LIVROVIVO: A Arte da Meditação

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BUZZ: Epa! Você anda muito no automático? Ou melhor, sua mente?! Então cuidado. Carro desgovernado você sabe muito bem onde vai parar…

LIVROVIVO: “A mente é como um macaco preso por várias cordas que não para de pular em todas as direções, tentando se soltar… O objetivo é aproveitar seu repouso para devolver-lhe a liberdade… Para reconhecer a verdadeira natureza da mente, portanto, é preciso retirar o véus criados pelos automatismos mentais.”

Consciência crística e natureza búdica

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Após discorrer pelos 156 aforismos que compõem essa obra, diga-se de passagem: nem tão curtos como se gostaria, desvendando a tal “coisa” como ela é: essa busca inaudita de todo Ser pela compreensão das grandes questões existenciais, sobretudo pela significância aliada à prática da cultura de valor, quais sejam as manifestações nos planos físico e sutil, espero convicto, caro leitor, que esteja agora enxergando ao menos “algo” de forma mais clara… Somente assim, já me darei, peremptoriamente, por satisfeito!

Sobretudo, deve-se exaltar um fato inconteste, independente do credo: de que chegamos até aqui graças a uma perfeita combinação entre a filosofia oriental e ocidental. E concluímos, ainda, afirmando que são três os caminhos para esta ditosa “busca”:

  1. Caminho sinuoso: este é o caminho do pecado, do sofrimento, das vicissitudes… Encontra-se no nível da mente, arraigado ao ego. É longo porque depende da autodepuração, da inexorável lei do carma que só o tempo remedia. Neste longo caminho se encontra a grande maioria das pessoas em nosso mundo; 
  2. Caminho do meio: este é o caminho do estudo, do autoconhecimento, da racionalidade. Encontra-se, portanto, no nível da consciência, superior aos percalços do ego. Não é nem tão curto, nem tão longo porque suscita desvios, oriundos do orgulho, da vaidade e do poder que nos iludem, até encontrar a direção correta: a da “consciência crística”, aliada à “natureza búdica”, condição sine qua non para autorealização; 
  3. Caminho direto: este é o caminho da fé, da moralidade, da santificação. Encontra-se no nível mais elevado da essência divina, do espírito, da nossa alma melhor dizendo… É direto porque é claro, incisivo, tão simplório quanto raro! São pouquíssimos os Seres que têm a dádiva de um guru que os auxilie na autoiluminação dirigida.

A presente obra foi concebida para nos apoiar no estudo do caminho, aqui sutilmente distinto do “caminho do meio” budista, mais propriamente a conciliação do Buda e Cristo como os grandes mestres espirituais da humanidade, sem desmerecer os demais profetas de outras tradições religiosas.

Um nos ensinou a viver o presente, em conexão com a natureza, o divino que existe em cada um de nós – a natureza búdica – libertando-nos do sofrimento que padecem aqueles escravizados pelo apego e aversão. O outro nos ensinou a prática da caridade que se revela na geração de valor ao próximo – a consciência crística – tão lindamente manifestada pela lei do amor pregada nos evangelhos.

Independente do caminho, é na meditação que ambos encontraram a ferramenta evolutiva universal que nos une a Deus, conectando a natureza divina com a prática de valor. É nela que reside a fórmula para enfrentarmos nossos medos mais profundos, desvencilhando-nos do que nada agrega e assimilarmos o verdadeiro conceito da autoiluminação. Isto é o que chamamos de uma vida consciente!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

FELICIDADE versus MELANCOLIA 154 – 156

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§ 154

Significado dos mantras. Quer dizer que devo realmente decorar aqueles mantras “indecifráveis” do Yoga para conseguir meditar? Bem, cada um deve desenvolver sua própria técnica que pode ser, inclusive, um “mix” de técnicas… Não há uma regra para despertar o estado meditativo. Os mantras são apenas uma delas! Considerados ferramentas de conexão espiritual, originários do hinduísmo, porém utilizados também no budismo e outras tradições religiosas, são hinos, sílabas e frases, normalmente escritas em sânscrito, que apresentam vibração especial quando entoados, fazendo-se uso de um Japamala para marcar o ritmo, ou até mesmo pela força do pensamento para evocar divindades. Um dos mantras mais poderosos praticado pelo budismo tibetano é o seguinte: Om Mani Padme Hum. Sempre inicio minhas meditações entoando este mantra!   

Figura I. Simbologia de um mantra.

§ 155

Meditação autoguiada. Na minha técnica de meditação autoguiada, o mantra precedente Om é sempre acompanhado da visualização da Fonte Criadora, seguida dos grandes mestres espirituais, Jesus Cristo e Buda, finalizando com meu guru iogue: Paramahansa Yoganada. Inicia-se uma breve sessão de Zazen (cerca de 15 minutos),1 através da contagem ritmada com respiração e na posição típica com o auxílio de uma almofada Zafu. O objetivo, aqui, é a concentração da mente, assumindo o controle consciente e “tirando as rédeas” do Ego… Se algum pensamento lhe ocorrer, simplesmente o “abstraia” e volte ao estado de total ausência de pensamentos. Sinta a paz de estar pleno no momento presente. Então, estire o corpo num tapete de yoga e mentalize a energia criadora no seu primeiro chakra, o do valor da felicidade e de coloração violeta, localizado no topo da cabeça. Percorra, com este foco de energia, a coluna cérebro-espinhal até o “osso sacro”, chamado Múládhára, concentrando-se em cada um dos sete chakras com a luz correspondente que deve permeiar todas as células do corpo, formando uma corrente chamada de Kundalini que sustenta nosso ilimitado poder espiritual… Observe que adotamos, aqui, uma sutil alteração da correspondência dos chakras com os sete valores, sem prejuízo à sua significância original.  

