EMPREENDEDORISMO versus COMODISMO: § 19 – 21

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§ 19

Somente o “campo de distorção da realidade”. O que diferencia o verdadeiro líder dos demais que exercem posições de liderança apenas como gestores? Somente ele (o líder), numa espécie de “campo de distorção da realidade”, tem a visão plena, na sua completude em constante mutação, com os devidos nuances, muito antes do próprio sonho tornar-se realidade… É isto! Esta certeza absoluta do sucesso que está por vir, este ímpeto meio que “maluco” de vencer mediante qualquer adversidade ou animosidade, batalhando com unhas e dentes por algo embrionário, ainda disforme mesmo, em total formação, sem o devido preparo, muitas das vezes… Sim, um artista. É isto, somente isto, que inspira os seus seguidores. O segredo, portanto, é aquilo que pouquíssimos têm e que faz toda diferença para qualquer grande realização na vida ou na morte: o brilho no olhar que ilumina o caminho a trilhar. Sem dúvidas é o que se via num Da Vinci, num Einstein e, claro, num Jobs! Um líder é uma consciência num estágio mais avançado de prática do nosso Ciclo da Cultura de Valor (CCV). Claro, é também um ser vivente com uma percepção mais aguçada dos mecanismos que regem o plano físico e sutil. Nos inspiremos neles.

§ 20

Visão e missão. Pois é. Uns têm a visão e outros não conseguem seguir sequer a sua missão… Empreender é algo intimamente ligado à capacidade intuitiva de se enfrentar riscos e administrar conflitos. Quando se acumula riqueza (não falo aqui só da riqueza material, monetária melhor dizendo), da mesma forma pode-se perdê-la… A maioria das pessoas não suporta a insegurança do inesperado. Preferem pagar o preço (barato de mais na minha visão) de não ousar! Para elas, a estagnação, o crescimento pífio ou a evolução amena, para não dizer outra coisa relacionada à estanqueidade, também são resultados tidos como louváveis, mesmo sendo meramente lastimáveis! Uma pena porque a premissa basilar para que o CCV tenha alto turnover, a rotatividade acelerada que se espera, gerando valores de maneira clara e ininterrupta, é justamente a capacidade de se formar um sistema de crenças, seja ele qual for. A pessoa que não tem esta capacidade de crer em algo transcendente, de acreditar num caminho, certo ou errado, reto ou tortuoso, que levará ao Pai (antropofórmico ou totalmente difuso, “amorfo”) é porque ainda carece, inequivocamente, de vivência evolutiva. São seres que não chegaram sequer no estágio da “busca”. Ah, Yogananda! Já dizia ele que os “buscadores” são aqueles aptos a adotar um guru, um mestre que os conduza no caminho.1 

§ 21

Serendipidade: acaso ou ocaso. O dom de empreender não é, definitivamente, algo inato. Nem tampouco pode-se dizer que é algo trivial. As técnicas para empreender sempre existiram, mudando apenas de “roupagem” com pouquíssimas evoluções significativas nas diferentes épocas da humanidade. Via de regra, tais saltos acontecem através de mentes singulares, em momentos dignos de insights criativos. Pense numa situação que nos passa desapercebida todos os dias. Não é o que aconteceu com um Arquimedes, refletindo na banheira e o próprio Newton observando uma maçã caindo da árvore… Mito ou verdade, o fato é que a serendipidade não se dá tão por acaso assim, nem por ocaso como alguns podem pensar! [*] O despertar da criatividade, conforme nos alertou Louis Pasteur, só acontece nas mentes preparadas para tal… O conceito de “diferenciação” é crucial para buscar um posicionamento único em meios altamente competitivos. Tornar-se o “mensageiro oficial” da corte inglesa durante a Guerra Napoleônica ou o engenheiro de software preferido do Steve Jobs na Apple dos idos do nosso milênio, com certeza dependeram, em qualquer época, dos mesmíssimos atributos: de atitudes que revelem minimamente um quê de inteligência, um quê de persistência, um quê de disciplina e, por que não dizer, um quê da tão almejada resiliência. O empreendedor que assim não o fizer está fadado a ver suas obras perecerem, perdendo valor com o tempo, o que para eles é inconcebível! Antes disso, certamente já mudaram de projeto…


[*] Serendiptismo ou ainda Serendipitia, é um anglicismo que se refere às descobertas afortunadas feitas, aparentemente, por acaso. A história da ciência está repleta de casos que podem ser classificados como serendipismo. O conceito original de serendipismo foi muito usado em sua origem. Nos dias de hoje, é considerado como uma forma especial de criatividade, ou uma das muitas técnicas de desenvolvimento do potencial criativo de uma pessoa adulta, que alia perseverança, inteligência e senso de observação (extraído da Wikipedia em 03.04.2020).

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Yogananda, Paramahansa, Autobiografia de um Iogue, 3a ed. Self-Realization Fellowship, 2016.

