CONHECIMENTO versus IGNORÂNCIA § 52 – 54

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #ignorância #conhecimento #desinformação #funildevalor

§ 52

Soluções para escalabilidade de informações. Como podemos lidar com esta geração desenfreada de informação? Da ânsia exagerada por conhecimento em que a sociedade está se afogando, gerando mais desinformação que outra coisa: a forma mais lamentável de ignorância… São duas as alternativas que se reforçam concomitantemente: ora põe-se “amarras” ao pensamento, ora sistematiza-se o pensar para limitar os registros na memória. Uns até chegaram a defender o tal do ócio para propiciar tempo à eclosão da criatividade.1 Outros preferem a reclusão aos estados meditativos para acalmar a mente, perseguindo o equilíbrio entre o corpo e a mente.2 Ainda existem aqueles que propalam que a mente deve ser organizada, da mesma forma que organizamos o armário das nossas casas ou a agenda de compromissos.3 São tantas as alternativas que não podíamos deixar de propor mais uma…

§ 53

Funil de valor: para quê? Não tem jeito. Precisamos aprender a viver e a “conviver” na chamada economia da informação. Do fluxo de dados que se nos apresenta a todo instante, precisamos de encontrar uma forma de “separar o joio do trigo”. Vejamos. Acredito piamente que não existe uma fórmula única para lidar com o verdadeiro “caos informacional” que bombardeia nossa consciência a todo instante. No entanto, vamos nos arriscar a criar uma “regra de ouro” alinhada ao propósito de disseminar a Cultura de Valor: algo simples e que possa orientar nossas atitudes de forma prática e eficaz. Esta regra, na verdade, é um tipo de “filtro” que chamamos de funil de valor.

Uma imagem contendo copo, copo descartável

Descrição gerada automaticamente
Figura. Regra do funil de valor.

A cada estímulo informacional recebido, devemos fazer uma única indagação: isto estimula em mim pensamentos que geram ou destroem valor? Será, assim, muito mais fácil de identificar aquilo que é aproveitável em pelo menos algum aspecto das nossas vidas ou “pura” perda de tempo! À primeira vista, pode parecer muito estranha esta conversa íntima a todo instante, mas aos poucos perceberemos que esta é, na verdade, a chave do autocontrole e, arrisco-me a dizer: do próprio sucesso das nossas ações. Lembrem-se que o fluxo de pensamentos que bombardeiam a nossa mente, a cada novo estímulo informacional, são os propulsores de uma cadeia de ações e hábitos, determinantes para o resultado final em nossas vidas: a tão almejada geração de valor.

§ 54

Game versus Desassossego. Imaginemos a seguinte situação: ao acordar num feriado, enquanto uma adolescente toma seu leitinho com chocolate, recebe o telefonema de uma amiga do condomínio convidando-a para uma sessão de videogame em sua casa. Sabe, aquele joguinho novo que todos estão comentando nas redes sociais… Ela se lembra, após desligar a ligação, que a sua professora de literatura tinha dado a dica de aproveitar o feriado para ler o primeiro capítulo do chamado “Livro do Desassossego” de Fernando Pessoa e escrever uma resenha sobre ele.4 Qual a fonte de informação que ela deverá optar neste caso? Não há dúvidas de que ambas geram fortes estímulos na garota. No entanto, se utilizasse o “funil de valor”, o heterônimo de um Fernando Pessoa traria muito mais luz aos seus pensamentos desta manhã ensolarada…     

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Gostou? Mãos ao BUZZ nas redes!

Saiba mais:

1De Masi, D. O Ócio Criativo, Rio de Janeiro: Sextante, 328 p., 2000.

2. Benson, H., Proctor, W. Relaxation Revolution: the Science and genetics of mind-body healing, 2010, New York: Scribner, p. 3-20

3Ibid.