 Figura II. Escala de cores dos chakras e seus valores correspondentes.

Finalizada a primeira etapa, se a meditação for matutina (logo quando acorda), procede-se breve sessão de energização, limitada a cinco exercícios para cada dia da semana, segundo os procedimentos das Lições da Sociedade de Autorrealização,2 descritas no Apêndice. Se for noturna (antes de dormir), os exercícios de energização devem ser substituídos pela leitura de um texto sagrado, preferencialmente a Bíblia cristã ou o Cânone budista. Finalmente, na terceira e última etapa, projeta-se a consciência na busca de um “refúgio”, qual seja um local reconfortante em meio à natureza. Pode ser um chalé de madeira nas montanhas ou um bangalô numa praia deserta, o importante é repousar seu olhar numa vista aprazível! Se for pela manhã, deve-se proferir mentalmente as famosas “afirmações científica” de Paramahansa Yogananda, cada dia focando no valor correspondente. Se for noite, recomendo a técnica tibetana da “bondade compassiva”, mentalizando a “doação” deste mesmo valor para algum Ser, ou uma coletividade de Seres, em situação de vulnerabilidade… Então, saio pelo refúgio e realizo alguma atividade corriqueira, tal como caminhar no bosque de araucárias, tomar banho de cachoeira, colher hortaliças e frutos frescos ou cuidar dos animais. O intuito é sentir-se “vivamente” naquele local revigorante, respirando daquele ar ameno, nem que seja por alguns instantes… Finalmente, retorno voltando a atenção ao momento presente, ouvindo os sons do ambiente e saúdo Namastê. Abro os olhos e terminou-se a meditação.

§ 156

Disciplina iogue. Felizes são aqueles que têm disciplina! Os sábios iogues, desde a época dos Vedas, já diziam que a meditação somente surti efeito após muitos anos de prática. Não tenha, portanto, a doce ilusão de que sua vida mudará da noite para dia. Nada de perene na natureza se faz assim. Tudo são processos contínuos, construídos ao longo do tempo e com muito esmero. É como no esporte: para se tornar um exímio “meditador” você deverá ter anos e anos de prática. Estou entrando em meu 10º ano e ainda tenho tanto a galgar! Mas, agora, deve estar se perguntando: com que frequência devo praticar a meditação autoguiada? Não se engane… Todo santo dia! Veja, com suas três etapas, pode levar entre 45 e 60 minutos. Portanto, organize-se para nunca perder este momento único de conexão consigo mesmo e, consequentemente, com o Criador. Confesso, caro leitor, que não consigo mais viver sem ela… Para aqueles com uma rotina atribulada, recomendo fortemente a prática diuturna, logo quando acorda e antes de dormir, com a casa mais tranquila. Os benefícios para o corpo e mente são indiscutíveis. Só tome cuidado para não dormir durante a prática. Recomendo a prática numa cadeira, preferencialmente forrada com um manto, mantendo a coluna e cabeça eretos e confortavelmente alinhados, mas não o suficiente para o corpo interpretar que está na hora de dormir. Pois bem, finalizo dizendo que, se algo eu pudesse escolher de verdadeiramente precioso neste livro, sem dúvida esta era seria a “lição de ouro”: meditar, meditar e, sempre, meditar. Não consigo pensar nada mais transformador, prático, ecumênico e providencial ao ser humano e à natureza quanto isso. Om shanti.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Kido Inoue, ZAZEN: the way to awakening, Bloomington: iUniverse, 2011.

2. Para acessar as Lições da Sociedade de Autorrealização, por Paramahansa Yogananda, 1956/1984, você deverá responder ao questionário específico e submeter à sede internacional da entidade, localizada em Los Angeles, California, US.

FELICIDADE versus MELANCOLIA 151 – 153

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§ 151

Da importância do silêncio interior. Como “domesticar” o turbilhão de pensamentos que povoam nossa mente? Comece pela busca do silêncio interior. Eis o templo da introspecção! Você precisa aprender a desligar-se de tudo que o rodeia, mesmo nos ambientes mais hostis. Só assim você poderá galgar passos rumo à felicidade plena. Imagine alguém que trabalha na bolsa de valores, ligado em qualquer flutuação das ações das empresas que podem representar milhões em perdas para os investidores que representa. É, de fato, um desafio para esta pessoa encontrar algum espaço para o cultivo do silêncio interior ao longo do dia. Mas não impossível! Só depende de você, da força dos seus pensamentos… É ela – sua mente – que gera poder. E é através da sua “controladora” – a consciência – que conseguirá romper os liames do comportamento padrão. Enfim, mantendo os pensamentos sob controle, a consciência pode finalmente gozar da liberdade de moldar o ambiente à sua volta, influenciando-o através das outras consciências. Este “gozo” é diferente de qualquer outro que já tenha experimentado e o único capaz de gerar o otimismo mais genuíno do Ser, aquele que nos impulsiona às grandes realizações.