EMPREENDEDORISMO versus COMODISMO: § 16 – 18

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§ 16

Da vitalidade do ócio criativo. O cômodo é aquele que se faz limitado, criando paredes que não existem e separam, assim, a busca da solução, ao invés de cultivar os catalisadores de todo empreendimento: o “stress positivo” e o “ócio criativo”. E acreditem: pior que o cômodo é o comodismo! Verdadeira praga que assola quaisquer impulsos de vitalidade ou reflexão em prol da tecnologia, ou seja, de uma aplicação que se valha. A arte de empreender nasce, portanto, desta sutil dicotomia existente entre o fazer incessantemente e o constante nada fazer… Isto mesmo, tanto a atividade frenética e criadora das pessoas que não sossegam enquanto não realizam sua ideia tida como revolucionária porém inatingível, como aquele ser do tipo pacato que parece gostar de contar os dias, as horas, os minutos… Sempre refletindo sobre o propósito das coisas, o por que dos porquês, a busca da maravilha a todo instante! Não chega a ser prolixo, mas profilático em explicações ao encadeamento dos fatos… Sim, o ato de empreender requer por um lado o stress que nos move, nos tira das limítrofes zonas de conforto, nos desafia, nos leva ao ápice, onde, exaustivamente, se propicia a superação característica dos espíritos inovadores. Por outro lado, no “ócio criativo” se esbaldam os intelectos introspectivos, que precisam se voltar para dentro de si, na busca dos verdadeiros insights, aqueles lampejos que só se fazem presentes na quietude da mente que não cala… Portanto, nem de stress nem de ócio se faz uma grande invenção. O empreendedor precisa, outrossim, de ambos!

§ 17

Benesses do stress positivo. Como você se sentiu ao receber aquela notícia de admissão no novo emprego tão almejado? E quando finalmente desencantou o primeiro beijo no ser amado?? Ou senão, ao terminar uma atividade de esforço físico intenso como aquela corrida desafiadora de 20k num domingo ensolarado??? Certamente em todas estas situações, são as reações bioquímicas que se processam em nosso organismo que liberam hormônios e substâncias neurotransmissoras relacionadas às sensações de prazer como a testosterona, a dopamina ou serotonina. São elas as responsáveis, no nível molecular, pela sensação de prazer, confiança e alegria que nos mantêm motivados e literalmente energizados, o tal do “stress positivo”… Agora pense comigo: você acredita que um empreendedor nato como Steve Jobs (o cofundador da Apple) teria revolucionado a Era Digital se estivesse sempre deprimido, desmotivado e de cabeça baixa, enquanto os nerds da Xerox ou da IBM à sua volta reinventavam a maneira como os computadores seriam utilizados pelas pessoas? Certamente que não e ainda estaria na garagem da casa dos seus pais em Cupertino…Vejam: este cara vivia “ligado 24h no 440”, conforme comprova sua célebre biografia por Walter Isaacson.1 O grande desafio está, portanto, em controlar os nossos pensamentos para induzir propositalmente esta resposta fisiológica tão desejável (chamada cientificamente de “eustress”) sem ativar os sistemas relacionados ao vício que são tipicamente afetados nestas mesmas circunstâncias…

§ 18

A liderança que “remove montanhas”. Por que a característica inata da liderança é assim tão fundamental para se empreender? Os líderes são invariavelmente tidos como “referências”, mesmo que nem sempre no bom sentido… São aqueles que servem de exemplo pela prática, em pelo menos algum aspecto da existência para outros seres. São, por este mesmo motivo, considerados como “guias corporativos” para se atingir determinado objetivo. Ao empreendedor que não exercer a liderança, dificilmente conseguirá difundir a cultura essencial de seu empreendimento, aspecto este considerado crítico para mobilização de coletividades em prol do crescimento acelerado. As pessoas, para serem lideradas conscientemente, precisam ter a noção exata do caminho a trilhar para atingir o estado vislumbrado pelo empreendedor. E ainda mais, incorporam elas esta missão como algo que fosse apropriado literalmente, como se fizessem (e o fazem) parte desta importante realização… Vejam o exemplo relativamente recente do Larry Page, CEO e cofundador de uma startup de sucesso arrasador, que conseguiu transformar o campus do Google no espaço mais almejado para se trabalhar entre os atuais nerds programadores, agora reconhecidos pelo termo bem mais apropriado de “criativos inteligentes”.2

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Walter Isaacson, Steve Jobs: a biografia, São Paulo: Companhia da Letras, 2011.

2. Eric Schimidt e Jonathan Rosenberg: Como o Google funciona, 1a ed. Rio de Janeiro: Intrísnseca, 2015.

SAÚDE versus DOENÇA: § 13 – 15

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§ 13

Fatalidades do stress que não compensa. Existem situações ainda mais susceptíveis aos efeitos dos “sinais vibracionais” do stress descompensado (ou distress).[1] Na fase de gestação, por exemplo, a mãe que passar por situações de tensão exacerbada, seja por uma experiência traumática de curta duração ou pelo acúmulo contínuo de cargas de preocupações com o trabalho, podendo ocasionar, num limite, até mesmo a mutação gênica que se expressa na forma de uma má-formação do feto (ex. com o coração sem a válvula mitral). O resguardo do pré-natal é acima de tudo um respeito à vida. Deus o apraz. Benditas sois as mulheres que o fazem e que a consciência pese sobre aqueles que as perturbam!  

§ 14

Religiosidade dos hábitos saudáveis. Apesar dos esforços contrários encerrados pela “metodologia científica reducionista”, têm aparecido com frequência artigos e revisões da literatura em jornais de medicina conceituados sobre a ligação entre as práticas religiosas, oração e meditação como promotores de hábitos saudáveis e de sinais vibracionais que levam à saúde, tais como: longevidade; abstinência de álcool e cigarro; menores taxas de ocorrência de depressão; sentimentos subjetivos de bem-estar; menor envolvimento em crimes, delinquência ou comportamentos sexuais abusivos; melhor desempenho profissional.2

§ 15

Será que existe uma espécie de elixir da saúde? Conhecemos nos aforismos precedentes um cabedal de evidências científicas e ainda algumas especulações metafísicas para os efeitos benéficos ou deletérios das nossas crenças, pensamentos, ações e hábitos, como “geradores” ou “destruidores” do valor da saúde, integrando as etapas do nosso Ciclo da Cultura de Valor (CCV). Agora só depende de nós uma imersão nestas técnicas para escolher aquelas que melhor se adaptem à nossa rotina e visão do universo. No Epílogo desta obra apresentarei uma “fórmula de saúde”, física, mental e espiritual, capaz de banir, com grande eficácia, o antivalor da doença. Espero sinceramente que, a partir dela, você também encontre a SUA!


Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

[1] Segundo o Biomind, um conceito terapêutico que não distingui o corpo físico e energético, o stress é a resposta do corpo e da mente a toda pressão que perturba o seu equilíbrio. Ele pode ser benéfico (eustress) quando este estímulo está dentro do nosso limiar de adaptação, permitindo que o homem se adapte e se fortaleça diante das adversidades da vida, ou prejudicial (distress) quando ultrapassa esse limiar de adaptação e suas reações se perpetuam, corroendo o corpo. Conheça mais AQUI.

2. McCullough et al. Religion, Self-Regulation, and Self-Control: Associations, Explanations, and Implications, Psychological Bulletin, Jan. 2009, 135(1): 69-93.

SAÚDE versus DOENÇA: § 10 – 12

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§ 10

Uma “visão mecanicista” arraigada. Reflita comigo. Por que demorou tanto tempo para ocorrerem avanços significativos neste campo científico tão importante da medicina mente-corpo? Certamente foi pela “visão mecanicista” da vida terrena que imperou nos últimos séculos e que sempre encarou com certo preconceito qualquer prática que não fosse comprovada por experiências mensuráveis e reprodutíveis. Muitos fenômenos foram, assim, taxados como “paranormais” ou até mesmo rotulados de “charlatanismo”, apesar de serem observáveis sobre certas circunstâncias especiais.1 Devido ao “vácuo científico” deixado por esta visão extremista, começaram a surgir diversas ciências ditas “ocultas” que buscavam influenciar, dentro de um círculo inicial restrito, os aspectos mais recônditos da mente humana… Freud foi um dos precursores da investigação científica destes mistérios da mente humana, mas a psicanálise ficou literalmente “estancada” ainda por muito tempo até que, mais recentemente, os equipamentos de geração de imagens do corpo humano e a genética pudessem avançar o suficiente para perscrutar os maravilhosos mecanismos bioquímicos que o homem jamais sonhara em conhecer! Hoje a medicina mente-corpo não é mais objeto de estudo tão somente das “ciências ocultas”,* com as suas promessas de tratar todos os males da alma… As neurociências, com destaque para a neuropsiquiatria, a epigenética e a biologia molecular estão revolucionando a medicina, indo muito além das práticas farmacológicas e cirúrgicas tradicionais, através da comprovação de que a mente pode, de fato, influenciar o corpo no nível genético.2

§ 11

Das dores crônicas. Vejamos um exemplo concreto de como a mente ajudou efetivamente alguém a curar-se de uma doença crônica. Lancemos mão de um relato do próprio Dr. Hebert Benson, sobre um caso real de cura de dores crônicas nas costas.3 São inúmeros os relatos científicos de que a mente pode curar o corpo, no entanto vamos nos ater ao caso de uma paciente sua de 47 anos, mãe e contadora por profissão. Após tentar todas as possibilidades oferecidas pela medicina convencional, mais propriamente os medicamentos para amenizar a dor e cirurgia para tratar-se de uma hérnia de disco detectada por ressonância, ela continuava com uma dor dilacerante que a impedia de levar uma vida normal. Primeiro parou de jogar squash (seu esporte favorito), depois passou a trabalhar de casa e não conseguia mais sequer tocar o violoncelo (sua grande paixão). Seu “nível de stress” só aumentava e chegou ao ponto de praticamente não conseguir se levantar da cama, quando decidiu buscar uma terapia alternativa para atacar a possível “componente emocional’ da sua dor. Nem é preciso contar os detalhes… Em pouco tempo seguindo os protocolos de relaxamento desenvolvidos pelo Dr. Benson, sua dor crônica estava curada!

§ 12

Stress que compensa. Falando de stress, ouvi outro dia uma terminologia diferente que me fez para para pensar… (ah, como seria bom se fizéssemos isto mais vezes, o tal do “ócio criativo”). Afinal, quando que este “bicho de 7 cabeças” poderia ser considerado “descompensado” ou não? A definição é muito simples e está diretamente associada ao conceito mais amplo de valor, qual seja: somente se ele “destrói” o valor da saúde. Por outro lado, também existe o “stress positivo” (ou compensado) e sobre isto, bem como sobre o tal bom “ócio”, falaremos no próximo capítulo, ao tratar do valor do empreendedorismo.


* O Dr. Hebert Benson, da Harvard Medical School, pode ser considerado um dos pesquisadores mais ativos deste novo campo da medicina. Foi o descobridor do efeito fisiológico denominado relaxation response, cujos efeitos terapêuticos podem ser elicitados para o tratamento de diversas doenças.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Sobre a história da evolução da medicina mente-corpo, recomendo fortemente a leitura do artigo científico de Castro e colaboradores em Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 1, p. 39-43, jan./abr. 2006.

2. Benson e colaboradores em Genomic Counter-Stress Changes Induced by the Relaxation Response, PLOS ONE, 2008.

3. Para acessar detalhes sobre este e outros casos, bem como as técnicas difundidas da medicina mente-corpo, leia os livros do Dr. Herbert Benson a começar por The Relaxation Response, New York: Harper Collins, 2000.

