SAÚDE versus DOENÇA: § 10 – 12

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§ 10

Uma “visão mecanicista” arraigada. Reflita comigo. Por que demorou tanto tempo para ocorrerem avanços significativos neste campo científico tão importante da medicina mente-corpo? Certamente foi pela “visão mecanicista” da vida terrena que imperou nos últimos séculos e que sempre encarou com certo preconceito qualquer prática que não fosse comprovada por experiências mensuráveis e reprodutíveis. Muitos fenômenos foram, assim, taxados como “paranormais” ou até mesmo rotulados de “charlatanismo”, apesar de serem observáveis sobre certas circunstâncias especiais.1 Devido ao “vácuo científico” deixado por esta visão extremista, começaram a surgir diversas ciências ditas “ocultas” que buscavam influenciar, dentro de um círculo inicial restrito, os aspectos mais recônditos da mente humana… Freud foi um dos precursores da investigação científica destes mistérios da mente humana, mas a psicanálise ficou literalmente “estancada” ainda por muito tempo até que, mais recentemente, os equipamentos de geração de imagens do corpo humano e a genética pudessem avançar o suficiente para perscrutar os maravilhosos mecanismos bioquímicos que o homem jamais sonhara em conhecer! Hoje a medicina mente-corpo não é mais objeto de estudo tão somente das “ciências ocultas”,* com as suas promessas de tratar todos os males da alma… As neurociências, com destaque para a neuropsiquiatria, a epigenética e a biologia molecular estão revolucionando a medicina, indo muito além das práticas farmacológicas e cirúrgicas tradicionais, através da comprovação de que a mente pode, de fato, influenciar o corpo no nível genético.2

§ 11

Das dores crônicas. Vejamos um exemplo concreto de como a mente ajudou efetivamente alguém a curar-se de uma doença crônica. Lancemos mão de um relato do próprio Dr. Hebert Benson, sobre um caso real de cura de dores crônicas nas costas.3 São inúmeros os relatos científicos de que a mente pode curar o corpo, no entanto vamos nos ater ao caso de uma paciente sua de 47 anos, mãe e contadora por profissão. Após tentar todas as possibilidades oferecidas pela medicina convencional, mais propriamente os medicamentos para amenizar a dor e cirurgia para tratar-se de uma hérnia de disco detectada por ressonância, ela continuava com uma dor dilacerante que a impedia de levar uma vida normal. Primeiro parou de jogar squash (seu esporte favorito), depois passou a trabalhar de casa e não conseguia mais sequer tocar o violoncelo (sua grande paixão). Seu “nível de stress” só aumentava e chegou ao ponto de praticamente não conseguir se levantar da cama, quando decidiu buscar uma terapia alternativa para atacar a possível “componente emocional’ da sua dor. Nem é preciso contar os detalhes… Em pouco tempo seguindo os protocolos de relaxamento desenvolvidos pelo Dr. Benson, sua dor crônica estava curada!

§ 12

Stress que compensa. Falando de stress, ouvi outro dia uma terminologia diferente que me fez para para pensar… (ah, como seria bom se fizéssemos isto mais vezes, o tal do “ócio criativo”). Afinal, quando que este “bicho de 7 cabeças” poderia ser considerado “descompensado” ou não? A definição é muito simples e está diretamente associada ao conceito mais amplo de valor, qual seja: somente se ele “destrói” o valor da saúde. Por outro lado, também existe o “stress positivo” (ou compensado) e sobre isto, bem como sobre o tal bom “ócio”, falaremos no próximo capítulo, ao tratar do valor do empreendedorismo.


* O Dr. Hebert Benson, da Harvard Medical School, pode ser considerado um dos pesquisadores mais ativos deste novo campo da medicina. Foi o descobridor do efeito fisiológico denominado relaxation response, cujos efeitos terapêuticos podem ser elicitados para o tratamento de diversas doenças.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Sobre a história da evolução da medicina mente-corpo, recomendo fortemente a leitura do artigo científico de Castro e colaboradores em Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 1, p. 39-43, jan./abr. 2006.