§ 152

O verdadeiro segredo do otimismo. Que fazer então para despertar e sustentar este otimismo quando ainda não consigo sequer controlar os meus mais instintivos pensamentos? É preciso ir além e manter a constante conexão com o Criador. A energia imanente que dele provem reforça a vibração da nossa consciência, o que resulta na percepção de valor por todos que nos rodeiam. O iogue a perfaz por prana. As orações são bem-intencionadas, mas basta conexão. O Criador não ouve orações, mas suas consciências afins, entes que já se foram ou companheiros da existência terrena, sim. Ele apenas emana, a tudo e a todos, independente de credo, de posição no espaço ou no tempo. Para sorver da sua energia, somente conectando-se e ressonando com ela. Eis o verdadeiro segredo!  

§ 153

Meditação versus oração. De uns tempos para cá, temos ouvido falar cada vez mais sobre meditação, inclusive de maneira pejorativa no sentido de que está tomando o lugar da oração e outras formas de culto religioso. Não vejo tal dicotomia. Não seria uma faculdade em franca expansão na cultura ocidental, caso não fosse determinante à nossa existência no plano físico ou sutil.

Meditar é conexão. Orar é doação. Uma recebe “energia divina”, outra a distribui. Simples assim!

A meditação, propalada há tanto tempo entre as práticas budistas e iogues, nada tem a ver com religião, apesar da oração, ou da prática de repetição da prece, seja uma das inúmeras técnicas para se adentrar no tal “estado meditativo”. Outras técnicas de focalização da mente envolvem o controle da respiração, contagem mental, a fixação do olhar num ponto fixo, mantras, entre outras.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

PROSPERIDADE versus MISÉRIA – 121 – 123

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§ 121

A “moeda divina”. Hoje a mineração de ouro já não é mais tão cobiçada quanto os sofisticados cálculos matemáticos processados por megacomputadores para se gerar Bitcoins. Temos assistido pequenos investidores, porém audaciosos, se tornarem milionários da noite para o dia. Sim, ficou fácil tal proeza! Agora está muito mais para “roleta russa” do que a loteria da esquina… Basta ler a coluna diária de qualquer site de investimentos, comprar um “punhado” da criptomoeda da vez e shazam!! Tem até países como o Irã se aproveitando da brecha para romper bloqueios econômicos dando impulso à mineração em grande escala. Fato é que este novo tipo de especulação financeira foi bastante criticado no início, no entanto vem ganhando importância nos últimos anos, sendo reconhecido gradativamente por órgãos reguladores, grandes bancos e fundos de investimentos. Em 2021 atingiu-se a impressionante cifra de mais de 1 trilhão de dólares de criptomoedas circulando no mundo! Agora pense comigo sobre o outro lado da história. Será que o ser humano ainda não se apercebeu que donde vem tanta “pseudo” prosperidade também vem a sua miséria futura? Por que insistem em apostar todas as “fichas” em algo que perece tão rápido quanto vem?? Vale a pena idolatrar especuladores bilionários e fanfarrões como um Elon Musk??? Penso que não. Vejo muito mais valor gerado na obra de um Dalai Lama ou uma Malala Yousafzai. Verdade seja dita: a única e mais valiosa de todas as moedas é isenta de qualquer tipo de especulação e tributação: é a “moeda divina”!

Há de chegar o tempo em que o ser humano irá minerar a “moeda divina” ao invés de criptomoedas! Não por desafios matemáticos e sim pelo ativismo social e ambiental.

§ 122

Evolução em dois planos. Vamos então desviar nossa atenção para a mais valiosa de todas as moedas: aquela que é gerada pela vibração cósmica (OM). Gerar valor nos planos físico e sutil independe do estágio de amadurecimento do ser consciente. Existe uma linha muito tênue que separa estes dois planos a todo instante. Há uma constante interconexão entre os mesmos, sendo que a “energia imanente” e a “energia consciencial” são os únicos pontos de interface. No fundo só existe uma única forma de energia que chamamos de “energia vital”. É a energia divina, a energia criadora, geradora da vida propriamente dita! Sem ela, os seres, humanos ou não-humanos, não passariam de matéria inanimada. Demais formas de energia, são apenas variantes para mesma designação, dependendo da sua origem que são irradiadas diretamente da Fonte, daí o nome de “energia imanente”. Quando oriunda da uma consciência, diz-se tratar-se de “energia consciencial”, muito embora já esteja claro para o leitor, nesta altura, que a consciência que habita o ser é, na realidade, uma centelha divina!!