SAÚDE versus DOENÇA: § 7 – 9

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§ 7

Perscrutando o cooperativismo celular. Como todas estas partes que compõem um organismo vivo conseguem se organizar de forma tão harmônica e proporcional? Isto já não é mais um mistério ao se buscar a sinergia dos conhecimentos galgados pelas “ciências de fronteira”.[1] Digamos de forma simplista, mas não menos correta, que seja de forma “cooperativa”, mais precisamente através de mecanismos de interação regidos pela mecânica clássica, muito embora quanticamente afetados pelo corpo consciencial.[2] É bem verdade que acabamos de ver que a ciência não é apta (pelo menos ainda…) a “enxergar” as interações conscienciais propriamente ditas, no entanto possível o é medir e quantificar seus efeitos através de condições experimentais controladas e estatisticamente plausíveis. Foi assim que se descobriu, por exemplo, o fenômeno fisiológico chamado de relaxation response que é o contrário do tão conhecido fight or flight effect.*

§ 8

A gênese da doença. Eis o que acontece, afinal, quando este cooperativismo celular, no nível físico e vibracional, é “quebrado”: instaura-se a doença! Sempre oportunista, sorrateira, atuando exatamente no foco do desequilíbrio celular. Rompe-se, assim, a harmonia do corpo, afetando a interação com o meio físico e energético. Quando se pega uma virose qualquer, a sensação é tão ruim que não temos nem vontade de sair de casa. Parece simplesmente que o corpo não vai! Por sorte, na maioria das vezes, leva algum tempo, mas nosso organismo, por si só, consegue combater o vírus e reestabelecer a harmonia através do seu sistema autoimune. A células voltam gradativamente ao equilíbrio natural, cooperando mutuamente. Em alguns casos, no entanto, torna-se necessária a intervenção médica, seja pela prescrição de fármacos (antibióticos neste caso) ou até mesmo através de procedimentos cirúrgicos para se promover ou acelerar esta recuperação. Acontece que, por vezes, pode-se instaurar um processo desarmônico irreversível, causando a inutilização de algum órgão ou até mesmo a falência de múltiplos órgãos. Daí se dá o que chamamos (e ao mesmo tempo tememos com todas as nossas forças) de morte do corpo físico, mas, diga-se de passagem, não do corpo consciencial. Somos, portanto, “seres cooperativos” em essência, no sentido mais elementar da palavra, tanto no nível celular, supramolecular e, porque não dizer, social acima de tudo! Uma pena que nem sempre os seres humanos sejam cooperativistas…

§ 9

O papel das nossas crenças na harmonia celular. Cada vez mais as pesquisas médicas têm comprovado o quanto as nossas crenças exercem um papel vital tanto para a saúde como para a doença do corpo físico. Hoje já se consegue mensurar com precisão como os processos mentais (ou cognitivos) podem auxiliar na cura de doenças como a depressão, hipertensão, infertilidade, dores crônicas em geral, Parkinson, entre outras.[3]

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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[1] Áreas do campo científico que exploram conhecimentos recém descobertos e ainda muito pouco explorados ou comprovados experimentalmente. Com a evolução da produção científica acabam naturalmente galgando seu espaço acadêmico. Um exemplo notório foi o campo da “epigenética” que ganhou rapidamente seu devido lugar entre as ciências médicas tradicionais com descobertas de impacto.  

[2] Campo energético (ou vibracional) gerado pela consciência e resultante das interferências geradas pelos próprios pensamentos e também afetado pelas energias do meio à sua volta.

[3] O conjunto de práticas terapêuticas que fazem uso desta abordagem tem sido chamado internacionalmente de mind body medicine. Muitas instituições mundialmente renomadas já adotaram esta prática em seus programas terapêuticos, com destaque para o Massachussets General Hospital (MGH). Para conhecer mais, acesse AQUI.

* Para acessar detalhes sobre este efeito, leia os livros do Dr. Herbert Benson, a começar por the Relaxation Response, New York: Harper Collins, 2000.

SAÚDE versus DOENÇA: § 4 – 6

#ricardobarreto #culturadevalor #valores #cultura #aforismos #planofísico #saúde #doença #dor

§ 4

Dos organismos vivos. São estes feitos de átomos, moléculas, organelas, células, órgãos, etc. Isto a ciência já nos mostrou e mais que amiúde! Somos uma verdadeira “máquina newtoniana”, em que cada engrenagem tem seu papel vital no continuum do espaço-tempo, controlada pelas leis da física, química e biologia: as ciências de base para o conhecimento do universo no plano físico.[1] Acontece que a ciência ainda tem muito o que nos mostrar, graças a Deus! Só para se ter uma ideia do caminho a ser trilhado, o volume de artigos científicos publicados mundialmente nos últimos anos, somente no campo da medicina, já supera todo o conhecimento acumulado em toda a história da humanidade! O fato é que existem formas de energia, ditas aqui “sutis”, que nossos equipamentos ainda não são capazes de detectar. Um eletroencefalograma (EEG) é capaz de detectar as ondas cerebrais oriundas dos pensamentos gerados em nossa mente, mas de nada adianta para monitorar o fluxo de energias oriundas da consciência. Estas fluem, outrossim, pelas células do corpo através de técnicas de mentalização alcançadas em estado meditativo, cujos efeitos benéficos para saúde estão ainda sendo decifrados pela ciência nas últimas décadas.*