2. Benson e colaboradores em Genomic Counter-Stress Changes Induced by the Relaxation Response, PLOS ONE, 2008.

3. Para acessar detalhes sobre este e outros casos, bem como as técnicas difundidas da medicina mente-corpo, leia os livros do Dr. Herbert Benson a começar por The Relaxation Response, New York: Harper Collins, 2000.

SAÚDE versus DOENÇA: § 7 – 9

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§ 7

Perscrutando o cooperativismo celular. Como todas estas partes que compõem um organismo vivo conseguem se organizar de forma tão harmônica e proporcional? Isto já não é mais um mistério ao se buscar a sinergia dos conhecimentos galgados pelas “ciências de fronteira”.[1] Digamos de forma simplista, mas não menos correta, que seja de forma “cooperativa”, mais precisamente através de mecanismos de interação regidos pela mecânica clássica, muito embora quanticamente afetados pelo corpo consciencial.[2] É bem verdade que acabamos de ver que a ciência não é apta (pelo menos ainda…) a “enxergar” as interações conscienciais propriamente ditas, no entanto possível o é medir e quantificar seus efeitos através de condições experimentais controladas e estatisticamente plausíveis. Foi assim que se descobriu, por exemplo, o fenômeno fisiológico chamado de relaxation response que é o contrário do tão conhecido fight or flight effect.*

§ 8

A gênese da doença. Eis o que acontece, afinal, quando este cooperativismo celular, no nível físico e vibracional, é “quebrado”: instaura-se a doença! Sempre oportunista, sorrateira, atuando exatamente no foco do desequilíbrio celular. Rompe-se, assim, a harmonia do corpo, afetando a interação com o meio físico e energético. Quando se pega uma virose qualquer, a sensação é tão ruim que não temos nem vontade de sair de casa. Parece simplesmente que o corpo não vai! Por sorte, na maioria das vezes, leva algum tempo, mas nosso organismo, por si só, consegue combater o vírus e reestabelecer a harmonia através do seu sistema autoimune. A células voltam gradativamente ao equilíbrio natural, cooperando mutuamente. Em alguns casos, no entanto, torna-se necessária a intervenção médica, seja pela prescrição de fármacos (antibióticos neste caso) ou até mesmo através de procedimentos cirúrgicos para se promover ou acelerar esta recuperação. Acontece que, por vezes, pode-se instaurar um processo desarmônico irreversível, causando a inutilização de algum órgão ou até mesmo a falência de múltiplos órgãos. Daí se dá o que chamamos (e ao mesmo tempo tememos com todas as nossas forças) de morte do corpo físico, mas, diga-se de passagem, não do corpo consciencial. Somos, portanto, “seres cooperativos” em essência, no sentido mais elementar da palavra, tanto no nível celular, supramolecular e, porque não dizer, social acima de tudo! Uma pena que nem sempre os seres humanos sejam cooperativistas…

§ 9

O papel das nossas crenças na harmonia celular. Cada vez mais as pesquisas médicas têm comprovado o quanto as nossas crenças exercem um papel vital tanto para a saúde como para a doença do corpo físico. Hoje já se consegue mensurar com precisão como os processos mentais (ou cognitivos) podem auxiliar na cura de doenças como a depressão, hipertensão, infertilidade, dores crônicas em geral, Parkinson, entre outras.[3]

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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[1] Áreas do campo científico que exploram conhecimentos recém descobertos e ainda muito pouco explorados ou comprovados experimentalmente. Com a evolução da produção científica acabam naturalmente galgando seu espaço acadêmico. Um exemplo notório foi o campo da “epigenética” que ganhou rapidamente seu devido lugar entre as ciências médicas tradicionais com descobertas de impacto.  

[2] Campo energético (ou vibracional) gerado pela consciência e resultante das interferências geradas pelos próprios pensamentos e também afetado pelas energias do meio à sua volta.

[3] O conjunto de práticas terapêuticas que fazem uso desta abordagem tem sido chamado internacionalmente de mind body medicine. Muitas instituições mundialmente renomadas já adotaram esta prática em seus programas terapêuticos, com destaque para o Massachussets General Hospital (MGH). Para conhecer mais, acesse AQUI.

* Para acessar detalhes sobre este efeito, leia os livros do Dr. Herbert Benson, a começar por the Relaxation Response, New York: Harper Collins, 2000.