§ 123

O poder da meditação. Mas como será que estas energias ditas “sutis” podem interagir entre si? O segredo está no “estado de conexão”. Diz-se que a consciência se “conecta” quando está plenamente no momento presente, com todos os sentidos aguçados na essência do ser que é divino! Eckhart Tolle nos alerta para o poder do agora,1 dando outra “roupagem” para algo milenar: a meditação. Dar-se-á estes estados meditativos quando forçosamente desliga-se das preocupações do plano físico, mais precisamente dos sentidos que o ligam a este mundo, desacelerando-se os pensamentos e, então, os direcionando para a Fonte criadora. Os iogues indianos são os mestres nesta ciência da meditação.2 Qualquer um é capaz de tal “conexão”. Na verdade, já o fazem até mesmo de forma inconsciente quando dormindo… Ou senão, quando em oração, estamos “conectados”. Quando ouvindo uma bela canção, estamos “conectados”. Quando apreciamos, silenciosamente, o espetáculo de um belo pôr do sol, sim, estamos muito conectados!!! A Fonte Criadora é onipresente e inesgotável. Basta a consciência ressonar na sua frequência.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo VALOR: desvendando conceitos e quebrando mitos

VOLUME II – CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

Saiba mais:

1. Tolle, Eckhart, O poder do agora: um guia para iluminação espiritual, Rio de Janeiro: Sextante, 2002. 

2. Goleman, D. A ciência da meditação: Como transformar o cérebro, a mente e o corpo, 1a ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2017.

EMPREENDEDORISMO versus COMODISMO: § 28 – 30

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§ 28

Vários nomes, uma só técnica. Como podemos acelerar esta busca e romper com a perambulação do tal “andarilho” interno que todos nós temos? Os psicólogos modernos chamam a técnica de “reprogramação mental”. Os médicos holísticos preferem chamá-la de “resposta de relaxamento”. Os iogues indianos, por sua vez, já a praticam há milênios… É a meditação! Buda mesmo, que atingiu a iluminação através do famoso “Caminho Óctuplo”, admite que os iogues das antigas tradições indianas já a praticavam muitos anos antes do seu próprio insight… Patanjali, que viveu 500 anos após Buda, em seu Ioga Sutra revela a influência decisiva dessas práticas de meditação. Até mesmo o Cristo exalta a meditação em diversas das suas passagens em que busca o isolamento dos apóstolos para meditar… Na atualidade, observa-se vários entroncamentos dessa tradição milenar, passando pela Kriya Yoga com a autorealização, alcançada através das afirmações científicas,1 ou a meditação Vipassana,2 da percepção consciente que nos leva sutilmente para além da experiência sensorial. No fundo estão todas a falar sempre da mesma coisa, em diferentes níveis de aprofundamento, com pequenas variações de procedimento e escopo. Após conhecer um pouquinho de cada tipo de meditação, resolvi dividi-las em apenas duas situações: ora a “meditação transcendental” para domar a mente da torrente de pensamentos que nos abduzem do momento presente, equilibrando o fluxo energético da Kundaliní através da visualização dos chakras,* ora a “meditação autossugestionada” para alterar uma crença arraigada que nos mantem pesarosos pelo passado ou receosos do futuro, impedindo-nos de alcançar nossos objetivos diários ou até mesmo um desafio importante. Os nomes são meramente referências aqui empregadas para facilitar a prática diária.

§ 29

Síntese da meditação autossugestionada. Não existe uma fórmula padrão, mas mesmo assim nos propusemos a sintetizá-la, de modo a facilitar a prática dos iniciantes. Procure um ambiente tranquilo, onde seja menos provável de você ser interrompido. Sente-se numa posição confortável, com a coluna ereta, feche os olhos e respire profundamente por alguns instantes, observando o ar entrar e sair pelas narinas. Comece pela primeira etapa da mentalização. Observe os tempos do exercício que pode durar ao todo de 15 a 30 minutos. Estes visam maximizar o efeito propiciado pelo fenômeno de relaxamento fisiológico que se dá nos estados de foco e concentração mental (relembre os conceitos da resposta de relaxamento anteriormente apresentados).

Figura. Ciclo da meditação autossugestionada.

Imagine um local que lhe traga profunda paz como, por exemplo, uma paisagem nas montanhas. Então imagine-se lá, admirando de longe um lago imenso refletido por árvores frondosas e cavalos selvagens soltos nos campos, em perfeita harmonia com o som de um riacho cristalino que desce da montanha. Inicie então o próximo passo que envolve a identificação de um problema ordinário ou desafio maior. Vamos supor neste caso que o seu desafio é escalar aquela montanha! Reconheça que você está “perdendo” muita coisa pela preocupação excessiva e desnecessária… Descubra do que você precisa para inverter a situação. Falta o quê exatamente: coragem, poder, conhecimento ou colaboração? Depois entenda o porquê que não as tem e faça uma autocrítica, mas sem autopunir-se… Busque então soluções e trace um plano mental para alcançá-las. Se é de coragem que você precisa, imagine-se nos preparativos para tal escalada na montanha, separando os mantimentos, o cajado, um bom calçado e, o mais importante, descansando o corpo para a jornada vindoura. Finalmente, projete sua consciência para a execução do plano mental. Esta é a parte mais importante de todo o processo: a etapa de “projeção autoconsciente”. Imagine-se iniciando a escalada da montanha… Sinta o sol raiando em sua pele, o suor do esforço da escalada e a brisa que o suaviza ao atingir o topo da montanha. Você conseguiu, em sua mente já conseguiu! Então, finalmente, respire profundamente e retome seus pensamentos para o controle do seu corpo, movimentando pés e mãos. Pronto. Abra os olhos e retome suas atividades.