§ 5

A ciência da meditação.* Traremos aqui apenas um exemplo de descoberta impactante – considerado um verdadeiro breakthrough – que nos remete a tratar com grande respeito o conhecimento milenar dos grandes iogues das montanhas gélidas do Himalaia: verdadeiros “tesouros vivos” de todas as nações, segundo os trabalhos acadêmicos do conceituado neurocientista da Universidade de Wisconsin em Madison: Richard J. Davidson.[2] Sua equipe “decifrou” os cérebros de iogues ultra experientes (alguns deles com mais de 50.000h acumuladas de meditação) comparados com um grupo de controle. O grande achado foi um padrão de oscilação de “ondas gama” completamente atípico.[3] O cérebro de um iogue avançado reverbera, continuamente e não somente durante a meditação, algo como 25 vezes mais que um ser humano comum! O que isto significa? As tais ondas gama, detectadas pelo EEG, são disparadas normalmente durante insights criativos, conectando diferentes áreas cerebrais harmoniosamente, durando normalmente não mais que uma fração de segundo. Elas ocorrem não somente quando encontramos a solução para um problema desafiador, mas também em experiências sensoriais intensas, tais como ao imaginar o abraço de um ente querido após anos de separação… A ciência comprovou que a prática da meditação por longos períodos de tempo promove “alterações de traço” no cérebro do iogue capaz de elevá-lo permanentemente a um estado de “consciência aberta” que só se atinge através de situações de foco extremo, conhecidas cientificamente como “estado de fluxo”.

§ 6

Os “estados de traço” e a resistência à dor. Muitas pessoas, ao sofrerem com doenças de diversos tipos, situações de trauma ou passarem por procedimentos médicos, sentem dor extrema de acordo com um “padrão em V” da matriz de dor, o qual se caracteriza pelas fases de ANTECIPAÇÃO > REATIVIDADE > RECUPERAÇÃO. Normalmente, as fases de “antecipação” e “recuperação” são as mais sofríveis por conta da duração que é diretamente proporcional à carga emocional que colocamos na sensação de dor antes e após o evento gerador, tal como uma queimadura. Neste sentido, mais uma vez o grupo de pesquisas do neurocientista Richard J. Davidson foi primoroso ao confrontar meditadores de longo data e grupos de controle, com experimentos de dor realizados através de protocolos científicos rigorosos,* demonstrando que os primeiros são praticamente ilesos ao fator emocional, demonstrando um “padrão em V invertido”, ou seja, a dor para eles é tão efêmera, apesar de intensa, sendo que praticamente não sentem dor na ansiedade antecipatória do “antes” e “após” o evento gerador… Isto explica, incontestavelmente, como os monges do Himalaia conseguem resistir ao frio intenso por longos períodos de tempo. São para mim, tais iogues, “blindados” aos efeitos das reações emocionais, os super-homens da vida real!   

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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[1] A matemática deve ser encarada mais propriamente como uma “ferramenta universal” de todas as ciências, diga-se de passagem equivocadamente empregada, mais em umas do que outras…

[2] Fundador e diretor do Center for Healthy Minds que realiza estudos científicos sobre as emoções e seus efeitos sobre o cérebro. Para maiores informações, acesse https://www.richardjdavidson.com/.

[3] Geradas a partir de seu ciclo no eletroencefalograma, distinguem-se basicamente quatro tipos de onda mental: Beta: 14 – 30 oscilações por segundo (ocorrem no estado normal de vigília); Alfa: 08 – 13 oscilações por segundo (ocorrem em estados mentais relaxados e no sono); Teta: 04 – 07 oscilações por segundo (ocorrem em meditação e relaxamento profundo), Delta: 0,5 – 03 oscilações por segundo (ocorrem em momentos de sono profundo). As ondas gama são um padrão de oscilação neural com uma frequência entre 25 e 140 Hz, sendo o ponto de 40 Hz de particular interesse (extraído da Wikipédia em 01.03.2020).

* Daniel Goleman e Richard J. Davidson, a saber: A CIÊNCIA DA MEDITAÇÃO: como transformar o cérebro, a mente e o corpo, da editora Objetiva e publicado no Brasil em 2017.

SAÚDE versus DOENÇA: § 1 – 3

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§ 1

Sobre o conceito holístico de saúde. Vamos nos esquecer do que diz a Organização Mundial de Saúde (OMS) e partir pelo princípio de que saudável é toda “entidade” que existe no plano físico, tem vida própria e está em harmonia para interagir colaborativamente com o meio a sua volta. Estamos aptos, agora sim, a dissecar cada um destes pontos.[1]

§ 2

O que vem a ser uma “entidade”? Na visão filosófica, o termo entidade é bem mais abrangente do que o termo ser. Enganam-se os simplistas que se apegam somente à característica comum que é a de existir. Como visto alhures, o ser, como tal, tem identidade própria, ou seja, sua existência é autônoma e é dotado de consciência. Já a entidade é autônoma em sua existência, mas não necessariamente é dotada de consciência. Portanto, todo ser é uma entidade, mas nem toda entidade é um ser. Um exemplo clássico de entidade é a célula. Ela tem todos os elementos para viver de forma autônoma dentro de um organismo, muito embora seja desprovida de consciência mesmo possuindo mecanismos inteligentes no nível molecular: a chamada “inteligência celular”.  

§ 3

A propósito da existência no plano físico. Caracteriza-se a existência carnal pela composição de um corpo físico, ou melhor, de um organismo vivo. Tanto o ser como a entidade podem existir no plano sutil e por isso somente concebemos uma existência real no plano físico quando assumem um corpo físico, seja pela reprodução de outros seres e entidades ou, mais raramente, pelos fenômenos de materialização.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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[1] Lembre-se que neste livro nos esquecemos dos artifícios puramente científicos e buscamos inadvertidamente o sentido mais amplo das coisas, na profundidade e ousadia que só a filosofia e a metafísica permitem.

Sobre os aforismos

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Vivemos numa época de aforistas que não têm a menor ideia do que é um aforismo. Esta é a mais triste realidade! Não se trata de vociferar pelas redes sociais, falando aquilo que todo mundo quer ouvir ou, pelo menos, sua plêiade de seguidores…  

Um aforismo tem que ter qualquer coisa de profundo, de mítico, filosófico melhor dizendo… Algo que nos remeta ao devaneio, que nos revolte ou, minimamente, que nos deixe boquiabertos. Isto mesmo. Seria a síntese perfeita de algo: uma crença, um conceito ou coisa que o valha, desde que o estrondo seja, porque não dizer, apocalíptico!