4. Pessoa, Fernando, Livro do Desassossego por Bernardo Soares, vols. I e II. Lisboa: Ática, 1982.

CONHECIMENTO versus IGNORÂNCIA § 49 – 51

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #ignorância #conhecimento #dataísmo #hiperconsciência #internetdaconsciência #IoC

§ 49

Humildade de pensamento. Eis um exemplo da boa aplicação da inteligência. Cursava ainda o primeiro ano do colegial técnico (num curso de química industrial da região de Campinas, SP) e o professor de matemática era daqueles barbudos, de ar judaico-cristão, com alguma empáfia, porém simpático o suficiente para cativar a atenção dos alunos mais exíguos por, ao menos, alguns minutos… Tal figura costumava lançar desafios ao final da aula, daqueles que servem só para desestimular ainda mais os que não tinham entendido sequer a matéria do dia, “cuspida” na lousa como se fosse algo trivial demais para sua posição intelectiva. Isto porque eram problemas extraídos das últimas edições das olimpíadas de matemática, muito longe de um enigma de Poincaré! [*] Acontece que, ao meu lado sentava-se um certo aluno genial. Sem que ninguém notasse, ele resolvia todos os problemas em questões de segundos e ficava bem quietinho para que os demais não percebessem. Dá para acreditar?! E aquele professor ainda se regozijava ao copiar a solução na lousa como se fosse uma conquista de Apolo diante do Oráculo de Delfos… Santa ignorância! A humildade de pensamento é certamente uma das mais belas conquistas daqueles que galgaram o verdadeiro saber.

§ 50

Dataísmo: o novo paradigma. Já parou para pensar como a inteligência artificial está tomando conta de tudo que nos rodeia? Se você ainda não sabe que raios é um algoritmo e para que serve, então chegou o momento de correr atrás do prejuízo porque o mundo que se descortina já é daqueles que dominam a capacidade de compreender e desenhar algoritmos. Foi o historiador israelita de Oxford, Yuval N. Harari, quem nos brindou com uma visão mais prática e ao mesmo tempo fatalista do dataísmo,1 mostrando sua emergência de duas das principais torrentes do conhecimento científico: primeiro a eclosão pós-Darwin dos “algoritmos bioquímicos”, seguida algum tempo depois com Alan Turing desvendando o fenômeno da computação e o nascimento dos “algoritmos eletrônicos”. Independente do que você pensa ou possa vir a pensar sobre o tema, ninguém pode negar que a barreira entre máquina e os animais já foi transposta. E o que muitos religiosos ortodoxos temiam já aconteceu: os algoritmos eletrônicos decifraram e já estão superando os algoritmos bioquímicos em muitas aplicações! Eis a síntese do novo paradigma a que todos deverão se submeter, independente de visão religiosa:

O universo consiste num fluxo de dados e o valor de qualquer fenômeno ou entidade é determinado por sua contribuição ao processamento de dados.

§ 51

Desvendando a hiperconsciência. Acredito piamente na existência de certos conhecimentos avançados que a humanidade sequer perscrutou. Neste século despertamos para a cultura da colaboração em massa,2 articulados por meio de redes sociais, os seres humanos dispõem de mecanismos de interação nunca antes vistos para a propagação de informações. Inúmeras plataformas colaborativas foram criadas na internet num ritmo que põe em risco a nossa própria capacidade de processamento. Fato é que este fenômeno está promovendo uma verdadeira revolução do conhecimento! E ainda estamos somente no início desta que tem sido chamada a Era da Informação. No entanto, este foi só mais um passo na busca da tão almejada transcendência. Um dia não serão mais necessários dutos de fibra ótica para trafegar a informação e muito menos protocolos formais para navegar no emaranhado de dispositivos computacionais. Outrossim, a limpidez do pensamento, alcançada só nos estados meditativos que propiciam a conexão instantânea entre consciências. Pasmem: fato é que o primeiro caso de telepatia entre seres humanos já foi relatado recentemente na literatura científica através de sofisticados mecanismos de interface cerebral.3 Ao estado de “conexão consciencial”, quando estabelecida uma rede de comunicação em larga escala com o propósito de gerar, receptar e propagar conteúdos relevantes para formação do conhecimento cósmico ou imanente, chamamos hiperconsciência. A “Internet das Coisas” (IoT – the internet of things) é só um passo rumo à grande revolução da IoC ou a “Internet das Consciências”. Para que precisamos de computadores se podemos nos conectar uns aos outros pela mente e na velocidade do pensamento? Voilá!