§ 30

Refinando a técnica. Após muitas experiências meditativas, recomendo a “meditação autossugestionada” sempre pela manhã, bem cedinho logo quando acorda, e a “meditação transcendental” à noitinha antes de dormir, quando tudo está mais tranquilo, mas sem cair no sono antes da hora… Este detalhe é muito importante pelo simples fato de a mente normalmente estar mais “desacelerada” e o estômago já mais vazio. O processo de digestão consome muita energia corporal, atrapalhando assim a entrada e permanência nos estados meditativos. Não é à toa que muitas das pessoas que têm a meditação já incorporada em suas vidas acabam por se tornar vegetarianos, mas cada um tem a sua dinâmica própria que deve ser respeitada. Para finalizar esta parte, gostaria de lembrá-los que a meditação trata-se de um processo cognitivo extremamente poderoso por agir nos recônditos das nossas memórias, em todos os níveis da mente: o consciente, o subcosnciente ou o inconsciente. Na segunda parte deste livro detalharemos a prática da “meditação transcendental”.

[*] Kundaliní é uma energia adormecida que fica concentrada na base da coluna.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Paramahansa Yogananda, AFIRMAÇÕES CIENTÍFICAS DE CURA, 1ª ed. Self-Realization Fellowship, 2008.

2. Hart, William, MEDITAÇÃO VIPASSANA: a arte de viver segundo S.N. Goenka, Associação Vipassana do Brasil, 1987.

PASSO 5: nossos hábitos

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Praticar, praticar de novo e, então, praticar ainda mais. Eis o nosso lema para colocar o Ciclo da Cultura de Valor (CCV) em constante movimento, tornando-o algo dinâmico, fluido, perfeitamente incorporado ao nosso dia-a-dia, um hábito propriamente dito.

De nada adianta ter um domingo dito “valoroso” pelo senso comum, indo à igreja, mesquita ou sinagoga, seja qual for o seu templo religioso, equilibrando-se no nível mais sutil da consciência, interagindo de forma salutar com a comunidade e comungando com Deus, se você acordar na segunda-feira logo cedo e já “descer o verbo” na primeira fechada que receber no trânsito!

Ora, a realidade é uma só, independente do dia da semana. Somos seres dotados de mente, corpo e espírito, logo susceptíveis a quaisquer tipos de vibrações ressonantes, seja qual for a distância ou intensidade. Sua “conta kármica” já começa a semana no vermelho…

Conta kármica

Vivemos num verdadeiro “oceano vibracional” que afeta, positivamente ou negativamente, o equilíbrio energético do nosso corpo físico e sutil. Sendo assim, como poderíamos afetar este equilíbrio? Através da chamada “conta kármica”, mais propriamente o seguinte:

Balanço das experiências pregressas, impregnadas em nossa memória ou na de outros seres conscientes, responsáveis por elicitar pensamentos que geram ou destroem valor.  

Voltemos ao exemplo anterior. Mesmo com todo o equilíbrio dominical, a “vibração negativa” do motorista agredido verbalmente no trânsito supera significativamente em intensidade o somatório de quaisquer “vibrações positivas” galgadas com tanto esforço. Como então podemos reverter esta equação tão desfavorável?

Reflita comigo. Se você tem um punhado de colegas considerados mais próximos e no máximo uns 5 amigos verdadeiros, quantas vezes acha que eles vibram o bem por você ao longo do ano? Muito possivelmente a maioria o faz no seu aniversário, ano novo, quando você publica algo bacana no Instagran ou facebook e, claro, em alguns outros parcos eventos. Esta é a pura realidade…

Por outro lado, se você tem apenas um único inimigo, por mais distante e “isolado” da sua vida que esteja, pode estar certo de que todo santo dia ele vai ruminar sobre seus atos passados e emitir uma boa dose de “vibração negativa”. Somos seres vingativos! Infelizmente tal comportamento instintivo, oriundo da sobrevivência carnal, faz parte da natureza da grande maioria dos seres humanos. 

Meditação autossugestionada

Não podemos deixar de admitir o quão difícil é para nos policiarmos a cada instante, digo especificamente a “verdadeira arte” de controlar os nossos pensamentos, seja no trânsito, em casa, no trabalho, na academia, na padaria, onde for… Urge que encontremos uma fórmula prática e efetiva para tal proeza. Desta autodisciplina depende o sucesso de todas as técnicas que estamos a discorrer!

Os “verdadeiros religiosos” não precisam de estar num templo ou mosteiro isolados em uma ilha grega ou havaiana, com vista paradisíaca, para prática constante da vigília, introspecção, oração e comunhão com Deus. Outra forma de manter-se em equilíbrio, por sinal muito mais acessível na vida moderna, é praticar a meditação.

Esta ferramenta tão simples é, na verdade, o cerne da vivência monástica. Ser monge basicamente se resume em praticar meditação como forma de se conectar consigo mesmo e com Deus. Ela consiste em dar certas “pausas” no cotidiano, fazendo um breve exercício de respiração, concentração e depois controlar o fluxo de pensamentos para que a essência divina aflore dentro de você mesmo.

O jovial monge brasileiro Satyanatha nos brindou recentemente com um maravilhoso livro em que relata como todos nós podemos nos tornar monges, reservando apenas alguns momentos do dia para prática meditativa, num ambiente isolado ou qualquer outro lugar mais tranquilo que encontrar por perto, em casa ou no escritório.1

Existem inúmeras técnicas para meditar, algumas muito antigas e outras já bem mais modernas, com embasamento científico,2 muito embora todas se fundamentem nas antigas tradições hindus, dos sábios que se isolavam nos Himalaias para alcançar a auto iluminação. No entanto, foi apenas nos séculos XIX e XX que estas técnicas foram disseminadas no mundo ocidental e culminaram com o desenvolvimento da raja yoga e suas diversas modalidades, tais como a já mencionada kriya yoga.