 A palavra aforismo tem origem no grego aphorismós, cujo significado é de limitação, definição breve, uma sentença. Já o dicionário Houaiss os caracteriza como:1

“Máxima ou sentença que, em poucas palavras, explicita regra ou princípio de alcance moral; apotegma, ditado. Texto curto e sucinto, fundamento de um estilo fragmentário e assistemático na escrita filosófica. Relacionado a uma reflexão de natureza prática ou moral.”

O grande filósofo Nietzsche foi um dos que primaram pela consagração de tal gênero textual. Não só pela maestria em “desconstruir” conceitos ou crenças (um ávido crítico do cristianismo),2 mas sobretudo pela sua genialidade em exprimir verdades nas entrelinhas… Transcrevo aqui 10 dos considerados seus maiores aforismos:

  1. Deus está morto. Viva perigosamente. Qual o melhor remédio? – Vitória!
  2. A diferença fundamental entre as duas religiões da decadência: o budismo não promete nada, mas assegura. O cristianismo promete tudo, mas não cumpre nada.
  3. Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.
  4. O amor é o estado no qual os homens têm mais possibilidades de ver as coisas como elas não são.
  5. Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.
  6. As convicções são cárceres.
  7. A moralidade é o instinto de rebanho do indivíduo.
  8. Cada pessoa tem que escolher quanta verdade consegue suportar.
  9. O desespero é o preço pago pela autoconsciência.
  10. E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.

Pois bem, longe da busca dos provérbios populares, mesmo pleiteando algo difícil de se conceber, algo como a condensação de conceitos amplos em poucas palavras, assim como Nietzsche, nesta obra não se pretende “construir” verdades, outrossim buscar a Verdade!

Foto em preto e branco de homem com gato no colo

Descrição gerada automaticamente
Figura i.12. Nietzsche, isolado, ao final da sua vida.

Nossos aforismos não seguirão estrutura definida pela brevidade e precisão, por meio tão somente de pequenas sentenças. Nem tampouco serão taxativos, apresentando um discurso filosófico doutrinador. Precisamos, outrossim, de uma metodologia que nos ajude a expressar o “pensamento livre” sobre os temas principais que permeiam os 7 passos do Ciclo da Cultura de Valor (CCV).

Sempre os abriremos com uma breve indagação, seguida do aforismo propriamente dito, o qual poderá se materializar numa única sentença de impacto ou até mesmo desdobrar-se em alguns poucos parágrafos quando o assunto se der por merecer. Daí os distinguiremos de uma simples seção de perguntas e respostas!

Se virarão máximas, veja bem, isto não sabemos e nem sequer temos a pretensão de vir a ser tal como um Nietzsche! Tenham certeza ao menos de uma coisa, haverá muitos casos em que terão o sentimento de que aquilo era justamente o queriam ouvir, ou exprimir. Por certo, em outras tantas, o repúdio será evidente. De todo modo, assim me darei por satisfeito.

Agora, finalmente, pensem comigo: será que Nietzsche estava realmente preocupado em ser fazer ouvir? Sua foto, ao final da vida, fala per se.

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. Antônio Houaiss, Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Editora Objetiva/ Instituto Antônio Houaiss, 2001.

2. Nietzsche, F. Obras Incompletas, com destaque para: Aurora – Pensamentos sobre os preconceitos morais, Nova Cultural: São Paulo, 2001.

PASSO 7: nosso destino

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Chegamos ao sétimo e último passo do Ciclo da Cultura de Valor (CCV): exatamente “aquilo” que nos está reservado, como consequência óbvia, após passar por todos os outros passos.

Para todos os seres dotados de consciência que acreditaram, pensaram, falaram, agiram, praticaram e, consequentemente, geraram valores continuamente ao longo da sua existência não há com o que se preocupar!

Acabamos de ver onde pode chegar um empresário que prima pelo valor do “empreendedorismo”. Agora, imagine comigo onde um ser consciente pode chegar ao se destacar em todos os valores que discorremos? Vamos aqui perscrutar, mesmo que de relance…

Mundo astral

Realmente Einstein estava certo ao dizer que Deus não joga dados… Somos nós mesmos que dificultamos a compreensão! Vivemos num corpo físico que habita o planeta Terra, mas esta é uma situação ilusória, ou mais propriamente transitória.

O “mundo astral” que é a verdadeira realidade da alma, quando abandona o plano físico. Ao desvencilharem-se da limitação imposta pela realidade material do espaço-tempo, poderão estar onde quiserem e na velocidade do pensamento, vivendo o eterno presente.

Isto mesmo, na realidade do “mundo astral” não existe mais passado nem futuro. Só o presente!

A grande pegadinha é que permanecemos, de certa forma, ligados ao plano físico enquanto estamos em déficit com a nossa “conta kármica”, de modo que precisamos resgatar as dívidas através da interação proativa com outros seres conscientes, na roda das encarnações.

Enquanto isso, o acesso ao “mundo astral” pela nossa alma é limitado ao período entre encarnações, no sono (em estágio profundo) ou em Estado Alterado de Consciência (EAC) como, por exemplo, no transe meditativo ou oração sincera.

Fora isso, o “mundo astral” só ganha importância de fato quando não há mais a necessidade de estar no plano físico, passando a habitar somente no plano sutil, com a liberdade de criarem o mundo que desejarem com os seus próprios pensamentos (alguns o chamam também de “mundo das ideias”).

