamente ditos. Melhor não complicarmos a “matemática das coisas” neste momento (continuo a brincadeira…). Vejam o que disse um dos mais respeitados críticos artísticos, Louis Leroy, sobre a pintura intitulada “Impressão, nascer do Sol” de Monet:
“– Eu bem o sabia! Pensava eu, justamente, se estou impressionado é por que há lá uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha…”
§ 69
Casa Branca versus Casa Preta. Como seria possível dotar as cores de significado? Não o é. As cores carregam, per se, significância intrínseca. Um dos poucos “gurus brasileiros” internacionalmente reconhecido, o mago e escritor Paulo Coelho, sobre as cores nos presenteou com a seguinte indagação:
“Imagine se a Casa Branca fosse chamada de a Casa Preta. Todos pensariam que ela era habitada pelo espírito da escuridão”.
Mais apropriado impossível! As cores que definem as coisas, ou as pessoas, e não o contrário. Em sua obra clássica sobre os impropérios da fama,69 Paulo nos remete a uma viagem no mundo da moda que revela o significado (e também a magia) de cada uma delas, muito embora as pessoas ainda achem que a escolha de uma cor não tenha um propósito. É puro acaso. Confesso que, desde então, passei a pensar muito mais nas cores que eu visto e pouso meus olhos…. É mais ou menos assim:
- O branco significa pureza e integridade;
- O preto intimida;
- O vermelho choca e paralisa;
- O amarelo atrai atenção;
- O verde acalma de tudo e sinaliza concordância;
- O azul sempre suaviza;
- O laranja confunde.
Não é à toa, portanto, que a noiva e o papa vestem branco. Os seguranças de qualquer celebridade e os “padres” (do Vale do Silício) vestem preto, claro que com uma pequena brecha branca na gola… Quer pegadinha maior do que essa?!
[*] A Staatliches-Bauhaus é uma escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda na Alemanha. A Bauhaus foi uma das maiores e mais importantes expressões do que é chamado de Modernismo no design e na arquitetura, sendo a primeira escola de design do mundo.
Créditos:
Autoria por Ricardo Barreto
Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena
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Saiba mais:
1. Coelho, Paulo. The Winner Stands Alone, Harper Collins, 2010.