Ao estudar estas diferentes técnicas, acabei por desenvolver uma metodologia própria e mais a frente detalharei o passo a passo. Adaptamos uma mistura de pranayamas da hatha yoga com os protocolos de relaxamento do Dr. Hebert Benson da Harvard Medical School e os exercícios de energização e meditação ensinados pelo Swami Paramahansa Yogananda, a quem considero meu guru, mesmo não estando mais entre nós!

Uma imagem contendo pessoa, sentado, homem, ao ar livre

Descrição gerada automaticamente
Figura. Foto do Swami Paramahansa Yogananda meditando.

Independente da técnica, após conseguir meditar com frequência, minimamente na primeira hora da manhã e antes de deitar-se, você estará apto ao próximo passo que é talvez o mais difícil: a autossugestão. Sendo talvez o pioneiro desta técnica, Yogananda nos ensinou as suas “afirmações científicas” que, se repetidas durante a meditação, têm o poder de realizar quaisquer propósitos, seja a cura física, o enfrentamento de um medo ou qualquer outro mal que lhe atormente.3

 Você estará, enfim, pronto para “domar” o fluxo constante de pensamentos e direcioná-los para condução voluntária do Ciclo da Cultura de Valor (CCV), identificando sempre em qual dos 7 passos que se encontra e como deve atuar para passar para o seguinte. O hábito, portanto, nada mais é do que a prática cotidiana do autocontrole, através da meditação autossugestionada.

Nada se torna efetivo sem o valor da disciplina, uma subcategoria do valor do poder. Muitos perecem nesta etapa porque é incrivelmente difícil manter o “foco em si mesmos” com o devido grau de exigência e sem hipocrisia! O mais fácil, sempre, é deixar para depois…

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Satyanatha, Seja Monge: a arte da meditação, 1ª ed., São Paulo: Fontanar, 2019.

2. Para um verdadeiro compêndio sobre os principais trabalhos científicos que decifram os efeitos benéficos da meditação sobre o nosso corpo e mente, consultar o livro dos eminentes psicólogos da universidade de Harvard, Daniel Goleman e Richard J. Davidson, a saber: A CIÊNCIA DA MEDITAÇÃO: como transformar o cérebro, a mente e o corpo, da editora Objetiva e publicado no Brasil em 2017.

3. Paramahansa Yogananda, AFIRMAÇÕES CIENTÍFICAS DE CURA, 1ª ed. Self-Realization Fellowship, 2008.

PASSO 4: nossas ações

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Veja bem. Podem pensar por aí que uma mulher ou um homem sem palavra não vale de nada. Vá lá! O que dizer então de uma mulher ou um homem sem ações? A “letargia existencial” existe e é uma verdadeira praga que afeta muita gente de calibre…

Considero que não existe nada mais lastimável do que Seres conscientes que não agem, vivendo sempre naquela corda bamba, ao léu, suscetível à influência dos mais fortes… Veremos agora o porquê e como remediar este “estado de espírito” aprisionador.

Letargia existencial

O “Ser letárgico” por certo tem suas crenças. Ele pensa de acordo com elas e, claro, fala aos quatro ventos sobre elas… O único problema, por sinal dos mais graves em termos evolutivos, é que não toma atitudes coerentes com elas. Não experiencia a razão da sua própria existência!

São os chamados pensamentos “âncora” que aprisionam as pessoas, impedindo-as de deixarem fluir a intuição inerente ao estado de “mente aberta” que seria o contrário da letargia existencial. O segredo está, assim, em saber identificar estes pensamentos deletérios logo no ninho e removê-los definitivamente das nossas vidas! Neste sentido, veremos mais a frente o papel das “afirmações científicas” no contexto da Kriya Yoga.

Uma imagem contendo homem, pessoa, foto

Descrição gerada automaticamente
Figura. As amarras da “letargia existencial”.

Sendo assim, quando não agimos em consonância com o que pensamos e acreditamos, há literalmente uma “quebra” do Ciclo da Cultura de Valor (CCV). Não há, portanto, geração de valor. Pelo contrário, pode ocorrer até mesmo a destruição de valor: o “antivalor”.

A letargia existencial, se recorrente, evolui para um estado de “inércia evolutiva” que pode ser considerado mais perigoso do que o próprio antivalor!

Isto acontece porque, através da AÇÃO, independente do grau de coerência com suas crenças, o Ser ao menos cria oportunidades de conscientização pela vivência ou pelo sofrimento que é inevitável. Somos seres radicalmente vulneráveis ao sofrimento, mas toleráveis, em boa medida, ao comodismo. Esta é a mais pura verdade!

Crenças científicas

É relativamente comum as pessoas se encontrarem nesta situação letárgica porque ficam perdidas com facilidade, confusas sobre as suas crenças e, por este motivo, titubeantes no momento de agir. Por sorte estes são casos bem mais fáceis de se resolver! Basta apegarem-se a crenças mais sólidas, com embasamento filosófico ou mais propriamente científico.  