[*] Conhecida como a conjectura de Poincaré, foi formulada em 1904 pelo matemático francês Henri Poincaré e resolvida, anonimamente, pelo matemático russo Grigory Perelman em 2002.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Gostou? Mãos ao BUZZ nas redes!

Saiba mais:

1Harari, Yuval Noah, HOMO DEUS: uma breve história do amanhã, 1a ed., São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

2. Tapscott, Don, Wikinomics: como a coloboração em massa pode mudar o seu negócio, Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 2007.

3. A Direct Brain-to-Brain Interface in Humans, Rajesh P. N. Rao et al. PLOS one, 9 (11), 2014.

CONHECIMENTO versus IGNORÂNCIA § 46 – 48

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #ignorância #sabedoria #erudição #sebodoChicão #cientologia #dataísmo

§ 46

Diálogo com Chicão (parte II). E naquele sebo, digno do Chicão, antes de frustrar quaisquer expetativas literárias, me  disse ele mais ou menos assim:

_ Espere um minuto, meu caro. Não é comum, nos dias de hoje, aparecer por aqui um jovem interessado nestas coisas…

Saiu do recinto por um instante e voltou com um punhado de livros empoeirados, dentre os quais fui surpreendido por preciosidades como uma coleção de Júlio Verne do século XIX e um tratado de medicina alternativa publicado no Uruguai muito tempo atrás… Puxa, mas que maravilha viajar no tempo assim, pela literatura e a saga pelo conhecimento! Meu orçamento não estava à altura do verdadeiro valor daquelas obras, mas o Chicão viu o brilho dos meus olhos e propôs uma “marota” e gostosa brincadeira:

 _ Você levará estes e todos aqueles outros ali se acertar ao menos uma das perguntas que lhe farei… [hehe]

Claro que ele começou com a mais fácil. Veja só:

_ Qual foi o primeiro livro publicado em solo brasileiro?

Não preciso dizer que passei bem longe da resposta certa… [*] Então, fui bombardeado por uma série de perguntas, uma mais difícil e ao mesmo tempo interessante que a outra. Acho que valeria uma “tese acadêmica” a busca pelas respostas detalhadas para cada uma delas… Eu, pasmo, percebi o tamanho da minha “ignorância” diante daquele homem tão maravilhoso de se ouvir, tamanha sabedoria! Conversamos um bom bocado (na verdade minha vontade era passar o resto do dia ali, mas a esta altura minha mulher e filhinha, sentadas na frente daquela casa antiga, já me olhavam com uma cara pra lá de azeda). Moral da história: levei comigo muitos livros preciosos por uma bagatela e digo a vocês, foi uma das experiências mais indescritíveis sobre o tema: um douto d´alma, um “espírito livre”, digno de estar num pedestal junto de Bertrand Russel ou, por que não, de um Nietsche… Sim, fiquei apaixonado por aquele homem, pelo Chicão. O resto, por Deus, está cravado em minha memória!

Figura. Marília de Dirceu: primeiro livro editado no Brasil.

§ 47

Ninguém sabe o que julga. Poderíamos inferir, por conseguinte, que a ignorância é resultante apenas da falta de conhecimento, certo? Nenhuma conclusão diferente desta seria mais apropriada! O ignorante é aquele que, por algum motivo ignóbil, priva-se de descobrir e acumular novos conhecimentos. Assume, por assim dizer, certas “verdades” e não aceita nada que as contraponha. Ou seja, como diria Sócrates: é aquele que “sabe o que julga, mas ignora o que não sabe”. São, portanto, dogmáticos puros. Talvez seja este o pior tipo de “cegueira”, aquela em que se vive num mundo cerceado por crenças infundadas. Pense em alguém que não escuta e fala desenfreadamente. Não aceita ideias alheias de sorte alguma. Seus pensamentos são literalmente “blindados” à construção do saber. Isto quer dizer que não há renovação das crenças: o aspecto que melhor caracteriza uma consciência virtuose!