Somente aqueles que atingiram o estado de pureza absoluta, libertando-se da necessidade de interações com outras consciências para estabilizarem-se, permanecendo ininterruptamente em estado de superconsciência, em conexão com o Criador, permitindo projetarem-se para onde quiserem.

Estarão, assim, em ressonância plena com aqueles que estiverem no mesmo padrão vibratório, muito embora nunca deixem de vibrar pela coletividade de seres, nos diversos mundos habitados, compondo a inesgotável energia criadora que compreende o somatório das vibrações de uma plêiade de consciências puras (os verdadeiros “avatares”) que orbitam ao redor do núcleo Criador.

Avatares: os mestres espirituais

Os “avatares” são seres de luz que assumem, via de regra, uma missão peremptória, algo sublime, relacionado ao planejamento evolutivo de comunidades conscienciais inteiras.

Ficam, assim, responsáveis pelas estratégias evolutivas que regem os universos físico e sutil. Mais propriamente pode-se dizer que se tornam os verdadeiros “gestores celestiais”!

Raramente voltam ao plano físico e, quando o fazem, são facilmente reconhecidos como verdadeiros profetas, os “líderes espirituais” que estão muito além do seu tempo… Acontece quando a intervenção superior se faz necessária para corrigir desvios de planejamento evolutivo, os quais podem comprometer a trajetória de um conjunto de comunidades conscienciais inteiras.

Podemos reconhecer facilmente na história da humanidade alguns momentos cruciais em que este tipo de intervenção dita “divina” foi necessária. Não precisamos detalhar aqui o papel evidente de missionários como Jesus Cristo, Buda, Krishina, entre outros seres de luz que por aqui passaram e deixaram marcas profundas no curso evolutivo da humanidade. A passagem de um avatar, portanto, é rara mas impactante.

Ubiquidade consciencial

Cabe salientar que estes “seres de luz” não são exclusivos do nosso planeta. Seríamos muito pretensiosos de achar que a Terra é o único planeta habitado por seres vivos e conscientes… O fato é que temos apenas uma pequeníssima visão do planejamento evolutivo do universo sutil.

Tais seres de luz caracterizam-se por apresentar presença difusa, ou seja, podem estar em diversos lugares ao mesmo tempo. Não lhes é imposto o confinamento oriundo da matéria, limítrofe pelas leis que regem a relatividade geral einsteiniana!

É a propriedade especial de coabitar a Consciência, em qualquer ponto no universo sutil e de forma instantânea, a que chamamos aqui inequivocamente de ubiquidade consciencial.

Antes de perpetrar a trajetória evolutiva retornando à Fonte como um Avatar, qualquer ser consciente passa por diversos estágios evolutivos, assumindo uma posição referencial com relação àqueles que se encontram em estágios inferiores de depuração (ausência de karma). Diz-se que, neste ponto, tornaram-se uma Consciência-guia.

Quer dizer que tais Consciências foram promovidas para comunidades conscienciais mais evoluídas e tornaram-se exemplos para aqueles que os conheceram ou que tiveram contato através da história de suas realizações que nada mais são do que reflexos da ubiquidade consciencial. Muitas crenças os chamam de santos!  

Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, Francisco Xavier, São Francisco de Assis e Paramahansa Yogananda são apenas alguns dos exemplos que temos nesta categoria de seres ultra evoluídos, muito embora deva-se observar que muitos permanecem incógnitos apesar das suas obras de profundo valor consciencial.

§

Tudo isso pode parecer, por ora, um tanto quanto surreal, ou até mesmo duvidoso sob a ótica daquelas crenças religiosas mais arraigadas. Mesmo assim, estamos aptos a adentrar na primeira parte desta obra que trata dos valores no plano físico.

Certifique-se antes de mais nada que a torrente de pensamentos suscitados até aqui está lhe instigando a busca pela essência dos seus próprios valores, sem dogmas religiosos ou filosóficos, caso contrário recomendo parar por aqui.

A permanência na quietude de suas crenças é uma opção extremamente louvável. Afinal, não são muitos os caminhos que nos levam à mesma morada… O caminho de retorno à Fonte da criação, no seu devido momento, é dado como certo, criaturas que somos!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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PASSO 6: nossos valores

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Relembremos, antes de mais nada, da sua conceituação: valor nada mais é do que tudo aquilo que a nossa “consciência” deseja acumular e/ou manter ao longo da existência, seja no plano físico ou “sutil”, cuja distinção já foi bem esclarecida alhures.

Não se pode restringi-lo a um “ente”, um ser espiritual ou até mesmo à capacidade de influência sobre os mesmos, nem tampouco aos objetos físicos, ou ao sentimento de posse dos mesmos, propiciado pela riqueza mundana. É, outrossim, um conceito complexo, dotado de caráter abstrato, tão relativo como o espaço-tempo einsteiniano!

Para entendê-lo é preciso, antes de mais nada, desvendar sua origem, a neogênese, como ele se deriva das coisas, dos seres, das situações… Enfim, como gerar valor de fato?! O valor, via de regra, relaciona-se à satisfação de uma “necessidade” ou de um “desejo” não atendido.

Neogênese do valor

Em primeiro lugar, uma “necessidade” dita consciente é aquela de que precisamos para realizar uma atividade que seja capaz de afetar positivamente uma consciência, digo a sua a de outrem. Para ilustrar, apliquemos a técnica schumpeteriana da “destruição criativa”,1 que apresenta uma forma elegante de fazer análises do tipo reducionistas, até chegarmos às necessidades primárias, aquelas que vão ao âmago das coisas… Primeiro um exemplo prático como de costume.