Uma crença científica nasce invariavelmente quando não estamos satisfeitos com nosso “sistema de crenças”, no entanto é preciso muita força de vontade, paciência e estudo para buscar alternativas além das mais aparentes… Lembro-me sempre deste que considero um lema para vida: da obviedade não se pode extrair muito mais do que o mesmo ou, em termos evolutivos, o nada!

Deve-se, antes de mais nada, desprender-se das amarras do círculo próximo (digo aqui familiares e amigos) que, apesar de salutar e essencial à vida humana, pode nos acomodar, “viciar” no sentido de viés e até mesmo nos acovardar… A verdadeira busca espiritual não se restringe, não é limitante nem limítrofe. É, por essência, ilimitada!

Urge, assim, explorar novos “espaços de compreensão”, conviver com pessoas diferentes, de outras religiões, outras culturas, outros países, outras classes sociais, outras religiões, outras profissões, enfim, buscar enxergar a vida por novos prismas menos, menos óbvios, mais vívidos… Saia da “mediana” e trace a sua própria “bissetriz”!

Pode-se ainda galgar tal diversidade de estímulos, de novos conhecimentos, de visões e razões, através do estudo aprofundado, da pesquisa despretensiosa, porém meticulosa e incansável, capaz de gerar a introspecção inerente ao espírito do “livre pensador” que sonda os caminhos da metafísica. Este foi o caminho que escolhi, mas cabe a cada um escolher aquele que melhor se adequa ao seu perfil…

Demasiado humano

Como nos livrar do humano, demasiado humano? Felizmente, não foi Nietzsche que me ensinou, apesar de ter despertado, ao menos, o ensejo para tal…1 Por algum tempo me dizia ser desta ou daquela religião por considerar esta a melhor crença que conhecia. Doce ilusão a minha!

Ao sair da juventude, aquela fase do florescer para vida, perdi o encanto por certas práticas doutrinárias, em grande medida por causa da instituição religiosa que é repleta de erros humanos, estes sim “demasiado humanos”! Foi assim que comecei a busca por outros sistemas de crenças, “minimamente humanos” neste caso… [hehe]

Após longa jornada, cujos percalços me distanciavam cada vez mais do dito “divino”, tateando até mesmo as sendas materialistas de correntes dawkinianas, aos 35 anos de idade e num estado deveras melancólico para não dizer deprimido, encontrei finalmente algumas “ferramentas” catalisadoras do meu processo evolutivo, tais como a meditação e yoga.2

Ainda assim, sentia que precisava ir além, muito além da descoberta e prática destas “ferramentas”. Faltava o tal do sistema de crenças, algo robusto, lógico, científico e ao mesmo tempo de fácil compreensão. Algo que me instigasse a “experienciar” a teoria na prática e não me deixasse titubear perante os percalços da vida…

§

Devemos nos lembrar, portanto, que os Estados de Incoerência Consciencial (EIC) só acontecem quando o ser, deliberadamente, age em desacordo com as suas crenças, sejam elas quais forem. E, se por acaso você ainda não as encontrou, não se julgue imune aos conflitos existenciais. Recorde-se de que o egocentrismo é um dos “antivalores de estado” mais comuns…

Quando o Seres gozam deste tipo de apatia, pode-se dizer que se tornaram verdadeiros “zumbis”, sem paixão por nada, nem por ninguém! Suas ações são inócuas, sob a ótica evolutiva. Mal sabem que as suas almas, dotadas de consciência, existem e não perecem jamais, continuando a vagar no universo sem fim, mesmo que nisso desacreditem… 

Enfim, a busca incessante dos melhores sistemas de crenças lhes ajudará a compreender a existência da alma, sua consciência, a conexão com o princípio vital, os estados de superconsciência e assim por diante. Este é o meu caminho para evolução! Disto já não tenho mais dúvidas.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Nietzsche, Friedrich. Humano, Demasiado Humano – Um livro para espíritos livres, em Obras Incompletas da Editora Nova Cultural, São Paulo, 2000. 

2. Marcou-me o curso introdutório de raja yoga, ministrado no Brasil pela organização Brama Kumaris, sediada em São Paulo (SP). Acessível AQUI .

PASSO 2: nossos pensamentos

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Acredito piamente que os leitores que chegaram até aqui têm minimamente a convicção de que o poder dos nossos pensamentos é bem maior do que julgamos, ou mais propriamente, do que praticamos em nossas vidas! Veremos logo a frente a maneira mais fácil de se buscar a mudança deste “estado de coisas”. Convido-os agora a refletir em maior profundidade sobre como tudo isto se processa, no nível mental. Eis o primeiro e talvez o mais importante dos axiomas:

Nossos pensamentos podem sim afetar “positivamente” ou “negativamente” o nosso corpo consciencial ou o de outras consciências. Isto não é uma questão de crença!

Qualquer interação dita “construtiva” com o corpo consciencial também se reflete na consciência e vice-versa. Nenhuma novidade até aqui, certo?! Obviamente que, ao cultivar bons pensamentos, iremos corroborar para o equilíbrio do nosso corpo consciencial. Acontece que este processo, quando praticado continuamente,  nos leva aos Estados de Coerência Consciencial (ECC), qual seja aquele que, quando elicitado, procuramos mantê-lo inadvertidamente porque consiste na única forma de propiciar a manifestação plena dos valores em nossas vidas, seja no plano físico ou sutil.