§ 48

Cientologia ou dataísmo? Cite um exemplo prático de como a ignorância pode atrapalhar a evolução consciencial. Normalmente estas pessoas “ignorantes” vão se isolando, limitando-se ao convívio com um grupo restrito de consciências que tenham crenças minimamente semelhantes às suas… Veja o caso dos “cientologistas”. Muitos dissidentes desta seita, travestida de apelos de ficção muito além das telinhas (o ator Tom Cruise é o mais conhecido fiel), relatam que perderam o contato até mesmo com os familiares mais íntimos. Este tipo de credo normalmente acompanha rígidas práticas aos adeptos à medida que avançam no processo que denominam de “auditoria”, sem falar das perdas financeiras impostas para mudarem de estágio de desenvolvimento. A “igreja da cientologia” é propalada como religião em muitos países desenvolvidos,[**] mas os exemplos de extremismos “exóticos” estão se tornando muito frequentes entre as camadas mais instruídas da população mundial, desde o clássico embate dos criacionistas versus evolucionistas, até a mais recente onda que chega com a promessa de poder mudar a nossa visão de mundo: o dataísmo.1 


[*] O Brasil começou a editar livros em 1808 com a fundação da Imprensa Régia por D. João VI. A primeira obra a ser impressa foi Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga. Nesta época, era o imperador quem decidia que livros seriam ou não publicados… A impressão fora das oficinas reais era proibida! Por isso, só era divulgado o que não “ofendia” o Estado, a religião e os costumes da época.

[**] A Cientologia é um conjunto de crenças e práticas criada por L. Ron Hubbard (1911–1986), começando em 1952, como sucessor ao seu sistema de autoajuda chamado Dianéticas. Hubbard caracterizou a Cientologia como religião e em 1953 incorporou a Igreja da Cientologia em Camden, Nova Jersey.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Gostou? Mãos ao BUZZ nas redes!

Saiba mais:

1Harari, Yuval Noah, HOMO DEUS: uma breve história do amanhã, 1a ed., São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

CONHECIMENTO versus IGNORÂNCIA § 43 – 45

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #conhecimento #ignorância #inteligência #sabedoria #saber #erudição #sebodoChicão #ouropreto

§ 43

Conhecimento e inteligência. Por que será que há ainda tanta confusão acerca do significado de conhecimento e inteligência? Entendo que, em grande parte, devido à confusão que muitos fazem ao considerar inteligentes aqueles que meramente praticam o “ato puro” de pensar, com o mínimo de lógica, diga-se de passagem nada diferente dos computadores, muito embora estes ainda de maneira rudimentar em comparação com a maravilhosa máquina que é o cérebro humano! O conhecimento, por sua vez, seria mais propriamente o arcabouço de todas as experiências pregressas, adquiridas em virtude da capacidade de cognição, aliada à correta aplicação da inteligência, e acessíveis através da memória integral.1 Importante destacar que estas experiências podem se dar no plano físico e sutil, independente do estado de consciência, mas dependentes, outrossim, do pleno funcionamento da mente que envolve não só o pensar, mas também processar e difundir a informação através da linguagem. Não adiantaria de nada saber detalhes de fenômenos complexos da natureza, em camadas de informação registradas de longa data, talvez de outras existências no plano terreno, caso na presente vida careça o ser do formalismo científico necessário para expressar e compartilhar tal conhecimento.