Imagine que você está desempregado há mais de um ano e decide montar uma empresa. Deve primeiro escolher um ramo de atuação, levantar o capital, encontrar o local apropriado, um nome certeiro, etc. Então vem a dúvida cruel: analisando-se todos estes quesitos, será que você está realmente apto para montar este negócio?

A estatísticas não mentem, mas o fato é que muitos o fazem até com um certo grau de sucesso, gerando uma renda capaz minimamente de sustentar suas famílias.  Mas o que difere estes “seres mortais” daqueles como o fundador da rede Habibs,2 que de uma padaria alçou voos mais altos, criando uma das maiores redes de fast food do país? Isto mesmo: valor. Em especial, neste caso, o valor do empreendedorismo.

Figura. Primeiro Habib’s em São Paulo.

O valor do empreendedorismo, portanto, nos diferencia da população mediana. Exige trabalho duro, disciplina, ousadia e uma série de outros atributos… É algo extremamente árduo de se conquistar, tanto que para grande maioria parece algo até mesmo inatingível, coisa de super-homem mesmo!

Quem diria que Steve Jobs era um cara normal, quando na garagem da casa dos seus pais, fundaria aquela que seria por muito tempo a empresa mais valorizada do mundo? Vejam o que ele próprio disse sobre o seu legado, em suas últimas palavras já no estágio terminal do câncer que o levou: 3

Minha paixão foi construir uma empresa duradoura, onde as pessoas se sentissem incentivadas a fabricar grandes produtos. Tudo o mais era secundário. Claro, foi ótimo ganhar dinheiro, porque era isso que nos permitia fazer grandes produtos. Mas os produtos, e não o lucro, eram a motivação.

 Valor: real, esperado ou percebido?

Ainda nos falta falar brevemente sobre o conceito de valor real, valor esperado e valor percebido. A análise probabilística bayasiana nos permite determinar de maneira bem simplificada cada um deles, aplicando-se apenas o conceito, sem lançar mão de quaisquer cálculos matemáticos mais rebuscados.4 Abaixo um exemplo inequívoco!

O valor esperado é aquele em que cada um estabelece uma inferência estatística, baseada nas suas próprias observações, sobre a frequência e o impacto com que gera determinado tipo de valor. Digamos que em 100 circunstâncias de encontros sociais, familiares e profissionais, você acredita que gerou o valor da “felicidade” em 50% deles. Isto quer dizer que, muito provavelmente, numa escala de 0 a 5, sua avaliação sobre o valor esperado seria neste caso de 2,5.

Imagine agora que, numa enquete com 50 das 500 pessoas com quem você interagiu nestes 100 encontros, apenas 5 (ou 10%) enxergaram de fato este valor em você e, na média, sua avaliação entre elas tenha sido de 1,5 (na mesma escala de 0 a 5). Isto é o que chamamos de valor percebido, aquele que os outros enxergam sobre você dentro de certo espaço amostral.

Aplicando-se então o tal modelo bayasiano que prevê o procedimento de atualização e validação das inferências, ou seja, sua auto avaliação versus a avaliação dos outros, temos o que mais se aproximaria do valor real da felicidade que você gerou, ou seja, algo entre 1,5 e 2,5, muito próximo de 2,0…

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Podemos dizer agora o mais importante: um “desejo” consciente é muito maior do que uma “necessidade” consciente, isto porque envolve cargas emocionais intimamente ligadas ao Ser, sua alma mais propriamente.

Ao mesmo tempo, não precisa nos levar necessariamente às alturas, entretanto o que o difere deveras de um desejo comum, ordinário, é o fato de estar forçosamente relacionado com o nosso “sistema de crenças”.

É no prazer gerado pelo “gozo” da consciência, o que chamamos aqui de VALOR em suas diferentes acepções, que se encontra a verdadeira essência da nossa existência, o propósito maior das nossas vidas!

Créditos:

Autoria por Ricardo Barreto

Da obra no prelo CULTURA DE VALOR: aforismos para uma vida plena

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Saiba mais:

1. A destruição criativa ou destruição criadora em economia é um conceito popularizado pelo economista austríaco Joseph Schumpeter em seu livro Capitalismo, Socialismo e Democracia (1942), ganhando força no contexto da ascensão do neoliberalismo e do neoconservadorismo. Extraído da Wikipedia em 12.02.2020 às 11:42h. Acesse AQUI.

2. Vejam o excerto que conta esta rica história do início de um empreendimento: “Em 1988, o que parecia um sonho torna-se uma jornada de sucesso! Nasce o primeiro Habib’s na Avenida Cerro Corá, no bairro da Lapa, em São Paulo (SP). A loja inaugurada com a filosofia de oferecer os melhores produtos, com os menores preços e com um atendimento diferenciado”, extraído do website do Habib´s em 1.03.2015.

3. Walter Isaacson, Steve Jobs: a biografia, São Paulo: Companhia da Letras, 2011.

4. A primeira vez que vi uma análise probabilística bayasiana foi na obra The organized Mind, de Daniel J Levitin (Dutton: New York, 2014, p. 231).  Ele a aplica para avaliar a incerteza de uma pessoa realmente ter determinada doença, dado que ela observou um teste positivo. Acontece que o Teorema Bayes é muito mais amplo e me dei conta que poderíamos utilizá-lo (ainda que de maneira bastante simplificada) para determinação do valor real, esperado e percebido de uma Consciência. Vejamos seu conceito para ficar mais claro: é um tipo de inferência estatística que descreve as incertezas sobre quantidades invisíveis de forma probabilística. Incertezas são modificadas periodicamente após observações de novos dados ou resultados. A operação que calibra a medida das incertezas é conhecida como operação bayesiana e é baseada na fórmula de Bayes. A fórmula de Bayes é muitas vezes denominada Teorema de Bayes.