A coerência dos pensamentos, portanto, é a “chave-mestra” para uma consciência tranquila. Quem nunca ouvir falar de alguém que teve uma grande desilusão num relacionamento e acabou por desenvolver, com o peso do tempo (na verdade anos e anos de pensamentos “negativos”), um câncer ou viu eclodir um súdito aneurisma? 1 Ou senão, pensando por outro lado (o “positivo” neste caso), quem não conhece pessoas que sabem fazer bom uso da já tão popular “lei da atração” e conseguem galgar, por exemplo, o emprego dos seus sonhos ou a conquista daquele amor que pareceria praticamente impossível aos olhos da grande maioria?! 2

Síndrome do Pensamento Acelerado

O problema é que nossos pensamentos ficam efetivamente quase que 100% do tempo a deriva, literalmente no “piloto automático” das nossas vidas… E tenham a mais absoluta certeza de que isto sim é um crime contra nossas consciências!! O famoso psiquiatra e escritor brasileiro Augusto Cury chegou até mesmo a propor uma síndrome denominada a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA) para aquelas pessoas que sofrem com as consequências desta completa falta de “governança” mental. Tão acertada foi sua proposição que a ansiedade já tem sido considerada o maior mal do século XXI. 3

Figura. Mecanismo da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA).

Precisamos desligar o tal do “piloto automático” e assumir o controle dos nossos pensamentos para ter condição de mudar os seus efeitos deletérios e induzir, outrossim, os bons resultados que são aqueles que geram real valor em nossas vidas. Eis o verdadeiro “segredo” da tal “lei da atração”!!

O Dr. Augusto Cury propôs ainda uma técnica educacional extremamente interessante e com resultados práticos para se evitar a SPA, já validados em suas inúmeras sessões de psicoterapia. Chama-se DCD, um acrônimo para a seguinte série progressiva de atitudes mentais: Duvidar, Criticar e Decidir.  

Esta técnica cabe justamente nos momentos em que as chamadas “janelas killer” ou “gatilhos de memória” são acessados e podem desencadear pensamentos perturbadores ou uma emoção angustiante. Vamos imaginar a seguinte situação: você tem uma certa fobia de água e um amigo lhe convida para uma festa na piscina. Sua primeira reação natural e instintiva seria negar prontamente o convite. No entanto, ao aplicar o DCD, você pararia por um instante e pensaria consigo mesmo:

            _ Porque raios eu deveria evitar esta piscina? É só um churrasco. Posso ficar pelo menos a uns 3 metros da água... (isto é DUVIDAR)
            _ Mesmo que eu venha até a cair na piscina, qual seria o problema? Água só molha e a piscina nem é funda. Este medo é completamente infundado! (isto é CRITICAR)
            _ Pois bem. Vou aceitar este convite. Afinal, muito me interessa ir neste churrasco... (isto é DECIDIR)

Outras correntes teóricas também já fazem o controle dos pensamentos de maneira sistemática através de metodologias que usam a mente e sua interação com as diversas manifestações do corpo, tal como a linguagem no caso da Programação Neurolinguística (PNL).4

Apesar dos avanços observados nos últimos tempos, ainda percebe-se grande dificuldade em se criar o ambiente propício para controlar os nossos pensamentos. Mais a frente adentraremos nas técnicas de meditação que são vastas e têm sido cada vez mais praticadas e estudadas. Hoje tenho para mim que este é o melhor caminho para se atingir a conexão de maneira integral, abrangendo todos os fenômenos da consciência.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Quando uma doença tem sua origem num estado de perturbação da mente, esta é denominada uma doença psicossomática, podendo se manifestar em diversos sistemas que constituem nosso corpo, como por exemplo: gastrointestinal (úlcera, gastrite, retocolite); respiratório (asma, bronquite); cardiovascular (hipertensão, taquicardia, angina); dermatológico (vitiligo, psoríase, dermatite, herpes, urticária, eczema); endócrino e metabólico (diabetes); nervoso (enxaqueca, vertigens); das articulações (artrite, artrose, tendinite, reumatismos).

2. A lei da atração, mediante a qual se acredita que pensamentos “positivos” ou “negativos” atraem resultados semelhantes, já foi objeto de muitos estudos filosóficos e espirituais ao longo dos séculos. Mais recentemente (em 2006), ganhou ampla divulgação com o lançamento do filme e da publicação do livro intitulado The Secret, da autora australiana Rhonda Byrne. Apesar de haver diversos estudos sobre os efeitos placebo e nocebo (uma derivação da “lei de atração”), ainda não se aceita certas evidências científicas para sua confirmação.

3. A leitura do livro Ansiedade: como enfrentar o mal do século (Saraiva, 2014), do conceituado psiquiatra brasileiro Augusto Cury, é fundamental para entender como e o porquê que a humanidade adoeceu coletivamente.

4. A PNL é como uma “caixa de ferramentas” que pode ser utilizada para superar crenças e limitações pessoais, criar padrões de comportamento mais eficazes e, principalmente, aprender a mantê-los. Trata-se de um modelo transformador e evolutivo que gera novos valores e capacidades. Para maiores detalhes, acesse pnl.com.br/siteSobre/content/1.