§ 44

Erudição, falácia do saber. Quer dizer, então, que poderia um simplório lavrador, nascido e criado na roça, até mesmo analfabeto, ter conhecimento superior ao de um douto erudito que sorveu de tudo, nos mais sofisticados ambientes acadêmicos? Não tenho dúvidas. Pode inclusive demonstrar não só inteligência superior, mas também conhecimento de maior valor para humanidade. Você nunca se deparou com uma pessoa que muitos até a classificariam de “ignorante”, somente a julgar pelas aparências e jeito de falar, mas que o surpreendeu com tamanha sabedoria, aplicada em circunstâncias inesperadas da vida? Eu vivenciei um episódio assim recentemente em Ouro Preto (MG), ao conhecer aquele que carinhosamente apelidei de “Dr. Chicão”. Talvez tenha sido ele um reconhecido cientista ou literato numa época longínqua, quem sabe até numa outra existência! Não podemos limitar nossa visão ao curto espaço de tempo de uma vida… Este é um erro que muitas crenças ainda insistem em cometer. Graça a ele, hoje tenho por certo que o conhecimento é o que diferencia de fato todas as consciências. Este pode ser acumulado ao longo de toda a sua existência, independente do plano em que você se encontra inserido. Melhor de tudo: vai vida, chega vida, sai corpo, entra corpo, e continua gravado, indelevelmente, no grande repositório cósmico que é a consciência divina.

§ 45

Uma primorosa lição de sabedoria (parte I). Era pleno verão, num fatídico janeiro de 2016, mas a cidadela histórica de Ouro Preto (MG) mais parecia uma “Durham inglesa” em meio à penumbra daquela chuvinha fina que não cessava há dias, sem falar do friozinho de 15 graus centígrados, impensável para aquela época do ano. Em meio ao sobe e desce dos morros íngremes e ao entra e sai das igrejas que marcaram época no Brasil colonial, eu não sucumbia ao cansaço, tamanha minha obstinação por encontrar um sebo, onde pudesse adquirir algumas obras literárias raras (por sinal, meu principal hobby favorito em toda e qualquer viagem). Já tinha vasculhado os recônditos mais conhecidos da cidade sem sucesso. Parecia que os “gringos”, claro, já tinham esvaziado tudo o que existia de valoroso nestes redutos de velharias e também de algumas preciosidades… Pois bem. Foi quando adentrei na última indicação feita pelo guarda da Igreja do Carmo: o tal do “Sebo do Chicão”. Confesso que não esperava grande coisa. Bati na porta insistentemente, mas parecia que não havia ninguém naquela casa secular, abandonada e merecedora de uma restauração daquelas. Eis que de repente, a porta se abriu e apresentou-se diante de mim um senhor careca (na verdade tinha alguns poucos cabelos brancos suados, ala Paulo Coelho), de poucos dentes, não muito cheiroso, fisionomia sofrida e literalmente “surrado” pelo tempo… Transmitia, ao mesmo tempo, um “ar” de humildade e melancolia em cada uma das suas palavras, mas ao ouvir minha curiosidade literária, abriu suas portas (fechadas para o público já há algum tempo) para que eu pudesse conhecer, mesmo que de relance, o que restava do seu bom e velho sebo que, vim a descobrir, já fora um dos mais conhecidos da cidade! Em meio aos diversos objetos antigos amontoados, desde ferraduras de cavalos de militares famosos do “Brasil colônia”, até peças de louça inglesa pertencentes a fidalgos que viveram ali nos tempos áureos de Tiradentes, nem parecia que o sebo tinha encerrado suas atividades após longos anos. Mas o que me intrigava mesmo era o olhar do Chicão: mesmo cansado e absorto, despertou interesse descomunal quando o indaguei sobre o motivo da minha busca… Dali viria um diálogo arrebatador: o diálogo com Chicão! (vide parte II)

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Gostou? Mãos ao BUZZ nas redes!

Saiba mais:

1. O Conhecimento e a Inteligência, LIVROVIVO 2000 – 2002, publicado pelo autor em 2003.